Projeto na Praça Carlos Grimaldi reúne às quartas e sextas, idosos e idosas em busca de qualidade de vida (Divulgação)
Quem chega na terceira idade quer ficar ativo. Não pode e nem deseja ficar parado. O público residente em Campinas tem diversas atrações para afastar o sedentarismo de sua rotina. Uma das destas opções está na Praça Carlos Grimaldi em que um grupo pratica as quartas e sextas aulas de Tai Chi Chuan. Uma oportunidade para ficar em forma, arejar a mente e fazer amigos.
A aposentada Rosa Maria Izaias, de 67 anos, residente no bairro Cidade Jardim, vive uma lua de mel com as aulas. Praticante de esportes desde os 18 anos, ela encontrou na modalidade uma forma de preservar a saúde. Pelo fato de ser uma atividade que inclui a busca do relaxamento, tudo veio a calhar para Rosa Maria, especialmente porque ela tem o diagnóstico de ansiedade e o Tai Chi Chuan lhe deixa mais calma. “Antes da pandemia eu fazia Lian Gong. Essa é a minha primeira experiência. Estou amando porque me acalma e me proporciona um ótimo bem estar ao longo do dia”, afirmou a aposentada, que relembra o momento ápice da atividade. “A Hora que temos que praticar com a Espada é bem desafiante pelo fato de trabalhar equilíbrio, concentração e respiração ao mesmo tempo”, descreveu Rosa Maria, que já “arrastou” três amigas para as atividades.
Rosa Maria não está sozinha na defesa das qualidades do Tai Chi Chuan. Maria Bernardete Tasso Gonçalves, de 71 anos, já está com a vida construída. Tem uma filha, um casal de netos. Mas o Tai Chi Chuan veio como um plus, uma maneira de ganhar vigor e disposição para enfrentar os obstáculos do dia a dia. “Eu fazia ginástica normal e caminhada. Quando fiquei sabendo (das aulas) eu fui atrás. Estou há um ano e melhorou tudo, como a mente e o equilibrio”, disse Maria Bernardete.
Idealizador do projeto, o professor Paulo Di Nizio Filho contou que a ideia surgiu a partir da constatação de que seu trabalho com outros esportes marciais e que são apoiados pela Prefeitura de Campinas atende prioritariamente crianças e adolescentes. E o professor não se espanta com os relatos positivos do Tai Chi Chuan. Pelo contrário. A mudança de vida e de postura apurada pelas alunas já era algo esperado. “É vantajoso por ser uma atividade realizada de forma mais suave, de baixo impacto mas que promove inúmeros benefícios à saúde. A prática do Tai chi pode ajudar a manter a densidade óssea, reduzir dores decorrentes da artrite, promover a saúde do coração, reduzir a hipertensão e melhorar a qualidade de vida dos idosos”,afirmou.
As frequentadoras, no entanto, têm uma convicção: não há hipótese de se abrir mão da prática do Tai Chi Chuan ou de qualquer outra atividade esportiva. “Há 8 anos eu tomava vários remédios para dormir. Atualmente não tomo nada e nem remédio pra pressão. Sou outra pessoa graças às atividades físicas”, afirmou Rosa Maria Izaías, que cita outras vantagens colhidas. “ Fazemos novos amigos, ficamos mais espertos e para trabalhar nossa mente . Nos liberta da depressão e ansiedade, melhora o nosso sono”, arrematou.
Maria Bernadete comunga de idêntica visão. “Existem pessoas que tem a minha idade e não tem a disposição que eu tenho. Faço caminhada, Tai Chi Chuan, o serviço de casa. Sou bem disposta. Claro que tenho um pouco de cansaço por causa da idade, mas dá para administrar com tranquilidade”, arrematou.
HISTÓRICO
Os fundamentos do Tai Chi Chuan estão ligados aos traços da filosofia Taoísta e da Alquimia Chinesa. A criação está direcionada à Família Yang, mais precisamente por Yang Lu Chang, um chinês que viveu entre 1789 e 1872. Posteriormente, a divulgação foi reforçada por Mestre Yang Cheng Fu, que viveu entre 1883 e 1936.
