Astro do vôlei e ex-jogador de badminton do clube campineiro, Bruninho joga com a fã Elisa Fraga, capitã da atual equipe
A jovem Elisa Fraga, de 12 anos, ao lado do irmão Davi: espírito de liderança foi forjado dentro de casa e com o apoio total dos familiares (Divulgação)
De um lado, uma menina de 12 anos que inicia sua trajetória no esporte e começa a chamar a atenção em competições nacionais. Do outro, um atleta consagrado com 26 anos a mais e uma trajetória repleta de conquistas importantes, entre as quais um título olímpico com a Seleção Brasileira.
O encontro, que aconteceu no mês de setembro, na Fonte São Paulo, representou duas gerações do badminton do tradicional clube campineiro. E a jovem Elisa Fraga não escondeu a emoção com a oportunidade de trocar raquetadas na peteca com uma estrela do esporte.
“Quando me falaram que o Bruninho visitaria o clube, me surpreendi, pois ele é uma referência”, falou Elisa, ao comentar sobre seu “adversário”. “E tremi quando me falaram que eu jogaria com ele. Me perguntaram se eu sabia que ele já tinha jogado badminton e eu falei que nem imaginava. Quando fui jogar, me surpreendi, pois ele sabe jogar direitinho”, relatou.
Na ocasião, a estrela do Vôlei Renata revisitou as origens, pois antes de se consagrar no vôlei, o atleta deu seus primeiros passos no esporte dentro do badminton e, justamente, no clube Fonte São Paulo. Foi ele que, aos 12 anos, idade de Elisa hoje, se tornou o primeiro brasileiro a conquistar um título pan-americano na modalidade - o da categoria infantojuvenil.
“O badminton ajudou bastante na minha formação. Trabalha-se muito a velocidade com os pés, porque é um jogo veloz. Preciso muito disso para chegar nas bolas, porque tenho que estar equilibrado para levantar. E o badminton me ajudou também a defender, a alcançar as bolas mais longas e as largadas", chegou a afirmar Bruninho em uma entrevista.
O encontro com Elisa não poderia ser mais emblemático. Afinal, se Bruninho é o capitão do Vôlei Renata, sua fã carrega o mesmo título entre seus companheiros. “A Elisa ganhou esse apelido dentro do nosso grupo por ser uma grande líder, mesmo com tão pouca idade”, explica o técnico Rodrigo Ferreira. “Consideramos ela a nossa capitã”, resume.
LIDERANÇA VEM DE CASA
A jovem comenta que o espírito de liderança foi forjado dentro da família. “Tenho dois irmãos mais velhos e desde pequena tive que aprender a conquistar o respeito deles”, diz. “Depois, essa condição foi se estendendo para a escola e, no esporte, minha garra nas competições me proporcionou esse apelido.”
O desempenho dela na temporada é classificado como “surreal” por Ferreira. A atleta ganhou medalhas em todas as disputas estaduais e nacionais das quais participou e superou até mesmo adversários no sub-15, uma categoria acima da dela.
MOMENTO ESPECIAL
A participação no Campeonato Nacional Top 16, em Cuiabá, no início de setembro, e a estreia nos Jogos Escolares Brasileiros (Jebs) entre setembro e outubro, foram classificadas por Elisa como seus momentos mais importantes até agora em 2024. “Em Cuiabá, meus resultados foram ótimos e me sagrei hexacampeã nacional. E nos Jebs joguei com pessoas mais velhas, atuei ao lado do meu irmão e os resultados também foram excelentes”, justificou a garota que, somando os dois torneios, alcançou uma medalha de ouro, duas pratas e dois bronzes.
Ao apontar os motivos do desempenho “surreal” de Elisa, Ferreira faz o resumo em três palavras: “dedicação, foco e disciplina.” Atributos que fazem parte também de um garoto que passou pelo clube Fonte São Paulo e hoje é referência mundial no esporte.
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