Evolução da Acamp leva associação a realizar seletiva para definir equipe que disputará o Brasileiro de Base
Seletiva da Acamp no colégio Culto à Ciência, local onde o projeto é desenvolvido (Divulgação)
A Associação dos Arqueiros de Campinas (Acamp) realizou na última semana uma seletiva para definir a equipe que participará do 17º Campeonato Brasileiro de Base de Tiro com Arco no próximo mês. É a primeira vez que a Acamp investe na iniciativa, que também será adotada para formar o time que vai ao Brasileiro Adulto, em setembro. Trata-se de um reflexo da evolução do projeto, que ganhou novos adeptos em um ano e consegue alinhar qualidade entre os atletas em formação. A competição nacional de base acontece em Maricá (RJ), entre 24 e 28 de julho, e tem 170 inscritos de várias regiões do Brasil.
“Antes, quando o número de atletas era menor, acabávamos levando todos até mesmo para fechar a equipe”, lembra a atleta Alexandra Silva, diretora da Acamp. “Hoje, já podemos ter uma seletiva e tratar o campeonato brasileiro com mais seriedade, fazendo um trabalho realmente de rendimento. No nosso caso, só participam os melhores”, explica. “Ter essa referência aumenta a dedicação, o comprometimento e, consequentemente, o desempenho de nossa equipe.” Dos 32 atletas da base campineira filiados à Confederação Brasileira de Tiro com Arco (CBTARCO), 22 integrarão a delegação. O torneio, que também terá disputas na categoria máster (50+ e 65+), envolverá ainda o sub-15, sub-18 e sub-21.
A mentalidade da Acamp é um contraste com o perfil da competição, que ainda tem um caráter extremamente amador, conforme relata Alexandra. Como a disputa é aberta, não existe um critério para participação, o que compromete o nível técnico e a organização. Por outro lado, a atleta ressalta a existência de iniciativas ligadas à modalidade que podem impactar na mudança desse quadro.
“Nós já tivemos um ano que levamos atletas na ‘loucura’, mas tinha um propósito que era mostrar uma tentativa de reinício de um projeto pós-pandemia e deu certo. Hoje, acredito que há equipes dentro do mesmo contexto da nossa que, se mantiverem a meta de crescimento, podem contribuir para o fortalecimento da base como um todo.”
Alexandra também observa que o avanço da modalidade no país pode pressionar a CBTARCO a mudar sua forma de atuação. “Hoje, o tiro com arco está incluído nos jogos escolares de boa parte dos estados”, ressalta. “Com o tempo, pode ser que tenhamos uma base tão grande que leve o Campeonato Brasileiro a ter alguns critérios, como índice.”
A diretora da Acamp destaca a importância no trabalho de formação. “Para o tiro com arco realmente ser expressivo e não ficar na dependência de um único bom atleta (Marcus D'Almeida, líder do ranking mundial e representante do Brasil na Olimpíada de Paris) tem que haver uma base grande e forte.”
DESTAQUE
Entre os destaques da equipe campineira está Felipe Tim, de 15 anos, que integra a seleção brasileira sub-18. Ele percebeu que tinha talento para a modalidade há um ano ao participar do Brasileiro Infanto-Juvenil e Master em Águas de São Pedro. Na ocasião, ganhou três medalhas de ouro na categoria sub-15 do arco recurvo – uma no individual, outra na dupla mista e também por equipes. A partir de então deslanchou, com conquistas no Gyminasiade, Sul-Americano e PanAmericano.
Ele lembra da disputa que representou para ele o ponto de partida para seu avanço no tiro com arco. “Foi importante, pois ali percebi do que eu realmente gostava e que eu tinha potencial para o esporte”, lembra ele, que voltará a competir pela Acamp no torneio nacional no próximo mês.
Alexandra também terá um desafio pessoal na competição. Depois de atingir o recorde na categoria máster em 2023 com 674 pontos, a atleta de 51 anos busca superar a própria marca. “Quero fazer 690 esse ano. Já que não estarei na organização do evento, como no ano passado, não tenho desculpa.”
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