A academia Power Pong investe na base e colhe frutos (Divulgação)
Gustavo Teliani ainda era um principiante na prática do tênis de mesa quando os golpes na bolinha de Guilherme Riggio Ifanger chamaram sua atenção. Na época, o garoto nem imaginava que, um dia, aquele talentoso jogador de Indaiatuba seria seu parceiro, como veio a acontecer. Gustavo evoluiu e se tornou um atleta promissor. Hoje é treinador da equipe Power Pong, representante de Campinas em competições. E um dos integrantes de sua equipe, curiosamente, é aquele que um dia o influenciou e inspirou.
“Eu tinha uns 11 anos e Ifanger uns 20 e eu adorava vê-lo jogar”, conta Teliani. “O tempo passou e, curiosamente, eu acabei me tornando técnico particular dele”, lembra. “É muito bacana esse encontro de gerações”, afirma o veterano, que tem 41 anos e treina com Teliani desde 2018.
Competidor desde 1996, quando pertencia à categoria infantil, Ifanger tem uma história de superação. Vítima de um tiro no abdômen durante um assalto a sua casa em 2004, ele chegou a ficar entre a vida e a morte por conta de uma trombose. O ferimento provocado pelo disparo resultou numa lesão na artéria femural. “Por falta de irrigação de sangue, perdi o movimento do joelho para baixo da perna esquerda”, lembra. Profissional do tênis de mesa, Ifanger não teria mais condições de competir, segundo diagnóstico médico.
No entanto, o esporte voltou a fazer parte da vida dele como um meio de recuperação do acidente. E os resultados também voltaram a aparecer. “Em 2007 fui convidado para integrar a delegação brasileira em uma etapa do circuito mundial paralímpico na Argentina. Essa foi minha primeira experiência em competição paralímpica.”
A partir de então, as conquistas se acumularam. “Em Pan-Americano, sou tricampeão por equipes e três vezes medalha de bronze no individual. Sou também tetracampeão brasileiro. Já campeão paulista acho que fui umas dez vezes.” O último Estadual que conquistou foi no dia 18 de maio, no Sesi Santos Dumont, em Campinas, com a primeira colocação na classe 9 paralímpica durante etapa do Campeonato Paulista. Por equipes, Campinas ficou na terceira colocação, resultado mais expressivo da cidade pelo menos nos últimos 15 anos, diz Teliani. “É um resultado que representa o fruto de nosso trabalho diário”, comenta o treinador.
Campinas, representada pela Power Pong, conquistou 215 pontos na classificação geral da etapa, ficando atrás apenas do campeão Itaim Keiko, de São Paulo (401 pontos), e Yara Clube, de Marília (375). A competição teve 481 inscritos e 45 equipes participantes. A próxima etapa volta a ser em Campinas, no dia 22 de junho.
A Power Pong competiu com 30 atletas. Entre os destaques, além de Ifanger, Teliani cita garotos da base. “O Murilo Pioto, de 8 anos, é um menino que vem evoluindo muito. Foi vice-campeão na categoria sub-9. Já o Paulo Arruda ficou em terceiro lugar na categoria mirim. Foi o segundo estadual dele. No primeiro, não ganhou nenhuma partida e agora subiu no pódio”, celebra.
Os demais destaques da Power Pong na competição foram Beatriz Lopes - 2º lugar na categoria lady; Marcelo Phaiffer - 3º lugar V50; Matheus Poncchio - 3º lugar V40; Marco Jim - 3º lugar V40; Alexandre Micelli - 3º lugar V45 e Rafael Verdial - 5º lugar Sub-11.
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