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Rivalidade agita o hóquei campineiro

O Guarani Hockey e a Hípica disputam campeonatos a nível estadual e nacional.

Esportes Já
30/01/2023 às 09:19.
Atualizado em 30/01/2023 às 09:19

O Guarani Hockey e a Hípica disputam campeonatos a nível estadual e nacional (Divulgação)

Poucos sabem, mas o hóquei Inline é um esporte tradicional em Campinas. A modalidade na qual os jogadores usam um “stick” (taco) para controlar o “puck” (disco) e chutá-lo para o gol, se locomovendo com patins de rodas em linha, conta até com uma rivalidade na cidade. 

O Guarani Hockey e a Sociedade Hípica Campinas são os dois times locais e disputam campeonatos a nível estadual e nacional. O encontro entre os jogadores das equipes é marcado pela amizade, mas fora de quadra, revelam. Quando se enfrentam, a disputa é acirrada ao extremo e perder passa a ser proibido. 

O pivô dessa rivalidade é o jogador e técnico do Guarani Carlos Eduardo Pádua. Ele foi jogador da Hípica, deixou a equipe e montou o time no Guarani. Esse movimento gerou o sentimento em ambas as partes de não querer perder para o adversário. 

“A história começou quando um pessoal ligado à Hípica me via na Praça Arautos da Paz jogando. Um dia, eles me chamaram para jogar no clube. Eu aceitei”, conta Carlos Eduardo, que se destacou na Hípica, mas deixou a agremiação. “Quando saí, voltei a jogar com o mesmo pessoal de antes na Arautos da Paz e propus a eles montar um time. O Guarani nos abriu as portas. Os primeiros treinos aconteceram embaixo do tobogã”, lembra. Hoje, apesar de manter o nome Guarani, o clube tem sua sede no Andorinhas. A trajetória dos dois rivais é bem distinta. Quando o Guarani iniciou suas atividades no hóquei inline, em 2008, a Hípica já era um clube consolidado na modalidade, com uma história que teve início em 1995. 

“Na época, vários associados praticavam em uma quadra de basquete improvisada e adaptada”, lembra o técnico Alexandre Capelle. “Em 1996, foi construída a quadra específica de hóquei e patinação. A equipe era formada por amigos. Com o passar dos anos, novos participantes chegaram, além dos novos talentos que se formaram aos poucos”, completa o treinador, lembrando que na época a grande equipe da cidade era a da Ponte Preta. 

Capelle, destaque no hóquei de São Paulo, chegou ao clube em 2001 e dois anos depois a Hípica alcançou a sua primeira grande conquista, o Campeonato Brasileiro Adulto. Nos anos seguintes, os títulos se enfileiraram à nível regional, estadual e nacional em várias categorias, enquanto atletas passaram a ser convocados para a seleção brasileira para a disputa de competições internacionais. Luiz Fernando de Almeida, Bruno Branco, Lucas Ota, Rodrigo Boscolo, Fabrizio Gamper, Gustavo Chaib, João Vasconcelos, Thiago Benetti e Luis Custodio eram alguns nomes de destaque. 

O Guarani, por sua vez, sobreviveu com dificuldades. “Cada jogador ajudava um pouco para podermos disputar os campeonatos. Os apoios de fora eram pontuais”, conta Carlos Eduardo, que foi jogador de Capelle na Hípica e aprendeu muito com o treinador. 

No ano passado, o Guarani alcançou uma importante conquista ao conseguir fechar uma parceria com a Prefeitura. A verba do Fiec (Fundo de Investimento Esportivo de Campinas) fez a diferença, de acordo com o treinador e jogador. “Gostaria de agradecer muito à Prefeitura por essa parceria. Tem sido essencial para a gente”, afirma Carlos Eduardo, que sonha em montar um projeto de base no clube. 

Os títulos vieram, apesar dos apertos financeiros. E dois são considerados especiais por terem sido conquistados diante do rival. “Em 2017 e 2019 fomos campeões estaduais em cima da Hípica”, recorda Carlos Eduardo. Do outro lado, a lembrança é do dérbi disputado em novembro do ano passado, quando a Hípica venceu por 6 a 0 no Brasileiro da segunda divisão. A equipe azul e vermelha ficou com a taça, enquanto o rival terminou em penúltimo lugar. 

Hoje, depois da pandemia do coronavírus, Hípica e Guarani buscam uma renovação de suas equipes. Por isso, consideram essencial um projeto que possa atrair novos competidores. Enquanto isso, iniciam 2023 pelo menos com a esperança de que a pandemia, que prejudicou tanto os dois times, não volte a ser o grande adversário.

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