Cassiano Leal junto com as crianças na piscina do Regatas (Divulgação)
O Clube Campineiro de Regatas e Natação iniciou neste ano uma ação que busca resgatar a sua origem. A ideia é que a natação volte a ser um esporte representativo na agremiação depois de perder espaço com o tempo. Para isso, um projeto começou a ser desenvolvido para a formação de equipes competitivas na modalidade em longo prazo. O nadador olímpico Cassiano Leal foi convidado pela direção do clube para conduzir as diretrizes da proposta e aceitou o desafio. Os trabalhos tiveram início em fevereiro.
“O clube me procurou no ano passado com a proposta”, conta Cassiano, representante do Brasil na Olimpíada de Atlanta em 1996 e medalhista de bronze em campeonatos mundiais e de prata em Pan-Americanos. “Achei a ideia ótima. Em janeiro, começamos o planejamento junto à direção e coordenação de esportes. Em fevereiro, com o retorno das aulas de natação, colocamos o plano em prática”, continua o nadador, que hoje, aos 52 anos, também desenvolve projetos sociais junto com a Prefeitura de Campinas. “Acredito que é possível, sim, desenvolver equipes competitivas no Regatas, com o apoio da direção e dos associados. As crianças estão bem animadas e vários adultos também.”
O objetivo de voltar a valorizar a natação no tradicional clube campineiro partiu do presidente Carlos Bargas, segundo o coordenador de esportes Ronaldo José Cren. “Ele solicitou que elaborássemos um projeto novo para que a modalidade no clube voltasse a ser representativa”, conta. “A partir disso, passamos a procurar profissionais que pudessem desenvolver o projeto. Foi quando encontramos o Cassiano. O plano que ele nos apresentou caiu como uma luva dentro do que nós queríamos.”
A organização das atividades e a transmissão de conteúdos motivadores são as bases da ação nesse início de trabalho. “Organizamos horários e estamos atendendo os associados, já que existia uma fila de espera”, detalha Cassiano. “Além disso, tenho passado para as crianças e também para os pais toda a minha experiência como atleta. Foram mais de 25 anos de dedicação para atingir o ápice, que foi os Jogos Olímpicos de Atlanta, nos Estados Unidos, em 1996. Quero passar não só minhas experiências, como também os valores que a natação me proporcionou.”
Hoje, são cerca de 160 crianças envolvidas com a natação no clube e a projeção é criar categorias de base, desde o pré-mirim, passando pelo mirim e infantil. “Aí essas mesmas crianças se tornarão juvenis, juniores e seniores”, projeta o nadador, sem esquecer dos mais velhos. “Existem diversos associados que em algum momento de suas vidas participaram de competições. E numa primeira reunião, muitos demonstraram vontade em voltar a treinar em grupo e competir pelo clube. Vamos atender esse grupo também.”
FESTIVAL
Para que as crianças comecem a ter um vínculo com competições, Cassiano organizou um festival de natação programado para acontecer no final de abril. Além do Regatas, participarão a Fonte São Paulo e o Clube Atlético Valinhense. O modelo de disputa foge do padrão.
“A intenção é que as crianças comecem a competir com elas mesmas. A premiação será por índice atingido e não por colocação”, explica o professor, que pretende evitar uma disputa cansativa. “É algo para atrair as crianças e as famílias. Serão apenas duas provas em cada uma das três etapas e um revezamento. Não queremos que passe de duas horas. Ainda teremos entretenimento, como brincadeiras e pipocas, por exemplo.”
HISTÓRIA
Segundo Leah Silvia Pinto Rodrigues, diretora geral de esportes do Regatas, a natação no clube começou por volta de 1919. “Tivemos grandes nadadores, como José Sylvio Fiolo”, conta, referindo-se ao campineiro recordista mundial dos 100m nado peito em 1968. Para Leah, o aprimoramento das técnicas e a exigência de treinamento diário podem ser fatores que desestimularam a prática na agremiação. “Mas, felizmente, estamos voltando com um trabalho sério e competente.”
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