PERSONAGEM

Psicólogo do Guarani a caminho de Dubai

André Luis Aroni fará parte da equipe brasileira paralímpica de halterofilismo que disputará o Mundial neste mês e, antes da viagem, falou com o Esportes Já sobre psicologia no esporte

Esportes Já
14/08/2023 às 11:18.
Atualizado em 14/08/2023 às 11:18

André Luis Aroni, de 42 anos, é psicólogo do Guarani e do Comitê Paralímpico Brasileiro (Divulgação)

O psicólogo André Luis Aroni, do Guarani, fará parte da equipe brasileira paralímpica de halterofilismo, que disputará o Mundial em Dubai de 22 a 30 de agosto. Ele foi convocado pelo Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) para integrar o grupo que busca medalhas no levantamento de peso.

"O Mundial é um torneio importante, no qual estão os grandes competidores de todos os países, mas é também um marco para a Paralimpíada de Paris em 2024. Assim, já começamos a pensar nos índices, marcas e preparação psicológica para os Jogos do ano que vem", diz o profissional de 42 anos, doutor e pós-doutor em desenvolvimento humano e tecnologias e coordenador de curso na Universidade São Francisco.

Antes da viagem para Dubai, Aroni concedeu uma entrevista ao Esportes Já, no qual aborda várias vertentes relacionadas à psicologia esportiva. Dentro de sua linha de atuação, conta que ajudar os atletas a atuarem bem em condições de forte pressão é o objetivo, mas ressalta o caráter experiencial de sua tarefa. “Apesar dos bons ‘anos de estrada’ (mais de 20 anos) em contextos acadêmicos e aplicados, sinto que ainda tenho muito a aprender com estes grandes atletas e profissionais.”

Esportes Já - Qual o desafio em ser um psicólogo dentro de uma equipe paralímpica? As ações são muito diferentes das desempenhadas dentro de uma equipe que não seja voltada para PcDs?

André Luis Aroni - Eu penso que o trabalho no Comitê Paralímpico Brasileiro possui o mesmo desafio que o trabalho com atletas olímpicos, pois, em ambos, encontramos o mais alto nível competitivo. Talvez, no paralímpico devemos conhecer mais sobre as deficiências e classificações em que disputam as provas. Neste sentido, destaco que existem mais diferenças entre o trabalho nas modalidades coletivas e individuais (futebol e halterofilismo, por exemplo), do que propriamente no universo olímpico e paralímpico.

Qual a importância da psicologia esportiva e, principalmente, da psicologia dentro de um esporte paralímpico?

O mais alto desempenho esportivo depende do treinamento de quatro pilares: físico, técnico, tático (ou estratégico nas modalidades individuais) e o psicológico. Assim, quanto mais o trabalho estiver integrado dentro das comissões técnicas, melhor. Ou seja, os estímulos desses pilares devem ser trabalhados em conjunto, dentro do processo geral de treino.

Como você vê essa experiência que terá em Dubai para o seu desenvolvimento como profissional?

A minha jornada na psicologia (e educação física) sempre teve como objetivo principal estar nas grandes competições do mundo. E apesar dos bons “anos de estrada” em contextos acadêmicos e aplicados, sinto que ainda tenho muito a aprender com estes grandes atletas e profissionais.

Qual o maior desafio como psicólogo esportivo que você já enfrentou em sua carreira? Algum caso específico com algum atleta? Alguma história que ficou marcada?

O maior desafio da carreira foi o de buscar informações dentro do contexto esportivo, pois ainda existe muito da psicologia clínica dentro das modalidades, algo que foge do que penso como ideal. E claro, para qualquer área de atuação, o equilíbrio entre trabalho, estudo e vida pessoal é sempre desafiador. Sobre a história, existem muitas, mas a psicologia deve ter grande cuidado ético ao expor informações sobre equipes e atletas. De qualquer forma, vejo em inúmeros contextos esportivos que, melhor do que brigar com emoções e pensamentos, mais vale a pena aprender e treinar habilidades psicológicas como: autorregulação, mentalização, auto conversa, definição de metas etc. O nosso trabalho é ajudar os atletas a atuarem bem sob grandes pressões.

No retorno, você reativa suas funções dentro do Guarani?

No Guarani, com o ótimo trabalho interdisciplinar que temos atualmente e as boas possibilidades tecnológicas de comunicação, mantenho o trabalho no clube mesmo que distante fisicamente.

ALGO QUE QUEIRA ACRESCENTAR?

Penso que seja importante destacar que a Psicologia do Esporte faz parte de um processo organizado de treino. Assim, é importante que algumas habilidades sejam treinadas diariamente. E se possível, desde a mais tenra idade.

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