Espaço de lazer, convivência e prática esportiva, Praças Esportivas são ocupadas de maneira adequada pelo projeto (Divulgação)
Crianças e adolescentes com e sem deficiência, praticando esportes lado a lado, no mesmo ambiente. Esse contexto é possível de ser observado em Campinas. Em núcleos de atendimento nos bairros São Bernardo e DIC VI, integrados por praças esportivas, as diferenças são colocadas de lado para que a inclusão, a convivência e a transformação social possam ser promovidas. E a prática esportiva é o instrumento.
A ação, voltada para pessoas em situação de vulnerabilidade, corresponde ao Projeto Esporte Social (PES), iniciativa desenvolvida pela Associação Paraolímpica de Campinas (APC) em parceria com a Fundação FEAC e apoio da Prefeitura de Campinas. Durante os 12 meses de execução, a proposta envolve aproximadamente 240 alunos diretamente, sendo 30% de crianças e jovens com deficiência e 70% sem deficiência. Além disso, a ação impacta indiretamente cerca de 1.200 pessoas, segundo dados da Administração Municipal.
"O esporte tem um papel essencial na construção de uma sociedade mais justa e igualitária. Este projeto não apenas oferece atividades esportivas, mas promove a inclusão real, dando espaço para que crianças e adolescentes com e sem deficiência convivam, aprendam e cresçam juntos", destaca Clébia Alves, secretária em exercício de Desenvolvimento e Assistência Social.
Os organizadores acrescentam que a prática esportiva é um meio fundamental para a formação integral do indivíduo, ajudando no desenvolvimento da consciência crítica, da cidadania e da construção de valores. “O projeto também segue o que determina a Constituição Federal em seu Artigo 217, que estabelece a responsabilidade do Estado na promoção do esporte e do lazer para todos os cidadãos”, afirma o diretor da APC Luiz Marcelo Ribeiro da Luz.
Outro ponto da ação destacado é a valorização dos espaços onde as práticas esportivas acontecem. “Essas áreas são territórios de lazer, convivência e estamos fazendo o uso da forma adequada”, frisa Da Luz.
O PES teve início há sete meses e a primeira iniciativa foi desenvolver uma estrutura de formação de profissionais que pudessem trabalhar com o esporte como ferramenta de inclusão. Hoje, a equipe conta com 15 profissionais fixos, quatro estagiários e um grupo multidisciplinar composto por especialistas em diferentes áreas. Até o momento, 30 profissionais já foram formados para atuar diretamente com esportes inclusivos.
“É um projeto que quebra paradigmas”, define Viviane de Faria Machado, analista da Fundação Feac. “Quem quiser conhecer o projeto vai ver crianças e adolescentes com Síndrome de Down, autismo ao lado de outras crianças e, durante as atividades, dificilmente será possível identificar quem tem ou não deficiência”, comenta. “Adaptações são necessárias e há o respeito ao limite de cada um, mas também entendemos que essas adaptações beneficiam a todos.”
REDE DE APOIO
O PES aposta no trabalho em rede, unindo esforços de diferentes instituições e profissionais, afirmam os organizadores. A estruturação do projeto conta com parcerias estratégicas com escolas públicas, redes de assistência social e profissionais especializados.
De acordo com a prefeitura, estão em andamento dentro do projeto ações como: capacitação de profissionais para atuarem em práticas esportivas inclusivas; monitoramento e avaliação para medir o impacto social; e desenvolvimento de metodologias para replicação da iniciativa em outras localidades.
Segundo a prefeitura, uma das metas é que o PES se torne uma referência em inclusão esportiva e inspire iniciativas semelhantes em outras cidades.
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