Produção ofensiva preocupa a Macaca

Com 16 gols anotados em 27 rodadas, a produção ofensiva da Ponte Preta virou a principal preocupação da comissão técnica para a reta final da Série B do Campeonato Brasileiro. A debilidade registrada na hora de balançar as redes virou a principal vilã da campanha com 32 pontos e que tem uma proximidade perigosa com a zona do rebaixamento. O placar de 0 a 0 com o Sampaio Corrêa, no sábado, no Majestoso, foi o 11ª empate da equipe na competição, sendo que em seis oportunidades não houve abertura de placar.

No estádio Moisés Lucarelli, o rendimento é igualmente decepcionante como mandante, com cinco vitórias, sete empates e duas derrotas, com aproveitamento de 52,4%. Mesmo assim, o técnico Pintado faz questão de fazer uma diferenciação. Para ele, a produção de oportunidades encontrase satisfatória . O problema está na conclusão das jogadas. “A gente chega em boa condição para terminar melhor a jogada. É o detalhe de empurrar para dentro que está faltando. O gol no futebol tem um preço muito caro. Se a gente está produzindo, é trabalhar para concretizar”, analisou o treinador pontepretano.

A postura otimista é adotada quando Pintado disserta sobre as novas opções ofensivas do elenco. A primeira é a do atacante Jeh, que estava em recuperação de uma hérnia de disco e entrou contra a equipe maranhense. “Acho que a gente ganha um homem de área perigoso (Jeh). Temos a esperança que venha nos ajudar. É uma característica que precisamos nesse setor, com essa presença. Eu queria ter começado com ele, mas ele disse que ainda não se sentia bem para o jogo inteiro”, revelou o técnico.

A comissão técnica acredita ainda que Paul Villero poderá ser útil nas jogadas de lado de campo e Gabriel Santiago oferecerá novas alternativas ofensivas. Outro trunfo é o recém contratado Souza, que chega para ser um concorrente de Élvis no trabalho de armação. “A Ponte teve muita dificuldade, todo mundo sabe, mesmo assim conseguiu três peças importantes que praticamente escolhemos a dedo. Então a gente vai ficar mais forte com a chegada desses jogadores. Estou satisfeito com o grupo, principalmente pela determinação e pela luta”, disse Pintado. 

Toda essa mobilização é feita para evitar o comprometimento da campanha em relação ao fantasma do rebaixamento. De acordo com os matemáticos, por enquanto o quadro está sob controle. Para Tristão Garcia, do site Infobola, o risco pontepretano encontra-se em 9%. No Departamento de Matemática da UFMG, o percentual de possibilidade de queda está em 10,9%. Mesmo assim, a ordem no Departamento de Futebol Profissional da Macaca é não dar sopa para o azar. “A gente está muito atento a tudo que vem acontecendo. A gente vê o objetivo principal do clube distante hoje, sabe disso e respeita. O importante é que a gente continue competindo num momento difícil da competição, em que todo mundo se reforçou e contratou com qualidade”, analisou Pintado. 

O excesso de empates e a debilidade ofensiva não fazem o técnico arrefecer a ambição de buscar uma vitória no jogo de sexta-feira, às 19h, contra o Vila Nova, na casa do adversário. A última vitória da Ponte Preta na condição de visitante foi no dia 08 de julho, quando bateu o Avaí no estádio da Ressacada pelo placar de 1 a 0. O gol foi de autoria do volante Felipe Amaral. Tal retrospecto não intimida o treinador. “ A gente nunca treina para empatar ou para nenhum outro resultado. Sempre trabalhamos todos os dias para vencer. Não podemos pensar em outro resultado, seja em Campinas ou em qualquer outro lugar, respeitando sempre o adversário”, analisou o técnico.

Respaldado pela Diretoria Executiva, a Comissão Técnica aposta de que é possível adquirir evolução técnica e tática no gramado. “Não podemos pensar só em atacar. Precisa também equilibrar a defesa. Hoje, com a defesa mais sólida, a gente pode pensar em ter mais um homem na frente. Acredito muito nesse grupo. Futebol não é merecimento, mas se alguém merecia ganhar o jogo hoje era a Ponte. Vamos trabalhar não só para merecer, mas para conseguir”, prometeu o técnico.