Para o morro, o céu é o limite em 2025

Quando o atleta Léo bateu com firmeza o pênalti que assegurou o título do Campeonato Amador RMC dentro do estádio Moisés Lucarelli, estava finalizada a epopeia do Morro, que derrubou adversários dentro e fora de campo para levantar o troféu. Fruto de um projeto que envolveu toda a comunidade do Jardim Campos Elíseos, a equipe teve nos jogadores e na Comissão Técnica um esteio para chegar ao patamar máximo do pódio.

O técnico Dudu tinha segurança naquilo que aplicava ao seu time. O esquema tático, a forma de jogar e a preparação emocional para suportar os obstáculos de uma competição de tamanho equilíbrio foram ingredientes de uma receita vencedora, e que não foi largada nem no momento em que a decisão ficou nos tribunais. Após perder na semifinal para o Parque Brasília por 1 a 0, a Diretoria do Morro encaminhou ao Tribunal de Justiça Desportiva da Liga Campineira de Futebol a denúncia de que o lateral-esquerdo Peixoto estava inscrito irregularmente pelo adversário. Motivo: o jogador tinha contrato em vigência com o XV de Piracicaba, algo que não era permitido pelo regulamento. “Nós esperamos o julgamento. Muitos falaram que talvez não daria certo. Conseguimos o advogado, ele explicou a situação e ficamos mais confiantes”, disse o técnico Dudu.

Foi preciso disputar uma nova partida contra o Vila Rica, que terminou empatada por 1 a 1. Depois, veio a vitória nos pênaltis por 3 a 0. “Na semifinal contra o Vila Rica, nós tivemos vários desfalques, e eles também, porque os jogadores já estavam confirmados em outros times, pois acharam que não teria rodada”, disse o treinador, satisfeito com o final feliz colhido.

O problema resolvido na Justiça Desportiva não fez o técnico Dudu tirar o foco sobre a qualidade do campeonato. Para ele, a ausência de outras equipes da Região Metropolitana de Campinas não foi sentida. Os jogadores que normalmente estariam nas equipes sediadas fora da cidade, segundo ele, resolveram disputar a divisão de elite com as equipes campineiras, o que produziu jogos de boa qualidade. “Tinha jogador de Itu, Indaiatuba e de outras cidades da Região Metropolitana”, disse o treinador do Morro, que preferiu apostar em um perfil mais caseiro, com atletas residentes nas proximidades ou jogadores já conhecidos. “O nosso time sempre foi muito família. Tanto que o presidente, o Nanão, tem ele, o irmão dele, o Bitinho e o Gustavo. É um time muito fechado, que briga muito e não se entrega”, completou. 

Tais características foram presentes na competição, como em jogos em que a virada foi obtida no trecho final dos jogos. Tudo isso obtido sem a possibilidade de realizar treinamentos na semana. A saída é apelar para conversas por aplicativos de mensagens. “Nós temos que tentar extrair o máximo de vontade de cada jogador. Alguns você precisa ser mais calmo, com outros é preciso ser enérgico”, explicou o técnico.

No entanto, o técnico percebeu uma mudança de postura dos jogadores, e cujo reflexo é colhido no gramado. “O jogador do Amador está melhor fisicamente. E alguns deles passam por alguma (categoria de) base e se dedicam muito”, explicou.

Dudu está em estado de graça. Venceu o Campeonato Amador com o Morro e faturou o Beira Rio com o Grêmio Paranapanema. “É o mesmo elenco do Morro”, esclareceu o técnico, dono de novas ambições. “Agora tem o (Campeonato) Municipal. Vamos brigar por esse título para fechar o ano com os três maiores campeonatos da cidade”, arrematou. 

O planejamento do segundo semestre terá que ser minucioso. Sobre a formação do elenco para a competição organizada pela Secretaria Municipal de Esportes, o técnico do Morro prevê o retorno e a chegada de alguns jogadores. “Perdemos dois jogadores que já tinham palavreado contra outras equipes, mas podem chegar mais uns cinco, para fazermos um bom campeonato”, completou Dudu.

CAPITÃO DA CONQUISTA FAZ PLANOS PARA O SEGUNDO SEMESTRE

Capitão do Morro na conquista do Campeonato Amador RMC 2025, o zagueiro Reis enfatizou o sentido de coletividade como protagonista da conquista. Segundo ele, o desempenho dele e de seus companheiros esteve próximo da perfeição. “Conseguimos fazer um campeonato quase perfeito, para colocarmos no nosso currículo e ficar na história dessa instituição e bairro”, disse o capitão. 

Segundo ele, existe uma conjuntura que transforma o futebol amador em uma indústria, o que obriga os jogadores a superarem uma série de obstáculos. “Os técnicos e diretores das equipes tem um trabalho gigantesco com os jogadores no decorrer da semana. A maioria defende os maiores e melhores times do estado e dependem das ajudas financeiras que recebem para jogar”, disse o jogador, que esclarece: “Nós, do Morro, também sofremos esse problema, mas todos que entraram deram seu máximo com pensamento positivo”, disse. 

Ele não esqueceu de valorizar a equipe adversária, o Dic City. Para ele, o oponente construiu muitas dificuldades para o novo campeão. “Sabíamos que iríamos enfrentar uma forte equipe do Dic City, com muitos jogadores jovens”, explicou. 

Diante desse rendimento no primeiro semestre, a expectativa para a Série Ouro A, promovida pela Secretaria Municipal de Esportes e Lazer é a maior possível, segundo Reis. “Estamos montando o time para o municipal e vamos com muita vontade em busca desse título, para fechar com chave de ouro esse 2025 abençoado”, arrematou.

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