O atual campeão mundial, André Caxeta: concentração (Divulgação)
Os artefatos voadores estiveram novamente em ação em Paulínia neste último final de semana. Quem passou pelo Parque Brasil 500 no sábado e no domingo, pôde perceber a movimentação na terra e no ar. Para os observadores, o cenário representou uma curiosidade. Mas a reunião no local do grupo, que fazia lançamentos aéreos, tratava de assunto sério. Ou melhor, nem tão sério assim.
“É um momento de interação e, claro, uma oportunidade para nos reunirmos e jogarmos bumerangue.” Dessa forma que o campineiro Fábio Santos, atleta e organizador do evento, definiu o que estava acontecendo no parque localizado ao lado da Prefeitura de Paulínia no final de semana. O local recebeu no sábado o Encontro Amigos do Bumerangue (EAB), que já está em sua terceira edição na cidade, sede também do último campeonato brasileiro, disputado em abril.
A reunião contou com mais de 30 praticantes do esporte de várias partes do Brasil, que, além de se divertirem, competem em alto nível. Tanto que no domingo, no mesmo parque, aconteceu uma seletiva que definiu os últimos integrantes da equipe brasileira que representará o País no Mundial do ano que vem. “A competição será em julho, em Denver, nos Estados Unidos”, detalhou Santos, que é o atual campeão paulista.
CONHEÇA O CAMPEÃO MUNDIAL
A principal atração no encontro no Parque Brasil 500 foi a presença do atual campeão mundial de bumerangue, o mineiro de Patos de Minas, André Caxeta. “Eu conheci o bumerangue durante uma aula de física”, conta o atleta de 34 anos, que conversou com o Esportes Já durante a última semana, antes do evento em Paulínia. “O professor estava explicando sobre mecânica dos fluidos, aí o meu colega de sala, o Ildelbrando Moraes, comentou comigo sobre a semelhança da aerodinâmica.”
Ele lembra que levou mais de uma semana para acertar o primeiro arremesso. Basicamente, o bumerangue é lançado pelo jogador, que precisa apanhá-lo na volta. Para acertar, há uma técnica que envolve forma de arremesso e pegada, levando em consideração também a movimentação do vento. Nas competições oficiais, a prática acontece basicamente em seis modalidades.
Para Caxeta, o bumerangue é terapêutico. “É um esporte relaxante, eu comecei a jogar por causa da tensão na faculdade”, conta o mineiro, que também é engenheiro civil, jogador de beach tennis, lutador de kung fu e praticante de musculação. No bumerangue, ele também já foi campeão mundial em 2014, ficou em terceiro lugar no campeonato europeu e conquistou o brasileiro oito vezes. Para alcançar bons resultados, ele encara com seriedade a prática.
“Eu treino praticamente todos os dias. Quando não estou fazendo musculação, eu estou no campo. Não dá para jogar todos os dias porque o braço não aguenta, é um esporte que desgasta muito fisicamente.”
ATRAÇÃO
Hoje, a região de Campinas é um dos polos que mais atraem praticantes de bumerangue no Brasil, segundo Santos. Projetos para que o esporte seja mais difundido estão em curso, afirma o atleta. “A pretensão é criar em Paulínia mesmo clínicas e atividades lúdicas para que as pessoas conheçam a prática e crianças possam ter contato com o bumerangue. Estamos pensando em uma ação social já a partir de 2024.” A entidade que rege a modalidade no Brasil é a Associação Brasileira de Bumerangue (ABB).
Grupo reunido no litoral paulista durante o campeonato estadual disputado neste 2023 (Divulgação)
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