O skate pede passagem

Campinas abriu o mês de julho movimentando a galera do skate. Um evento na Lagoa do Taquaral, no último dia 2, atraiu cerca de 100 praticantes, entre iniciantes, amadores, categoria feminina e um grupo da terceira idade. Houve competição, distribuição de medalhas e muita vibração do público de, aproximadamente, 400 pessoas. Foi a primeira ação organizada pela Associação Campineira de Skate (ACSKT), criada no final do ano passado. Reuniões da entidade com a Secretaria de Esportes e Lazer projetam para este ano novas atividades em Campinas, que se estrutura para ser um importante polo nacional da modalidade.

“Estamos nos organizando para iniciar as aulas de skate ainda neste mês de julho nas pistas do Taquaral e do distrito de Barão Geraldo”, diz o presidente da associação, André Valencio, de 49 anos, que enfatiza outras pautas nas reuniões com a Prefeitura, como a criação de um circuito da modalidade street em Campinas com pelo menos três etapas por ano, e a realização de um evento no Centro no próximo mês. “O esforço é para não termos mais interrupções nas atividades e alcançar uma sequência de eventos. A associação fará a ponte com a Prefeitura”, explica André.

Uma das frentes nas quais a ACSKT trabalha com a secretaria tem como foco a reforma de uma das pistas do Taquaral. A da modalidade street, inaugurada em março do ano passado com 800 metros quadrados de área, é elogiada e frequentada pelos skatistas. No entanto, a pista vertical, em formato de “u”, é bem mais antiga e está deteriorada. O espaço permite que o praticante “voe alto” e realize diversas manobras de rotação.

“Ali, precisa atualizar o que for possível em algumas transições e consertar a borda, chamamos de copping, onde o skatista inicia seu rolê na pista”, comenta André. “E tem alguns buracos também”. O presidente da ACSKT acredita que a construção tem cerca de 15 anos e ressalta a sua importância para a modalidade em Campinas. “O Matheus Melo, que representa a nossa cidade em competições internacionais, foi formado nessa pista”, explica. “Com a reforma dela, haverá mais espaço para o surgimento de atletas de performance”, acredita, acrescentando que vários praticantes têm mostrado potencial em Campinas. “Há uma galera andando demais, inclusive crianças, e que poderá se motivar ainda mais com a restauração da pista do Taquaral.”

Segundo levantamento da Prefeitura no ano passado, Campinas tem hoje 14 pistas de skate. Ainda há previsão de que duas das modalidades street e banks na Praça Santa Rosa, no Jardim Conceição, distrito de Sousas, sejam entregues até o final do ano, com custo avaliado em cerca de R$ 520 mil, recurso proveniente de emenda parlamentar e da Secretaria Municipal de Serviços Públicos. A Prefeitura também aguarda a aprovação do Governo do Estado para construir uma pista na Praça de Esportes Jorge Mendonça, no Parque Floresta, cujo projeto está finalizado.

Já as obras do complexo do Centro Olímpico de Skate, no Centro Esportivo de Alto Rendimento (Cear), no Swiss Park, ainda estão na fase de espera. Projeto, orçamento e memoriais estão finalizados e a expectativa é pela aprovação por parte da Caixa Econômica Federal para que o processo licitatório seja iniciado. O prazo estimado para a construção é de 15 meses. Orçada em R$ 20 milhões e custeada pelo Governo Federal, a obra deve atrair para Campinas os treinos da seleção brasileira de skate.