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O salto da ginástica brasileira

Rebeca Andrade garantiu o ouro inédito à ginástica brasileira no Pan-Americano de Santiago e empolgou o Brasil

Esportes Já
30/10/2023 às 08:43.
Atualizado em 30/10/2023 às 08:43

Rebeca Andrade brilhou no Mundial e no Pan-Americano (Ricardo Bufolin/CBG)

O salto praticamente perfeito de Rebeca Andrade na última terça-feira que garantiu o ouro inédito à ginástica brasileira no Pan-Americano de Santiago empolgou o País. Até mesmo quem é acostumado a “achar erros” no desempenho de atletas da modalidade em competições internacionais saiu da linha. Foi o caso da árbitra campineira Giovana Airoldi, que não se conteve ao comentar a performance histórica da brasileira, que rendeu até reverência da norte-americana Jordan Chiles, medalhista de prata na prova. “Sensacional, perfeito”, classificou.

Empolgação também não falta quando Giovana projeta o impacto que o atual momento da ginástica artística brasileira pode gerar a partir da base daqui para frente. Além de árbitra, ela é professora da modalidade na escolinha da Prefeitura de Campinas e já prevê uma lista de inscrição recheada no começo de 2024, quando as vagas começam a ser abertas. A procura, ano a ano, já é grande, o que normalmente impede o projeto de atender todas as pretendentes.

“No começo de 2023, tivemos uma lista com 170 inscritas e, ao longo do ano, fomos atendendo conforme as vagas iam surgindo. Estamos em outubro e acho que ficarão umas 30 sem serem contempladas, infelizmente”, diz a professora.

Inspiradas numa geração comandada por Rebeca Andrade que, dias antes do Pan, também brilhou no Mundial da Antuérpia, na Bélgica, cerca de 280 meninas na faixa de idade entre 5 e 13 anos integram atualmente a escolinha da Prefeitura. Os treinos acontecem no Ginásio do Taquaral e os eventos são voltados a iniciantes da modalidade, seja em competições ou apresentações. As que se destacam são encaminhadas para a equipe de rendimento, a GOC (Ginástica Olímpica Campinas), que mantém parceria com clubes da cidade e atrai investimento da Prefeitura.

“Para ser encaminhada, a menina precisa apresentar um perfil compatível com a ginástica competitiva e estar na idade entre 6 e 8 anos”, detalha Giovana. Um dos frutos da escolinha do Taquaral é Lívia Tateama, que conquistou medalha de bronze na prova de solo durante os Jogos Abertos do Interior, em São José do Rio Preto, disputados de 2 a 14 de outubro. Outra atleta de Campinas que se destacou na competição foi Ana Letícia Souto, formada no Clube Campineiro de Regatas. Ela foi prata no solo e bronze no salto e no individual geral. Campinas ficou em segundo lugar na classificação geral da modalidade.

TRAJETÓRIA

Por trás do trabalho de formação está Giovana, que neste ano completou 40 anos de ginástica. “Comecei aos 8, quando fui acompanhar minha irmã, que tinha sido recomendada à prática do esporte pelo médico. No fim, eu fiquei para a vida e ela fez algumas aulas e não quis mais”, lembra entre risos a professora, que ampliou seu envolvimento com a modalidade após se formar em Educação Física.

Como árbitra, também evoluiu, passando a atuar em competições internacionais depois de um período em ação em torneios regionais, estaduais e nacionais. Na função, teve seu grande momento quando participou da Olimpíada do Rio de Janeiro, em 2016. Sobre o momento da ginástica artística, Giovana considera que a geração atual colhe os frutos de anos de investimento. “É a solidificação de um trabalho”, avalia.

Giovana ao lado das meninas de Campinas durante a Virada Esportiva na cidade neste ano (Divulgação)

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