Seleção brasileira de futsal down celebra a conquista no torneio disputado na cidade de Antalya (Marcos Riboli)
A seleção brasileira estava em seu segundo dia de competição na Copa do Mundo de Futsal Down em Antalya, na Turquia, quando o principal nome da equipe, o pivô Renato Gregório, recebeu a notícia do falecimento de sua mãe no Brasil. Destaque do time da Ponte Preta, o atleta de 24 anos foi tomado pela tristeza, mas não permitiu ser vencido pelo desânimo. Com apoio dos companheiros, ele decidiu transformar a fato em um elemento motivador na competição. E na última segunda-feira extravasou de alegria.
Após a vitória por 7 a 4 em cima da anfitriã Turquia, o Brasil conquistou o tricampeonato mundial de forma consecutiva. Ao marcar 29 gols em seis jogos, Gregório foi o artilheiro do torneio e eleito, também pela terceira vez seguida, como o melhor jogador de futsal Down do mundo.
“Dedico esse título para a minha mãe e também para o pai do Marquinhos (Marcos Riboli, fotógrafo da Ponte Preta e da seleção, cujo pai faleceu no final de janeiro). Se não fosse minha mãe, eu não estaria aqui. Ela é quem me pedia para continuar jogando e não parar”, declarou. “Tenho certeza que ela está orgulhosa de mim agora.” Além de Gregório, a Ponte Preta foi representada na seleção pelo ala Rafael Gava, além de José Pexotão e Marcos Riboli na comissão técnica.
Renato Gregório terminou como artilheiro da competição, com 29 gols em seis jogos (Marcos Riboli)
A final da Copa do Mundo foi emocionante. Os turcos chegaram a abrir 4 a 2 no placar, mas Gregório fez a diferença para o Brasil. Ele marcou seis gols na decisão. Para o atleta, a Turquia e o México foram os adversários mais difíceis. Os mexicanos foram batidos na estreia por 7 a 3, enquanto os anfitriões enfrentaram os brasileiros também na primeira fase e perderam por 5 a 2.
O Brasil ainda superou a Itália duas vezes, na primeira fase e na semifinal pelo placar de 12 a 3 e 11 a 3, respectivamente, e também aplicou 9 a 1 em Portugal. No total, os campeões marcaram 51 gols e sofreram 16, com aproveitamento de 100%. Antes da conquista na Turquia, o Brasil foi campeão da Copa do Mundo de 2019, em Ribeirão Preto, e de 2022, em Lima, no Peru.
FUTSAL DOWN EM CAMPINAS
A Ponte Preta S21 segue como uma das principais referências do futsal Down do Brasil. O projeto existente desde 2019 e atualmente atende mais de 100 participantes a partir dos 4 anos de idade no masculino e feminino.
Em junho do ano passado, o Guarani seguiu na mesma linha e também lançou seu projeto de inclusão. Em parceria com a Prefeitura, o StarS21 tem mais de 40 inscritos e neste ano planeja a participação no campeonato brasileiro que será realizado em Campos do Jordão entre os dias 9 e 15 de dezembro. Um dos destaques do time é Theo Tasca, de 9 anos, que joga no meio dos adultos e dá show, segundo Rodrigo Giunji, um dos fundadores e coordenador do projeto.
“O Guarani me procurou na Prefeitura solicitando orientação e eu ajudei a implantar o trabalho”, conta Giunji, que é coordenador de políticas públicas para pessoas com deficiência na secretaria de assistência social.
Disputar um Dérbi Down está entre os planos do Guarani. No entanto, Giunji reconhece que a associação do lado verde de Campinas ainda precisa de um amadurecimento maior antes de encarar a rival. “Temos que seguir dando um passo de cada vez. A ideia é de que Campinas seja uma força não só no futsal Down, mas também no esporte paralímpico.”
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