Festival Nade Bem faz parte do projeto de resgatar a natação competitiva do Regatas
Primeira etapa do festival aconteceu em maio, no Clube Fonte São Paulo (Divulgação)
A unidade do distrito de Sousas do Clube Campineiro de Regatas e Natação promove, na manhã do próximo sábado, a segunda de três etapas do Festival Nade Bem, voltado para crianças e adolescentes entre 6 e 16 anos. O evento, que também tem a participação do Clube Fonte São Paulo e do Clube Atlético Valinhense, deve reunir cerca de 200 participantes. Organizada pelo Regatas, a ação não se restringe a ser apenas um espaço para a diversão, mas está inserida em um contexto mais amplo: o clube projeta voltar a ser representativo na natação competitiva.
Tradicional na modalidade no passado, com nomes de destaque em grandes eventos como o recordista José Sylvio Fiolo, o Regatas busca voltar às origens e justificar o nome que carrega. A meta é retomar as equipes de competição e lutar por medalhas em disputas regionais, estaduais e nacionais. O Nade Bem é considerado um primeiro passo para a mudança de mentalidade entre os jovens associados que participam das atividades nas piscinas do clube no dia a dia.
“Nos reunimos com a Fonte São Paulo e o Clube Valinhense para criar o evento. A ideia é incentivar a competição, mas em formato de festival”, diz o nadador olímpico Cassiano Leal, que desde o início do ano está à frente do novo projeto de natação do Regatas. “Nas disputas, todos ganham medalhas, mas existe um índice para atingir e ganhar a de ouro, assim como a de prata e a de bronze. Dessa forma, incentivamos as crianças a buscar melhorar seu tempo. A ideia é convidar mais clubes no ano que vem.”
A primeira etapa do Nade Bem aconteceu em maio, na Fonte, e teve como estilo fixo o nado costas. Na disputa do Regatas, o nado peito será aplicado, e na competição no Valinhense, que será em novembro, o foco estará no nado borboleta. “O nado crawl (estilo livre) está presente em todas as etapas, assim como o revezamento, que é o preferido das crianças”, detalha Leal, enfatizando também o formato do evento, que busca estar alinhado com as competições oficiais. “Temos aquecimento e desfile com o hino nacional”, afirma. “No festival, também faço demonstração dos quatro estilos dentro da piscina.”
ESPÍRITO COMPETITIVO
Representante do Brasil na Olimpíada de Atlanta em 1996 e medalhista de bronze em campeonatos mundiais e de prata em Pan-Americanos, Cassiano Leal aceitou o desafio da direção do Regatas em redefinir a natação do clube com espírito competitivo. Ele conta que no dia a dia, as atividades práticas se desenvolvem junto com muita conversa motivacional.
“Primeiro eu fiz uma reunião com as crianças e pais para contar minha história, experiências e o que pretendia fazer no clube. No dia a dia, eu falo de treinamento e não aula. Insiro tiros de velocidade e ritmo com controle de intervalo”, relata.
Durante a Olimpíada de Paris, a programação foi diferenciada. “Fizemos uma tarde olímpica, falando sobre a história dos Jogos. Também assistimos algumas provas junto com as crianças, comentando e falando de cada atleta.” Leal comenta que a resposta dos alunos é animadora. “Os pais comentam que os filhos mudaram a mentalidade, cobram presença e sempre perguntam quando será a próxima etapa do festival.”
2025
A ideia é formar as primeiras equipes de competição no início de 2025 e que seriam integradas não apenas pelos destaques, mas também por aqueles que, segundo Leal, têm atitude de atleta. “Os mais competitivos gritam muito pelos companheiros. E sempre observamos aqueles que querem mais”, diz o professor.
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