Ana Carolina Morelli está na reta final de preparação para cair na água em uma das mais tradicionais maratonas aquáticas do mundo
Com meta de percorrer os 36km do trajeto entre Capri e Napoli em 10h, Ana Carolina Morelli se concentra e adapta sua rotina para não perder o foco (Divulgação)
Depois de ganhar medalhas no Campeonato Mundial de Esportes Aquáticos da World Aquatics em fevereiro, em Doha, no Catar, a nadadora de Campinas Ana Carolina Morelli, de 33 anos, entra na reta final de preparação para o maior desafio de sua carreira. No dia 28 de junho, ela estará entre os participantes daquela que é considerada a mais charmosa maratona aquática do mundo, a Capri-Napoli, na Itália. A meta é percorrer os 36km do trajeto em 10h.
“Estou me preparando muito e desfrutando de cada momento. O objetivo é completar o processo, seguir o planejamento e chegar no dia preparada para fazer uma boa prova”, diz Ana Carolina, que praticamente não teve tempo de descanso depois de conquistar uma medalha de ouro, duas de prata e outra de bronze com a seleção brasileira master na competição do início do ano.
Após nadar nas piscinas de Doha, a nadadora desfrutou de um passeio por Istambul, na Turquia, antes de retornar ao Brasil e já começar a colocar em prática o planejamento para a travessia Capri-Napoli. “Nadadora não pode ficar muito tempo longe da água”, justifica.
Os treinos seguem uma rotina de horas dentro da piscina, trabalho de musculação e também desempenho em mar aberto e represa. As atividades são orientadas pelo seu treinador, Samir Barel, especialista em maratona aquática. “Estou adaptando minha rotina para dar foco nos trabalhos de resistência, mobilidade articular e estabilidade de tronco”, detalha.
EXPERIÊNCIA
Não é a primeira vez que Ana Carolina encara um longo percurso mar adentro entre uma braçada e outra. Em 2021, ela realizou o desafio de completar um trajeto de 37km entre as praias de Meros e Abraãozinho, em Ilha Grande (RJ). Ela ainda bateu o recorde da categoria, ao fazer a travessia em apenas 12 horas e 32 segundos.
O evento representou um momento inédito na carreira da atleta, que até então competia apenas em provas de 50m e 100m na piscina. “É um ambiente totalmente diferente da piscina, onde nós temos o controle de tudo. As condições climáticas interferem diretamente no nado, como corrente marítima, temperatura da água, vento e ondulações”, compara.
O desempenho a credenciou a participar da maratona na Itália, que, diferentemente do desafio em Ilha Grande, será uma competição, com dez nadadores buscando o melhor resultado, da largada até a linha de chegada.
CARREIRA
Formada em Educação Física e Administração de Empresas, Ana Carolina nada desde os 6 anos de idade. “Quando criança, eu que insisti para minha mãe me levar na escola de natação. Comecei no Círculo Militar. E logo no primeiro dia, antes de começar a aula, eu mesma decidi mergulhar na piscina e já sai nadando. Claro que não tinha técnica nenhuma, mas já mostrava desenvoltura. Por isso, as competições entraram cedo na minha vida”, conta.
Antes do desafio em Ilha Grande, ela já tinha no currículo títulos importantes na piscina, como do pan-americano e sul-americano master. Mas seu grande momento veio em agosto do ano passado, quando ganhou um presente de aniversário mais do que especial. Na semana em que completou 33 anos, conquistou 2 ouros, 1 prata e 3 bronzes no primeiro Mundial Master de Natação de sua carreira, em Fukuoka, no Japão. Depois em Doha, no início deste 2024, voltou a subir no pódio em um Mundial da categoria.
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