Eduardo Leme Medeiros, de 13 anos, foi ouro nos 50m costas, 50m livre e 100m livre (Divulgação)
Eduardo Leme Medeiros tem apenas 1,26m, mas quando cai na água vira um gigante. O garoto de 13 anos, que tem nanismo, foi o destaque da Associação Paralímpica de Campinas (APC) nas Paralimpíadas Escolares 2024 ao ganhar três medalhas de ouro na natação, classe S6 (deficiência física moderada). Três atletas representaram a APC na competição. No atletismo, Roberta Vitória Santos Siqueira, de 12 anos, ganhou dois bronzes, enquanto Victor Silva Vieira, de 17, teve como melhor resultado um quarto lugar.
O evento, considerado o maior do mundo para jovens com deficiência em idade escolar, foi disputado de 25 a 29 de novembro no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo. A edição de 2024 recebeu 2.013 atletas de 26 estados brasileiros e do Distrito Federal. Este é o maior número de participantes da história. Os inscritos superaram os 1.800 da edição de 2023, recorde até então. Com 646 pontos, São Paulo foi o estado campeão, seguido por Santa Catarina e Minas Gerais.
"Muitos dos nossos atletas paralímpicos começaram suas carreiras nesse evento", diz Ramon Pereira de Souza, diretor de Desenvolvimento Esportivo do Comitê Paralímpico Brasileiro. "Em Paris, dos 55 atletas na faixa etária abaixo de 23 anos, 52 participaram das Paralimpíadas Escolares. Enfim, na atual conjuntura, trata-se do principal palco para a descoberta de novos talentos."
Os números servem de incentivo para Eduardo, o "pequeno gigante" da APC. "Meu plano é chegar a uma Paralimpíada, a um Mundial, disputar também o Brasileiro, competições estaduais e ter reconhecimento na natação dentro do Brasil", projeta. O jovem subiu no lugar mais alto do pódio nas provas de 50m costas, 50m livre e 100m livre. Pela segunda vez Eduardo participa do evento. Em sua estreia, no ano passado, ele ganhou a medalha de prata nos 50m livre. "A natação é muito importante, me ajuda a desenvolver o físico, a força, a respiração e a cabeça. Ajuda também na concentração na hora das provas na escola", relata.
A mãe Cláudia Leme conta que Eduardo começou na natação em 2021, aos 10 anos de idade. "Ele estava em um evento numa escola e houve essa conexão com a APC", lembra. "E eu sempre senti a necessidade em colocálo em um esporte para ter um desenvolvimento pessoal e físico." Claudia destaca a dedicação do filho. "A partir de quando começaram as competições, ele teve a certeza que queria mesmo a natação."
Luiz Marcelo Ribeiro da Luz, diretor de Projetos da APC, salienta as ações da entidade voltadas à formação esportiva. "Depois da pandemia, procuramos ampliar o atendimento às crianças e jovens em idade escolar. Nossa avaliação é que estamos no caminho certo na descoberta de novos talentos, mas o processo é longo e requer apoio."
Entre os representantes da Associação no evento em São Paulo, Roberta Vitória também mostrou talento no atletismo. Logo em sua primeira participação, ela conquistou pódio nos 100m rasos e no arremesso de peso na classe T21 (Síndrome de Down). Já Victor, que tem paralisia cerebral, ficou em quarto lugar nos 400m e em sexto nos 100 rasos.
Siga o perfil do Correio Popular no Instagram