Bangu espera mostrar bom desempenho na divisão principal do Campeonato Amador (Thiago Pires Photo)
Em congresso técnico realizado na quinta-feira, dia 20 de março, a Liga Campineira de Futebol (LCF) definiu a divisão das chaves da Série A do Campeonato Amador RMC, cuja largada será disputada no próximo domingo em diversas praças esportivas de Campinas.
Segundo o sorteio feito na presença dos dirigentes, na sede da Liga Campineira, as equipes foram divididas em cinco grupos e vão disputar um turno único classificatório. Os três primeiros colocados estarão classificados ao mata-mata, além do quarto colocado com melhor campanha.
O Grupo 1 terá as equipes do Unidos Campos Elíseos, Viela E.C, Matina, Ajax Satélite, São Bernardo e Vasco do Itatiaia. O Flamengo do Jardim Santa Mônica está inserido no Grupo 2 juntamente com Bartira´s, Chapadão, Parma, Dic City e Icaraí, vice-campeão da Copa Irdival Frezzato em 2023, competição que antecedeu o Campeonato Amador.
No Grupo 3, o Grêmio Cafezinho tentará fazer jus a sua tradição de time grande da cidade. Para isso, a equipe terá que passar por Verona, Kebrada, Fumaça no Ar, Cruzeirinho e Bangu Futebol Clube. Atual campeão da Série Ouro A, torneio promovido pela prefeitura de Campinas e vice campeão do Campeonato Amador da LCF, o Parque Brasília terá que confirmar o seu favoritismo no Grupo 4 contra as equipes do Só Molekys, Oziel, 31 Novo Horizonte, Família e Renascença. O Grupo 5 terá como componentes os times da Vila Rica, Lafayete, Jacaré, CDHU, Portelinha e São Fernando.
O principal atrativo da competição é que, além da premiação em dinheiro, os clubes não pagam taxa de arbitragem, que fica sob a responsabilidade da Liga Campineira de Futebol, que neste ano promoveu um curso para formação de novos árbitros e foi encerrado no dia 19 de março.
SOBREVIVÊNCIA
Cada equipe entrará com objetivos distintos na Série A. Se existem favoritos como o Grêmio Cafezinho e Parque Brasília, outras camisas têm o desejo de sobreviver em um ambiente cada vez mais influenciado pelo fator econômico. Exemplo disso é o Oziel Futebol Clube, inserido no Grupo 4. Presidente da equipe, José Almeida, o Zangão, afirma que a criação da equipe, em 2002, já foi forjada a partir do instinto de sobrevivência. Ele relembra que não exibia a qualidade adequada para jogar futebol.
Em determinado dia, foi convidado para ser auxiliar de uma equipe que surgia no Parque Oziel . Foi o impulso necessário para começar a chamar garotos do próprio bairro para formatar seu próprio esquadrão. “Fui chamando um por um e hoje toda a nossa diretoria é formada por ex-jogadores”, contou Zangão.
Sem o poderio financeiro dos concorrentes, Zangão conta com orgulho que a equipe auxiliou crianças e adolescentes a não caminharem pela trilha tortuosa das drogas e do crime. “Toda vez que a gente aparece em um bairro de Campinas sempre tem alguém para nos agradecer. São pessoas que viraram pais de família e não se desviaram”, relembrou.
Por tais características, Zangão confia no trabalho do técnico Ednaldo, o Naldo, que conhece as características históricas do Oziel Futebol Clube e tentará formatar uma campanha digna na divisão principal do Campeonato Amador e assim apagar os altos e baixos vividos na temporada passada. “Não foi um bom ano (em 2024). Não conseguimos nos classificar (nas competições)”, pontuou.
A expectativa seria melhor caso estivesse com atletas que, neste ano, foram seduzidos pelas propostas dos gigantes do futebol amador. “Tem equipe que não tem jogador do bairro, são todos de outras localidades. Mas não é errado porque o regulamento permite”, esclareceu.
LUTA PELO TÍTULO
Se a equipe do Oziel tentará subir de patamar, o Bangu Futebol Clube tem claro o seu objetivo: lutar pelo título. Segundo Richard Maia, integrante da diretoria executiva, todos os esforços foram executados para viabilizar uma equipe competitiva e que consiga superar as principais forças. “Conseguimos permanecer com a base que estava no ano passado. Fizemos contratações para agregar e estaremos fortes neste ano”, prometeu o dirigente.
Pelo planejamento estabelecido, a meta é fazer prevalecer o mando de campo, com apoio de uma torcida fanática e presente nos jogos. “Já faz quase dois anos que não perdemos em casa e nem em amistoso. O foco é tirar os pontos fora de casa para chegarmos as finais”, revelou Richard Maia, que não acredita na validade de realizar amistosos devido a própria dinâmica do futebol amador. “E uma logística que não funciona. Porque marcamos horário, local e depois não temos o retorno que esperamos do jogador. O melhor é sustentar a base, contratar cinco ou seis jogadores e ir direto para o campeonato”, arrematou.