Larissa achou que não estaria nos Jogos de Paris após precisar passar por uma cirurgia no joelho; recuperação mental foi ainda mais árdua do que a física (Wander Roberto/COB)
A segunda medalha brasileira no judô na Olimpíada de Paris-2024 veio com Larissa Pimenta neste domingo. Depois de cair nas quartas de final para a francesa Amandine Buchard, a judoca superou a repescagem e garantiu o terceiro lugar na categoria até 52kg. Na disputa da medalha, ela superou a italiana Odette Giuffrida.
"A ficha não caiu. Foi muito especial. Estou muito feliz, em êxtase. Desde o momento que pisei no tatame, eu falei que merecia. Era difícil acreditar em mim, mas eu consegui", disse a atleta à Caze- TV.
Durante toda a luta com a italiana, Larissa foi quem ficou mais perto de encaixar golpes. Porém, o combate foi parelho, e a brasileira recebeu duas punições. O empate persistiu levando a decisão do bronze ao golden score. A brasileira se mostrou com mais fôlego. Larissa não conseguiu encaixar o golpe, mas a adversária recebeu três punições e foi derrotada. Pelas regras da modalidade, três punições determinam o fim da luta e a derrota da judoca punida.
"Toda luta foi um desafio. Hoje eu estava muito confiante. Foi uma luta muito difícil, eu nem sei o que aconteceu. Começou a faltar oxigênio, eu nem sabia mais o que estava fazendo. Só pensava que eu merecia essa medalha", completou a paulista de 25 anos.
Durante sua trajetória até a medalha, ela passou por Djamila Silva, de Cabo Verde, por ippon, pela britânica Chelsie Giles, por waza-ari, mas acabou perdendo diante da francesa Amandine Buchard, por waza- ari.
A brasileira se recuperou com um ippon no Golden Score contra a alemã Mascha Ballhaus, e derrotou a italiana Odette Giuffrida para ficar com a tão sonhada medalha.
O bronze de Larissa Pimenta é a 26ª medalha do judô brasileiro na história das Olimpíadas.
CONFIANÇA
Larissa caiu nas quartas de final e precisou passar pela repescagem para ficar com o bronze. Ela revelou que uma cirurgia no joelho a fez desacreditar na sua capacidade de participar da Olimpíada de Paris. Mas, com um trabalho psicológico, ela recuperou a confiança e mentalizou seu foco em ganhar uma medalha, não somente participar dos Jogos.
"Participar não é o suficiente para mim. Sempre entendi que merecia mais do que isso. Nesses três anos do ciclo olímpico, me senti vulnerável. Sempre achei que fosse forte. Ano passado, fiz uma cirurgia no joelho que me fez deixar de sonhar com a Olimpíada. Disse para minha mãe: 'Não consigo mais'. A sensação era de que nunca mais fosse andar. Tive muito mais dificuldade mental do que física na minha recuperação. Eu me sinto merecedora de tudo o que passei", afirmou a judoca.
Larissa não escondeu a emoção e contou que durante todas as lutas sua concentração era tanta que não se interessou por saber quem eram suas adversárias e como estava o placar.
"Olimpíada é Olimpíada é o que diz o meu técnico Leandro Guilheiro. Nem vi minha chave, só a primeira luta. Para ganhar a medalha tinha de passar por todas. Sinceramente, eu não estava nem aí sobre quem eram minhas adversárias", concluiu.