FAIXA PRETA

Judô, gerações que vão da base ao topo

Treinadora de Campinas, comanda adolescentes da Associação Campineira no Brasileiro

Esportes Já
02/10/2023 às 09:06.
Atualizado em 02/10/2023 às 09:06

A faixa vermelha e branca: símbolo de elevada graduação no judô (Divulgação)

O Campeonato Brasileiro de Judô que aconteceu neste final de semana em Curitiba simbolizou o momento marcante pelo qual passa a modalidade em Campinas. A competição destacou a força de duas gerações. De um lado, atletas do sub-13 e sub-15 tiveram a oportunidade de competir entre os melhores do país dentro de suas categorias depois de alcançarem resultados importantes a nível estadual. Do outro, uma ‘sensei’, que conquistou uma graduação inédita no judô da região neste segundo semestre, esteve na capital paranaense como técnica após ser selecionada para acompanhar a delegação paulista.

Ângela Megumi Kosaihira e Lívia Souza Tateama chegaram a Curitiba ao alcançarem o vicecampeonato paulista nas categorias sub-13 e sub-15, respectivamente. Junto com elas, Luigi Rodrigues Facchini, campeão estadual no sub-13, também competiu. O trio da Associação Campineira de Judô (ACJ) inicia uma trajetória que a técnica Priscila Leite Cardoso Branco conhece bem. Afinal, com 16 anos ela já era faixa preta. E hoje, prestes a completar 46, a treinadora da ACJ e da equipe paulista que competiu em Curitiba tem uma história vitoriosa para contar.

Em cerimônia realizada no último dia 17 de agosto na Confederação Brasileira de Judô (CBJ), Priscila se tornou a primeira mulher da Região Metropolitana de Campinas a obter o título de Kodansha. Trata-se do sexto nível de graduação dentro da faixa preta e alcançado somente por praticantes que já demonstram uma alta capacidade técnica e comprovam eficiência no ensino e pesquisa dentro da modalidade.

“A faixa preta não é o último estágio do judô”, explica Priscila. “Dentro dela há graduações chamadas de dans. A partir do sexto dan, a faixa se torna vermelha e branca e o atleta recebe o título de Kodansha”, esclarece. Para ela, a conquista coroa uma trajetória de dedicação ao esporte e impõe um nível maior de responsabilidade. “Me sinto retribuindo às pessoas que apostaram em mim e fazem parte da minha vida”, afirma.

Neste 2023, Priscila completa 30 anos de faixa preta. Durante esse tempo, ela permaneceu os últimos 13 dentro da quinta graduação antes de consolidar o avanço para a faixa vermelha e branca. Agora, ela foca para níveis maiores. O décimo dan é o estágio mais elevado do judô e, uma das condições para alcança-lo é ter, no mínimo, 69 anos de idade. Nesse ponto, a faixa é vermelha.

TRAJETÓRIA

Ao ver jovens competindo, como Ângela, Lívia e Luigi, a campineira Priscila não tem como evitar as lembranças da história que escreveu, cujo início foi com 8 anos de idade, quando ela começou a dar os primeiros passos na modalidade. “Eu era uma criança muito tímida e o judô entrou como uma diversão”, lembra. “O tempo passou e a brincadeira virou coisa séria.”

Como atleta e treinadora, ela representou o Clube Concórdia e as medalhas foram se acumulando em competições regionais, estaduais, nacionais e internacionais. Foi uma época na qual poucas mulheres faziam parte do universo do judô. “Hoje, a representação feminina é bem maior, mas ainda estamos muito longe da igualdade”, afirma. Também foi um período com maiores restrições para alcançar uma vaga olimpíada. “Não havia o nível de organização que a CBJ atingiu nos dias atuais”, compara ela, que já participou de seletivas, mas nunca disputou os Jogos.

Os títulos, no entanto, Priscila enxerga como elementos coadjuvantes dentro de sua história. O que fica marcado na caminhada, afirma, é o aprendizado proporcionado pelo judô. “Só peço condições para continuar praticando, ensinando e educando as crianças a se tornarem seres humanos de bem.”

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