HISTÓRIA

Guarani e Ponte no Paulista; uma viagem pelo tempo

As cobranças de falta de Dicá e os gols de Jorge Mendonça estão registrados na memória do torcedor

Esportes Já
16/01/2023 às 09:51.
Atualizado em 16/01/2023 às 09:51

Jorge Mendonça e Dicá (Arquivo Cedoc)

A história do Campeonato Paulista, competição que começou neste final de semana, obrigatoriamente passa por Guarani e Ponte Preta. Falar da trajetória da principal competição estadual do país sem lembrar do futebol de Campinas é incorrer em um grave erro. E curiosamente, a cidade carrega essa importância sem nenhum dos dois times ter levantado o caneco do Paulistão. O que prevalece são os grandes times, craques, além das partidas e campanhas memoráveis que deixaram marcas em várias gerações.

E entre os dérbis memoráveis, as cobranças de falta de Dicá, os gols de Jorge Mendonça, a Ponte de 1977, o Guarani de 1981, sem contar outros tantos momentos, há livros e livros a serem escritos. Hoje, a Ponte está na Série A-2, situação que foi vivida pelo clube em outras oportunidades, como nos anos 60. 

Foram nove anos na divisão de acesso, após o rebaixamento no primeiro ano da década. No período, o time bateu na trave duas vezes, com a volta à elite escapando por pouco, em 1961, contra a Prudentina, e em 1964, diante da Portuguesa Santista. Em 1969, a história foi diferente.

Comandado por Cilinho e depois por Zé Duarte, a equipe tinha essa base: Wilson; Nelson, Samuel, Araujo e Luisinho; Teodoro e Roberto Pinto; Alan, Dicá, Djair e Adilson. A campanha foi praticamente perfeita: em 15 jogos, foram 13 vitórias, um empate e apenas uma derrota, sofrida justamente no jogo do título – 3 a 1 para a Francana, resultado que não interferiu na conquista.

O susto, entretanto, viria. Um recurso impetrado pela mesma Francana na Justiça alegando irregularidade na escalação do ponta esquerda pontepretano Adilson em partida contra a Linense poderia tirar o título e o acesso da Macaca. O alívio veio com a decisão da Justiça em rejeitar o recurso e manter a conquista alvinegra.

O Guarani, por sua vez, carregou de 1949, ano do acesso, até 2001, quando caiu, o orgulho de ser o único time do Interior a não sofrer rebaixamento. E no período, são incontáveis os grandes times e campanhas memoráveis. Um dos anos em que os dois cenários convergiram foi em 1988.

O time era um dos melhores do Brasil, com uma defesa sólida, formada pela dupla de zagueiros Vágner Bacharel e Ricardo Rocha; o meio de campo tinha as experiências de Paulo Isidoro e Barbieri e a habilidade de Boiadeiro; e o ataque com Neto, Evair e João Paulo dava o toque praticamente perfeito àquela formação comandada pelo técnico José Luiz Carbone.

Favorito ao título, o time chegou à final. E o primeiro jogo decisivo contra o Corinthians, no Morumbi, entrou para a história por causa de um gol mágico. O cruzamento veio da direita, na entrada da área e sem muita altura. Ninguém esperava que pudesse resultar em alguma jogada perigosa. Mas a bola era para Neto e ele surpreendeu. O craque jogou o corpo no ar e, de bicicleta, golpeou a bola como se batesse uma falta. O goleiro Ronaldo, hoje comentarista, nada pôde fazer. “Eu sou f...”, gritou o bugrino na comemoração. 

O jogo terminou empatado em 1 a 1 e, no Brinco de Ouro, na segunda partida decisiva, o então menino Viola garantiu o título ao Corinthians. Apesar do desfecho indesejado para o Guarani daquele campeonato, o gol de Neto se transformou em uma página importante do Campeonato Paulista, entre tantas outras registradas pelo futebol campineiro.

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