Grupo Ânima, formado na Unicamp, já esteve por duas vezes no Gymnaestrada Mundial, que é considerado omaior evento de ginástica de demonstração do mundo (Divulgação)
Histórias para contar não faltam, e todas embaladas por sorrisos, abraços, respeito, reverência e comunicadas, principalmente, no universo da expressão corporal. Esse é o ambiente que cerca as reuniões matutinas de domingo entre mulheres na Faculdade de Educação Física da Unicamp. Em cada encontro, as hoje esposas, mães e profissionais têm a oportunidade de voltar no tempo para reviver a garota que um dia abraçou a ginástica, seja ela artística ou rítmica, como forma de existência. Ali, elas são somente amigas e ginastas que se divertem e interagem, assim como foi um dia e, agora, volta a ser - pelo menos numa manhã de domingo.
As reuniões dominicais, aliás, servem como combustível para voos mais altos. Afinal, os encontros são do Grupo Ginástico Ânima Unicamp, que já tem uma história em Campinas e é fortalecido pelas histórias de suas componentes, atletas experientes e com uma trajetória importante na cidade. O grupo foi criado em 2013 e está envolvido na atividade Ginástica para Todos, uma prática demonstrativa e inclusiva que alia várias formas de expressão corporal. “Atualmente somos cerca de 30 mulheres entre 35 e 73 anos e 90% das componentes são professoras de Educação Física e ex-integranteS do Grupo Ginástico Unicamp”, explica Laurita Marconi Schiavon, de 49 anos, coordenadora do grupo.
O Ânima já tem duas participações no Gymnaestrada Mundial, considerado o maior evento de ginástica de demonstração do mundo, em 2015, na Finlândia, e em 2019, na Áustria. Agora, elas se preparam para participar do Festival del Sole na cidade italiana de Riccione, na Itália, entre 30 de junho e 6 de julho. O Ânima será o único conjunto brasileiro no evento, que está em sua 17ª edição.
“O Grupo Ginástico Unicamp participou da 3ª edição há mais de 20 anos. E agora o Ânima volta a representar a Unicamp nesta edição”, diz Laurita.
Quem estará viajando com o Ânima pela primeira vez para o Exterior é a professora de ginástica artística Giovana Airoldi, de 49 anos. Ela conta como foi seu envolvimento. “Eu sabia da existência do grupo, mas a rotina com filho pequeno e compromissos profissionais e pessoais me impediam de participar. Depois da pandemia, achei que deveria fazer alguma coisa por mim”, conta. Para a ginasta, as reuniões e atividades representam uma terapia.
“Eu volto no tempo. Tive a oportunidade de reencontrar minha primeira professora de ginástica e foi uma felicidade”, comenta ela. “Os encontros são um momento de troca, apoio, ajuda, diversão, redescoberta de possibilidades e de fazer aquilo que mais gosto, que é a ginástica.
Empolgada com o evento na Itália, Giovana viajará junto com a filha, que completou 15 anos recentemente. “Vai ser uma possibilidade de comemorar o aniversário dela”, diz. Laurita, a coordenadora, fala da importância da presença dos filhos das integrantes nas reuniões. “O interessante é que, como a maioria é mãe, as crianças participam dos treinos do grupo, auxiliam, colocam a música, marcam as ginastas que faltaram, brincam ao lado, filmam e crescem juntas, vendo suas mães fazerem algo que amam.”
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