Time de 2001: equipe venceu o Dérbi por 6 a 2 no Campeonato Paulista (Arquivo)
A realidade do futebol feminino de Guarani e Ponte Preta atualmente está bem distante do contexto que envolve as principais competições da modalidade no país. O lado verde de Campinas até vislumbra a longo prazo estar entre os participantes da Série A1 do Campeonato Brasileiro, torneio de destaque no calendário nacional, cuja largada neste 2024 foi no último dia 15. Já a parte alvinegra vive do passado. O futebol feminino no Moisés Lucarelli terminou em 2021, sem perspectiva, por enquanto, de retorno.
No Guarani, uma parceria com a Prefeitura de Vinhedo garante a formação de equipes de base. Segundo o clube, uma peneira recente atraiu cerca de 800 meninas e os times estão em atividade. O Guarani afirma que o sub-15 e o sub-17 disputarão competições estaduais neste ano e o sub-20 ainda busca a inserção em um torneio.
“O Guarani está com categorias de base no momento e pretende expandir para o profissional, porém com estrutura e adequadamente para se manter e não ter que encerrar as atividades por falta de condições”, cita o departamento de futebol feminino do clube.
A Ponte, por sua vez, participou do Campeonato Brasileiro de 2017 até 2021 dentro do formato que começou a ser organizado pela CBF a partir de 2013, ano da primeira edição. O clube chegou a manter parcerias com a Prefeitura de Valinhos e com o Clube Bonfim, que tem tradição na modalidade. “Ganhamos muitos campeonatos, como torneios internacionais contra times da China”, lembra Carlos Alberto Miyasada, o Maguila, que foi técnico dos times de base das meninas da Ponte e está à frente do projeto Futebol Feminino Campinas apoiado pela Prefeitura.
Em 2012, Ponte goleou o Guarani por 5 a 2 com o time acima (Arquivo)
Coordenadora e técnica do projeto, Letícia Aparecida foi jogadora da Ponte entre 2020 e 2021. “A maioria das meninas nunca tinha jogado no âmbito profissional. Eram garotas do Bonfim que tinham qualidade, mas faltou uma preparação melhor”, conta, justificando o rebaixamento da equipe no Brasileiro em 2020, antes de a Ponte paralisar as atividades no ano seguinte, após a disputa da Série A2. “Mas foi um período de muito aprendizado”, lembra.
No Guarani, o futebol feminino fez história entre 1995 até 2011 e perdeu força nos anos seguintes. Foram 300 troféus conquistados entre as diversas categorias e modalidades, como futsal, soçaite e futebol de campo. Quando o clube encerrou as atividades, muitas migraram para Valinhos, principalmente as meninas das categorias sub-13 e sub-15. Uma delas é a zagueira Thaís Ferreira, hoje no Tenerife da Espanha e convocada para a atual seleção brasileira.
No período, o futebol feminino do Guarani contribuiu para que várias jogadoras mudassem de vida. Cerca de 40 meninas foram para os Estados Unidos jogar e estudar com bolsas de estudos e algumas construíram famílias no país norte-americano.
A Ponte Preta também chegou a ter um time forte no início do século, comandado pelo saudoso Zé Duarte. No Campeonato Paulista de 2001, as duas equipes de Campinas se enfrentaram e o Guarani, que chegou à semifinal, goleou por 6 a 2. O troco veio no Estadual de 2012, com duas goleadas da Ponte sobre o rival por 6 a 1 e 5 a 2.
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