Equipe de Campinas junto com o técnico Lucas Palermo, as jogadoras olímpicas Duda Lisboa e Ana Patrícia e outros integrantes da comissão técnica da Seleção Brasileira (Divulgação)
Potência mundial, o vôlei brasileiro deve muito do seu sucesso a Campinas. Clubes como Guarani e Fonte São Paulo, por exemplo, foram celeiros de grandes jogadores (as), entre os quais se destacam Vera Mossa e Maurício. Times formados na cidade, como Olympikus, Medley e agora o Renata, sempre estiveram entre os melhores do País. E a força regional na modalidade se estende para a areia.
A versão praia do vôlei campineiro não tem a mesma visibilidade da indoor, porém a tradição e o potencial são confirmados pela história e a consolidação de um projeto que se tornou vencedor. Pelas areias do Parque Taquaral já desfilaram muitas feras e novos talentos já seguem o mesmo percurso.
Coordenador do projeto de vôlei de praia de Campinas em parceria com a Prefeitura, Márcio Oliveira ressalta a importância da cidade no trabalho de manutenção e evolução da modalidade no cenário mundial. “As quadras do Taquaral, normalmente, fazem parte da preparação da Duda Lisboa e Ana Patrícia para competições internacionais”, conta Oliveira, referindo-se às representantes do Brasil na última Olimpíada e campeãs mundiais. Técnico da seleção brasileira, Lucas Palermo também tem uma íntima relação com Campinas. “Ele começou aqui, foi meu aluno e assistente”, revela Márcio.
Outro fator que ressalta a força de Campinas como polo importante do vôlei de praia foi a escolha da cidade para ser uma das sedes da seletiva da Confederação Brasileira de Vôlei na avaliação de jovens atletas no final de 2022. O trabalho da CBV na busca por novos talentos atraiu 35 aspirantes, entre 13 e 18 anos, às areias do Taquaral, e uma das jogadoras de Campinas chamou a atenção dos olheiros. “A Lívia, de 13 anos, está entre as selecionadas para futuras avaliações”, detalha Márcio.
Os melhores do mundo também conheceram as areias do Taquaral em 2015, quando Campinas sediou uma das etapas do Mundial. Entre as feras presentes estava Alison Mamute, que no ano seguinte se tornou campeão olímpico, no Rio de Janeiro, ao lado de Bruno Schmidt.
HISTÓRIA
O vôlei de praia ainda era tratado como uma brincadeira na areia, quando virou assunto sério em Campinas. Formado na Fonte São Paulo, o ex-jogador Djalma investiu em um projeto particular entre 1985 e 1986. Bem mais tarde, já nos anos 2000, o também ex-jogador Alexandre Pontel organizou, com o apoio da Prefeitura, um trabalho voltado para a formação. Em 2011, surgiu a Associação Campineira de Vôlei de Praia, da qual Márcio Oliveira está à frente desde então. “No total, são 20 atletas divididos entre as equipes adulta, sub-17, sub-19 e sub-21”, explica o coordenador.
Entre os destaques do trabalho, Márcio aponta os nomes de Luiz Felipe Bonilha, Matheus Brito e Gustavo Santos. “O Luiz é hoje o melhor jogador do Estado de São Paulo”, classifica o coordenador, referindo-se ao atleta de 24 anos. Já Matheus foi campeão mundial universitário e Gustavo conquistou o título em um torneio na Itália. Há três anos, Campinas também teve a convocação de Gabriel para a seleção brasileira sub-21.
Além do trabalho envolvendo equipes de formação e competição, o projeto atual também conta com uma parceria da Sociedade Hípica de Campinas, onde as atividades são voltadas, prioritariamente, ao lazer.
FUTURO
Membro fundador da Associação Brasileira dos Treinadores de Vôlei de Praia, entidade criada em dezembro de 2022, e com um vasto currículo como técnico, Márcio Oliveira celebra a parceria com a Prefeitura. No entanto, acredita que o projeto pode deslanchar ainda mais. “Agradecemos muito a Prefeitura pelo apoio, mas com certeza podemos voar se outras fontes de investimento surgirem. Potencial para isso temos.”
