Foco é permanecer na Série B

A derrota para o Guarani no dérbi 206, realizado no estádio Brinco de Ouro neste sábado, dia 02 de setembro, fez o técnico Pintado reforçar um discurso realista para a Ponte Preta na Série B do Campeonato Brasileiro. Ao contrário da promessa na sua apresentação, em que existia até a ambição de lutar pelo acesso, a comissão técnica agora considera que todas as forças devem ser direcionadas para a manutenção na segundona nacional. “Eu vim para a Ponte Preta para deixá-la na Série B. E vamos continuar na luta e eu vou conseguir. Essa é a minha obrigação. Gostaria de ter vencido o jogo do Ceará, o confronto com o Vitória, são jogos que deixamos escapar (a vitória) e que agora fazem falta (os pontos)”, disse o treinador durante a coletiva realizada na noite de sábado.

Pintado fez questão de enfatizar que compreende a dor do torcedor pontepretano, mas agora o momento é de colocar o pé no chão e empreender uma reflexão que alavanque a campanha no gramado e afaste qualquer risco de rebaixamento. “Essa dor poucos conhecem e entendem de perder um jogo como esse. Mas não podemos carregar isso. Temos um jogo muito difícil no próximo final de semana( contra o Sampaio Côrrea)”, disse o técnico.

A derrota, segundo ele, não pode apagar os aspectos positivos colhidos nos 90 minutos disputados no estádio Brinco de Ouro. “O segundo tempo poderíamos ter sido mais felizes no ataque e a gente vem sofrendo com isso. Saímos incomodados. Mas não acaba aqui o campeonato e a Ponte Preta é muito maior do que um jogo só”, vaticinou.

Pintado aproveitou para esclarecer que nunca existiu dúvidas fortes na formulação da escalação. O entrave encontrava-se nas informações que eram encaminhadas pelo Departamento Médico na semana de treinamentos. “Eu não tinha dúvida entre o André e o Paulo Baya. Era uma outra situação. O André vinha em recuperação de uma lesão muscular e isso me deixou em dúvida porque o campo estava molhado e isso iria exigir muito da parte física. Achei que não conseguimos encaixar no início do jogo e o Guarani encaixou”, disse o técnico Pintado. “Guarani aproveitou 20, 25 minutos (de bom futebol) e isso foi suficiente. Não vou dizer sorte, mas muita felicidade do Bruno (José) que acertou uma bola indefensável”, completou. 

Ao contrário do que alguns imaginam, Pintado acredita que o campo pesado não beneficiou a Macaca que, em tese, teria melhor preparo físico e maior força física. “O gramado pesou um pouco mais para nós que somos uma equipe um pouco mais pesada. A gente encontrou dificuldades. O Guarani tem um sistema bem armado em que eles aproveitam a velocidade dos jogadores de frente”, disse.

Em busca de um final feliz ao final das 38 rodadas, o técnico avisa que ações são buscadas dentro das condições financeiras da Macaca para encorpar o elenco na reta final da Série B. Acredito que temos que continuar trabalhando e buscar novas opções. A Ponte deve apresentar reforços. A nossa necessidade é muito clara porque nem só da parte física a gente vive”, analisou o técnico pontepretano. “Tenho certeza que vamos melhorar”, completou. O ataque da Ponte Preta tem 15 gols anotados em 26 rodadas.

Para o jogo contra o Sampaio Corrêa, no Majestoso, a comissão técnica já sabe que não contará com o centroavante André, suspenso com três cartões amarelos. Existe ainda uma dúvida sobre a participação do zagueiro Matheus Silva. Durante o jogo, aos 24 minutos do segundo tempo, a árbitra Edina Alves Batista aplicou advertência na direção do beque após ele dar entrada no atacante João Victor. Seria o terceiro cartão e a automática suspensão. No entanto, o cartão na súmula foi registrado para o volante Léo Naldi e não há registro de punição para Matheus Slva. Caso a súmula não seja modificada, o zagueiro fica liberado para enfrentar a equipe maranhense.

Independente da conjuntura, Pintado alertou sobre a necessidade de controlar um pouco mais o ímpeto no gramado e assim evitar os cartões. “Esse é o custo de ter tomado os cartões. Como a gente já falou outras vezes, a gente precisa se equilibrar um pouco melhor. Deveria ter um pouco mais de equilíbrio para não tomar os cartões”, explicou o comandante pontepretano.

A concentração, segundo o técnico, deveria ter sido redobrada, diante da conjuntura apresentada para o dérbi. “Em um jogo como esse, um jogo onde o campo está molhado, onde a bola é mais rápida,onde você vai ter esse tipo de embate físico, de corpo a corpo, a gente paga o preço de outros cartões que a gente tomou. A gente tem que solucionar, mas para isso a gente tem um grupo. Tanto jogador que quer jogar aqui, tem muito jogador se preparando para jogar, que agora é o momento de nos ajudar”, completou o técnico.