Projeto entre Prefeitura e Tozan atrai cerca de 400 crianças de 4 a 14 anos no Ouro Verde (Divulgação)
Depois dos japoneses aprenderem futebol com os brasileiros, os alunos parecem dispostos a retribuírem o favor. Uma comitiva formada por dirigentes e técnicos do país desembarca no Brasil nesta segunda-feira com o objetivo de difundir a prática do beisebol por aqui. E Campinas é um dos locais a serem visitados. Nesta terça-feira, o grupo estará na sede da ACA Tozan, clube de beisebol da cidade, que fica no Village Campinas.
O chamado Tour de Difusão do Beisebol na América do Sul acontece pela segunda vez, mas a primeira visita não incluiu Campinas. Trata-se de uma parceria entre a equipe profissional de beisebol Kochi Fighting Dogs (KFD), representada pelo CEO Jun Kitakomi, e o projeto Konitan da ex-jogadora profissional e ícone do beisebol feminino japonês, Mika Konishi. Na comitiva ainda haverá integrantes da província de Kochi-ken e da escola profissionalizante Ryoma Gakuen, representado pelo CEO Satake Shinichi. O intercâmbio conta também com o apoio da JICA (Japan International Cooperation Agency) no Brasil.
A agenda da comitiva inclui desembarque nesta segunda-feira. Nesta terça, além da Tozan, o Anhanguera Nikkei Clube de Santana de Parnaíba também será visitado. O ACENBI, de Indaiatuba, e o Nippon Blue Jays, de Arujá, serão os destinos do grupo japonês na quarta e quinta-feira, respectivamente.
ASCENSÃO
A visita coincide com um momento de ascensão do beisebol em Campinas. Um projeto social da Tozan em parceria com a Prefeitura, que existe há pouco mais de um ano e meio na região do Ouro Verde, já atrai cerca de 400 crianças de 4 a 14 anos, segundo Neusa Barbosa Delfino, de 43 anos, professora e responsável pelo projeto. Ela diz que levará 150 crianças para a sede da Tozan nesta terça na recepção à comitiva japonesa.
Neusa conta que o ponto alto do intercâmbio é a estadia de um técnico japonês em Campinas por dois anos. Durante esse tempo, o profissional estará na Tozan ministrando clínicas e demonstrando na prática, por meio de ensinamentos e treinos específicos, as técnicas do beisebol. Neusa acredita que o intercâmbio provoque um aumento expressivo de participantes do projeto social. “A expectativa é que dobre o número de alunos em dois anos”, contabiliza.
“Teremos a possibilidade de aprender muito, melhorar o nosso rendimento e obter materiais para a prática do esporte”, celebra a professora. “E, quem se destacar, terá ainda a possibilidade de ir para o Japão estudar ou treinar em um clube”, acrescenta. “Será um apoio muito importante e a expectativa é enorme.”
HISTÓRIA
O beisebol da Tozan existe desde 1959 e hoje as equipes do clube disputam campeonatos pela Federação Paulista de Beisebol e Softbol (FPBS) e Confederação Brasileira (CBBS).
Os principais clubes estão nos estados de São Paulo e Paraná.
Mateus Roberto Delfino, de 17 anos, filho de Neusa, é um dos destaques do time juvenil, com presença na seleção brasileira por três ocasiões, inclusive em um Mundial, na China.
Da seleção pré-infantil já participaram Kauan Santos (2016), Iago Sato Baltazar (2017 e 2019) e Gabriel Fujinohara Lorencio (2018).
O maior nome da Tozan é Rafael Ohashi, que deu seus primeiros passos no clube a partir de 2012. Em 2019, ele foi contratado pelo time profissional do Toronto Blue Jays, que disputa a Major League Baseball, nos Estados Unidos.
Outro que passou pela Tozan antes de virar profissional em Taiwan, em 2004, foi Kleber Ojima.
Em 1992, ele ajudou o clube campineiro a conquistar o vice-campeonato brasileiro.
Técnicos e jovens jogadores da Tozan terão a oportunidade de aperfeiçoamento, além de contar com representantes da equipe profissional de beisebol Kochi Fighting Dogs (KFD) do Japão, que estarão presentes no Brasil (Divulgação)
