JUDÔ E JIU-JÍTSU

Família Borges chega à quarta geração de lutadores

Academia Borges completa 80 anos neste 2023 e consolida dinastia

Esportes Já
03/07/2023 às 10:44.
Atualizado em 03/07/2023 às 10:44

Rafael Borges, de 43 anos, ao lado do pai Odair (Arquivo da família)

Funcionário da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro, José Almeida Borges era também um apaixonado por lutas. E por essa paixão, lutou. Tanto que as limitações de sua época não o impediram de correr em busca de quem pudesse lhe orientar. Fez luta livre e conseguiu se especializar em judô e jiu-jítsu. O empenho o levou a fundar a primeira agremiação de luta em Campinas. Neste 2023, a Academia Borges completa 80 anos de existência.

“Tudo começou em 1943, quando o Regatas (Clube Campineiro de Regatas e Natação) cedeu um barracão, onde as aulas começaram a ser ministradas”, conta Odair Borges, filho de José Almeida e segundo integrante de uma geração de lutadores e esportistas que se estende até os dias de hoje, com seus filhos e netos.

Iniciado na luta com apenas 3 anos de idade pelo pai, Odair conta de que forma a academia se desenvolveu. “Do Regatas, passou a funcionar no Clube Atlético Campinas, que na época era na rua Ferreira Penteado, perto do Viaduto Cury (Miguel Vicente Cury)”, diz. Hoje, o CAC, tradicional clube de boxe da cidade, está na Rua Dr. Ricardo, próximo à antiga Rodoviária. “Depois, houve uma mudança para um prédio alugado, e já há 55 anos estamos na Rua Álvares Machado.”

Família Borges chega à quarta geração de lutadores (Arquivo da família)

Um dos nomes importantes na academia foi o de Shigueishi Yoshima, um engenheiro químico, faixa preta em judô. “Era um japonês que meu pai conheceu por meio de um aluno e foi busca-lo na fazenda Tozan, aqui na região de Campinas, onde ele trabalhava”, conta Odair. “Suas aulas eram mais pedagógicas, fundamentadas no ensino japonês. Foi ele quem me aprovou no exame para a faixa preta quando eu tinha 17 anos”, lembra. Já no jiujítsu, José Almeida iniciou com George Gracie e se aperfeiçoou com Pedro Hemetério, famoso e exímio lutador, aluno de Hélio Gracie. O fundador da Academia Borges morreu em 1995, aos 75 anos, e passou o bastão para o filho, que não decepcionou.

Hoje, com 76 anos, Odair segue ministrando aulas, depois de uma carreira vencedora que o fez chegar à seleção brasileira. Seu currículo como técnico é uma lista interminável de conquistas, entre as quais a de tricampeão campeão mundial de jiu-jítsu. “Na academia, já formamos 76 faixas pretas”, contabiliza. “Tivemos, além de mim, mais dois atletas na seleção brasileira de judô: Marcelo Figueiredo, vice-campeão mundial e medalha de bronze nos Jogos Pan-americanos, e Guimel Ciabattari. No jiu-jítsu, tivemos resultados internacionais com Rafael Borges, Marcelo Figueiredo e Eduardo Figueiredo”, lembra, acrescentando que a família hoje também tem uma academia em Barão Geraldo, com espaços também para natação e musculação.

E a dinastia de atletas promete se estender por muito mais tempo. Além de ser faixa preta em judô e jiu-jítsu, Rafael Borges, filho de Odair, de 43 anos, fez wrestling (greco-romana), modalidade na qual chegou a disputar o campeonato mundial pela seleção brasileira. Felipe, irmão de Rafael, de 46, foi nadador, e os netos (Patrícia, 11; Murilo, 11; Eduardo, 9 e Bernardo, 9) também estão envolvidos com luta e natação. “A Patrícia estreou no judô em competição realizada nesse mês (junho) no Taquaral. Foi uma competição em minha homenagem denominada troféu Odair Borges.”

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