ESPORTES JÁ

Ezequiel, o Eterno Xodó

O destino fez com que o jogador começasse no "Corinthinha" da Vila Georgina

Israel Moreira
26/06/2023 às 11:20.
Atualizado em 26/06/2023 às 11:20

Ezequiel Ataliba, de 61 anos, ídolo da torcida do Corinthians (Divulgação)

Nascido e criado na Vila Georgina, Ezequiel Ataliba, de 61 anos, é ídolo imortalizado na memória da torcida do Corinthians e símbolo da raça pontepretana. Campeão Brasileiro em 1990, Paulista e da Copa do Brasil de 1995 pelo timão e com dois acessos marcantes com a camisa da Ponte, em 1997 e 1999, muitos torcedores talvez não saibam, mas o ex-volante corintiano e da macaca, iniciou sua trajetória nos campos de várzea das periferias de Campinas.

O destino fez com que o jogador começasse no "Corinthinha" da Vila Georgina dando seus primeiros passos no mundo da bola. Na mesma Vila, defendeu as cores do Frente Negra e depois seguiu para o Vasquinho da Rua Abolição. No Grêmio Estoril, foram sete anos defendendo as suas cores.

Foram muitas as camisas defendidas por Ezequiel no futebol amador. Umas tantas que nem ele mesmo se lembra. Da base da Saltense na cidade Salto, Ezequiel chegou em 1984 para as categorias menores da Ponte Preta. Já nos profissionais da Macaca, jogou ao lado de Alfinete, Osmar Guarnelli e Jorge Mendonça.

Foi para o Ituano final da década de 1980 e justamente contra a Ponte Preta, conquistou seu primeiro título da carreira ao ser campeão da divisão intermediária de 1989, vencendo a equipe alvinegra em Itu por 2 a 0 na prorrogação.

Na evidência pelo título paulista da segunda divisão, Ezequiel chamou à atenção dos dirigentes corintianos e chegou ao Parque São Jorge no segundo semestre de 1990. Comandados por Nelsinho Batista, o timão foi campeão brasileiro contra o São Paulo de Telê Santana e Ezequiel, entrou para a galeria de ídolos da fiel. Ao lado de Neto, Ronaldo, Tupãzinho, Giba, Fabinho, Mauro e Wilson Mano, o Corinthians conquistava o seu primeiro título nacional.

Em 1995 mais dois títulos com a camisa corintiana. O Paulistão decidido contra o Palmeiras e a Copa do Brasil contra o Grêmio. Após perder espaço no clube da capital, Ezequiel retorna a Ponte Preta e passa a ser peça fundamental na equipe que lutava incansavelmente para retornar a elite do futebol paulista e nacional.

Com Fabinho, Grizzo e Marcelo Borges no meio-campo vice-campeão brasileiro da série b de 1997, o volante conquistaria o coração do torcedor pontepretano o aplaudindo pela raça demonstrada a cada jogo. Não havia bola perdida e muito menos não se honrar a camisa.

Nos anos seguintes, 1998 e 1999, a posição de meio-campo da Ponte passa a ser uma das mais acirradas do futebol. Além de Fabinho e do próprio Ezequiel, a chegada de Mineiro enriquece ainda mais a disputa pela camisa de titular. Com a conquista do acesso em 1999 na goleada sobre o Mirassol, coroou o trabalho de um elenco que fortalecido com jogadores experientes e garotos da base, teriam a "cara da Ponte Preta".

Já em 2001, o eterno xodó, retorna aos campos do futebol amador de Campinas. No Grêmio Taquaral, uma verdadeira seleção ao seu lado. Binhão, sapeca, Rolando, o saudoso Robertinho Moreno e o artilheiro Tagira, chegariam a semifinal contra o Flamengo do Santa Mônica, mas foram eliminados e viram a possibilidade de título escapar de suas mãos. 

Depois disso, já com a camisa do Parque Brasília, Ezequiel criou talvez a sua grande identificação dos times amadores por quais passou. O "tigre da leste" como é conhecida a equipe do Parque, cada vez mais forte e com uma maior presença de público em seus jogos, foi se acostumando a acompanhar todos os domingos, a categoria do ex-jogador e filho da casa.

E até hoje ele continua mostrando seu futebol nos campos e clubes de Campinas. Há quatro anos, aos finais de semana, participa da equipe do "Sessentão" da Associação dos Servidores Municipais de Campinas. Além disso, o xodó da fiel é figura importante nos jogos do Master do Corinthians em todo o estado de São Paulo.

Com a simplicidade fora do comum, Ezequiel Ataliba é querido por ex-companheiros das equipes profissionais em que jogou e ídolo dos que o acompanharam ou tiveram o prazer de estar ao seu lado no futebol amador da cidade.

Os campos de terra, o futebol de várzea e amador, são até hoje, responsáveis na construção social que não só envolvem atletas, como também, torcedores, comerciantes, jornalistas e principalmente à comunidade.

Ezequiel sempre foi um representante da sua comunidade, seja ela na Vila Georgina, no Parque Brasília, no Parque São Jorge ou no Moisés Lucarelli. Que os ídolos do futebol não sejam esquecidos, e que em sua maioria, conduzidos pelo ostracismo que lhe é imposto ao fim de sua carreira profissional, não deixem de vagar na memória da plateia que sempre os aplaudiram.

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