LUTA CONTRA O REBAIXAMENTO

Ex-jogadores opinam sobre a Ponte Preta

Juninho pede para jogadores respeitarem as decisões do treinador João Brigatti

Esportes Já
30/10/2023 às 10:40.
Atualizado em 30/10/2023 às 10:40
Juninho Fonseca, ex-jogador da Ponte Preta por oito anos, recomenda que os jogadores busquem informações sobre seus adversários (Divulgação)

Juninho Fonseca, ex-jogador da Ponte Preta por oito anos, recomenda que os jogadores busquem informações sobre seus adversários (Divulgação)

A Ponte Preta vive um instante decisivo de sua história. Nas próximas quatro rodadas, a Macaca terá a missão de chegar aos sonhados 43 pontos e assegurar a permanência na Série B do Campeonato Brasileiro. Uma campanha modesta que terá ares de conquista épica. Afinal de contas, o atual elenco ultrapassou obstáculos como troca de treinadores, dificuldades para pagamento de salários, disputas políticas e a desconfiança de uma torcida que já utilizou as arquibancadas para protestar contra a Diretoria Executiva.

Com tamanha pressão por resultados, como os atletas devem se comportar? Qual a melhor atitude para cumprir a missão e sair do estádio Moisés Lucarelli pela porta da frente? Nessas horas, o conselho e as dicas de quem já vestiu a camisa da Alvinegra e conhece suas características podem fazer uma tremenda diferença.

Criado na Ponte Preta e com uma passagem iniciada em 1974 e que termina em 1982, o ex-zagueiro Alcides Fonseca Júnior, o Juninho, acredita que o comportamento dos atletas tanto dentro como fora do campo pode ser decisivo para alcançar , na pior das hipóteses, a 16ª colocação. “É preciso ter muita responsabilidade e evitar os problemas fora do campo e trazê-los para dentro do ambiente esportivo”, disse o ex-atleta e hoje comentarista esportivo.

Na sua visão, tudo deve ser medido nos mínimos detalhes. Para Juninho, caso ocorra encontro com torcedores, a medida mais salutar é evitar o fomento de um clima negativo.

E dentro do campo? Para os jogos contra Avaí, Juventude, CRB e Tombense, a personalidade é requisito fundamental. “ E aqueles que já conviveram com situações de reta final de Campeonato Brasileiro da série B e na briga pelo rebaixamento tem que trazer e oferecer as informações e o conhecimento que possuem”, disse Juninho Fonseca.

Juninho recomenda que os jogadores também não podem titubear em relação ao comando de João Brigatti. Pelo contrário. Acatar as ordens e executá-las com precisão, na visão de Juninho, é meio caminho percorrido para o êxito.

Isso não quer dizer que os atletas devem ficar inoperantes diante do quadro delicado. Pelo contrário. Juninho Fonseca acredita que a nova ordem, com a presença de redes sociais e aplicativos de mensagens podem produzir muitos frutos. “Hoje os atletas conhecem muitos jogadores porque eles trocam muito de clubes. Então, muitos devem conhecer jogadores do Tombense e do Avaí que são os confrontos que a Ponte Preta terá lá na frente. Por isso, é importante trazer informação”, disse Juninho Fonseca, que não deixa de transmitir otimismo aos atletas. “Que eles possam realmente buscar uma melhor condição e deixar a Ponte Preta na série B”, arrematou o ex-beque de 65 anos.

Mas Juninho Fonseca não é o único preocupado com o futuro da Alvinegra campineira. Hoje residente em Goiânia e meticuloso em acompanhar o cotidiano de Goiás, Vila Nova e Atlético Goianiense, o ex-armador Marcelo Borges, de 51 anos, até hoje acompanha a Macaca. Nunca escondeu a importância de sua passagem em Campinas durante o ano de 1997 e que culminou com o acesso à divisão de elite do Campeonato Brasileiro, juntamente com nomes como Adrianinho e Grizzo. Marcelo Borges não tem receio em afirmar que os jogadores mais experientes precisam assumir as rédeas do processo. “Tem que aparecer a liderança. Qualidade a gente sabe que o time da Ponte Preta não tem. A Ponte Preta não tem dinheiro. O Brasil inteiro sabe disso”, disse o ex-jogador.

Ex-armador da Ponte Preta na década de 1990, Marcelo Borges (à direita) acredita que uma liderança forte poderá fazer a diferença (Divulgação)

Ex-armador da Ponte Preta na década de 1990, Marcelo Borges (à direita) acredita que uma liderança forte poderá fazer a diferença (Divulgação)

Marcelo Borges relembra o processo vivido em 1997, quando a equipe disputou a Série A-2 do Campeonato Paulista e não conseguiu disputar o quadrangular decisivo, que teve as presenças de Matonense, Ituano, Santo André e Novorizontino e cuja a promoção à divisão de elite acabou nas mãos dos dois primeiros. Mesmo assim, o desempenho melhorou nas fases anteriores.“Em 1997 quando a situação era muito delicada na série A2 do Campeonato Paulista, mas só que naquela época o time da Ponte sobrava na qualidade. O erro foi contratar jogadores demais. Quando definimos o elenco para terminar a reta final da Série A2 faltavam cinco jogos e vencemos quatro. Então tem que ter essa determinação para jogar como se fosse o último jogo da temporada”, aconselhou Marcelo Borges.

Para o ex-meia armador Marco Aurélio, Jacozinho, a recuperação pontepretana passa por um processo de conscientização no vestiário. Para ele, é preciso deixar claro tudo aquilo que está em jogo. “A primeira coisa (para ser dita) é que está em jogo a carreira de cada atleta. Então, é preciso se unir e todos se fecharem no objetivo de livrar o clube”, disse Jacozinho, de 46 anos, que atuou na Ponte Preta nos anos de 2000 e 2001.

Outro conselho dado por Jacozinho é apostar na melhoria técnica e tática, por menor que seja. “Muito trabalho. E cair (de divisão) não vai valorizar o trabalho deles porque quem colocou o clube na situação foram os próprios jogadores”, alertou. “Neste momento, a saída é fazer o simples e simplificar ao máximo. Nada vem sem trabalho. Mas tenho certeza de que eles vão conseguir tirar a Ponte Preta dessa situação”, disse Jacozinho, que assim como os atletas e a torcida pontepretana torce pela aparição de um final feliz.

Para Marco Aurélio Jacozinho, a carreira dos atletas pontepretanos está em jogo na atual edição da Série B (Divulgação)

Para Marco Aurélio Jacozinho, a carreira dos atletas pontepretanos está em jogo na atual edição da Série B (Divulgação)

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