Alunos e frequentadores desses locais reclamam sobre o estado dos locais para competições e aulas
Estudantes da Unicamp denunciam péssimas condições das quadras da Faculdade de Educação Física (Alessandro Torres)
Considerado um símbolo da cidade de Campinas e um dos pilares do conhecimento no Brasil, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) coleciona títulos e honrarias. Exemplo disso ocorreu no ano passado, quando a instituição registrou boas colocações no World University Rankings de 2023, levantamento feito por áreas do conhecimento. De acordo com a publicação, a Unicamp ficou entre as 151 e as 600 melhores instituições de ensino do mundo em 9 das 11 áreas do conhecimento que compõem o levantamento. Mas nem tudo são flores. Existem problemas crônicos, como as péssimas condições das quadras da Faculdade de Educação Física, o que contrasta com um local em que a excelência é norma de conduta.
Alunos e frequentadores desses locais reclamam sobre o estado dos locais para competições e aulas de Educação Física. As reclamações são direcionadas às péssimas condições exibidas pelas três quadras destinadas para a prática de basquete e as outras três quadras feitas para a prática do vôlei. Os alunos afirmam que a última reforma foi realizada em 2013 e desde então nada mais foi feito. “Quando ficamos fora da Universidade por causa da pandemia, nós achávamos que algo iria mudar, mas quando voltamos vimos que a situação continua a mesma”, lamentou a aluna de Ciências Sociais Carolina de Lima Gallina, de 24 anos.
Segundo ela, a manutenção seria necessária diante do calendário de atividades nestes locais. Além das aulas da Faculdade de Educação Física, os alunos de outros cursos montam equipes para disputarem competições universitárias e precisam destes locais para treinar. Não é incomum que eventos sejam realizados nos finais de semana e que abriguem atividades para a comunidade residente em Barão Geraldo. “As quadras têm o chão todo lascado. Quem cai se machuca e rasga a roupa ou o tênis”, lamentou Gallina. Ela complementa que, apesar da grande quantidade de quadras disponibilizadas, só é possível usar apenas uma quadra de vôlei, porque é a única que conta com rede e apenas uma quadra tem os aros para os jogos de basquete.
Como a iluminação é precária, outra situação é criada, de acordo com a aluna. “As (Associações Acadêmicas) Atléticas têm que correr para fazerem os jogos mais cedo porque não tem iluminação em todas as quadras e fica um breu quando escurece”, descreveu Carolina Gallina.
As reclamações são direcionadas às péssimas condições exibidas pelas três quadras (Alessandro Torre)
A reportagem do Esportes Já apurou que, durante uma competição denominada Calouríadas, realizada todo ano com intuito de integrar os novos ingressantes da faculdade, as quadras da Faculdade de Educação Física foram utilizadas e a precariedade virou alvo de protestos por parte dos alunos. O maior problema, de acordo com quem participou da competição, foram as diversas pedras que se encontravam nas quadras. Como as pedras estavam se desfazendo, esses objetos resultaram em ferimentos de diversos atletas ali presentes e em alguns casos com perfurações em várias partes do corpo. “Qualquer pessoa que atua naquela quadra acaba se machucando porque é pedra de tudo quanto é lado”, disse Nicolas Steele Santo Escada, de 19 anos, estudante do curso de Ciências Econômicas. “Eles tinham feito uma promessa de reforma, mas nada foi feito”, arrematou Escada.
Estudantes responsáveis pela condução de competições esportivas, consideram que a situação é lamentável e prejudica a integração dos alunos na Unicamp. “Como atleta e integrante da atlética, uma entidade que visa promover a integração dos estudantes através do esporte universitário é realmente frustrante observar as condições que as quadras externas da Faculdade de Educação Física (FEF) se encontram”, disse João Marcos Ribeiro Gregol, 20, estudante de Ciências Econômicas na Unicamp e componente da Associação Atlética Acadêmica XV de Julho. Gregol percebeu os problemas estruturais desde a sua chegada à Universidade em 2020. Naquela ocasião, as quadras apresentavam condições razoáveis, mas estavam longe do ideal. Quando retornou ao uso dos locais, no começo de 2022 era quase impossível utilizá-los, segundo o aluno.
Gregol afirma que ele mesmo já presenciou muitas lesões, como torções e até fraturas devido às péssimas condições das quadras. “Algumas quadras como a (a de número ) 2 de Futsal e Handebol já se encontram impraticáveis, e as outras caminham para o mesmo estado”, afirmou. “O esporte universitário é um momento de integração. Treinos e jogos deveriam ser instantes de diversão e descontração. A competição se transformou muitas vezes em momentos de preocupação, comprometendo completamente o desempenho dos times que usam o espaço”, completou o estudante, que confessa: os estudantes evitam ao máximo utilizar as quadras para jogos e competições. “É o segundo ano nestas condições horrendas”, completou.
A reportagem do Esportes Já procurou a reitoria da Unicamp, por intermédio da assessoria de imprensa para falar sobre o assunto, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.
Quadra da Faculdade de Educação Física (Alessandro Torres)