Esgrimistas treinam na Academia Mestre Pereira, que agora está no Bonfim em um espaço de melhor estrutura (Divulgação)
Vestir trajes brancos, uma máscara e manusear uma espada, florete ou sabre fazem parte do ritual de uma prática distante para muitos. No entanto, em Campinas, as portas estão abertas para a experiência. A possibilidade de ser um esgrimista, pelo menos por um dia, está ao alcance de quem tem essa curiosidade. A oferta é de uma academia especializada. Mas, para isso, é preciso correr.
A Academia Mestre Pereira abriu 12 vagas para quem deseja experimentar a sensação. As aulas, gratuitas, acontecem nesta terça (5) e quarta-feira (6). Os horários serão agendados. “Muitas pessoas querem ter essa experiência de colocar o uniforme, curtir, brincar”, diz o professor de esgrima Maicon Servilio Pereira, proprietário e fundador da academia. O agendamento das aulas pode ser feito pelo número (19) 98292-7631.
A ideia é uma forma de celebrar o Dia Internacional da Esgrima, comemorado sempre no segundo sábado do mês de setembro. E também serve para comemorar o crescimento da sala campineira. O aumento da procura pela prática levou a uma mudança de espaço físico. Da Vila Nogueira passou para o Bonfim, onde os cerca de 70 alunos são acomodados em uma estrutura melhor. “A área é climatizada, mais segura e conta com três pistas oficiais, uma delas voltada aos paratletas”, descreve Maicon.
E se nesta semana alguns farão da esgrima uma possibilidade de lazer, outros trabalham sério dentro da academia. A campineira Victoria Marchesini, atleta de pentatlo moderno, modalidade que inclui hipismo, esgrima, natação, tiro esportivo e corrida, está empenhada na busca de uma vaga para sua primeira olimpíada, no ano que vem, em Paris. A batalha dela, aliás, vai além do esporte na tentativa de realizar seu sonho.
“Estou tentando levantar recursos para disputar o Campeonato Brasileiro de Pentatlo Moderno, em dezembro, no Rio de Janeiro. Essa competição possibilitará que eu participe de eventos chave para uma classificação olímpica no próximo ano”, diz.
Desenvolvimento de trabalho com paratletas é um dos pilares da academia campineira (Divulgação)
HISTÓRICO COM PCDS
A especialização de Maicon em esgrima aconteceu a partir do seu envolvimento com o esporte paralímpico na Unicamp desde 2008. A oportunidade de conhecer a modalidade em cadeira de rodas abriu as portas para uma especialização na Escola de Educação Física do Exército na Urca, no Rio de Janeiro. Em seguida, o sonho em abrir uma academia se tornou realidade. No espaço, ele trabalha também com PcDs (Pessoas com Deficiência) e expõe os benefícios da esgrima para o desenvolvimento físico.
“É um esporte que trabalha coordenação motora, força, potência, velocidade, auxilia no controle corporal e fortalece a musculatura”, explica o professor, que hoje desenvolve o trabalho com dois paratletas em busca de índice olímpico: Edgard Rassan Filho e Carolina Roncato. O foco é a Paralimpíada de 2028.
“O Edgar se mudou de Curitiba para Campinas, entrou em contato comigo e iniciamos um planejamento. Já a Carolina vem do atletismo, decidiu investir em outra modalidade e está empenhada no desafio de chegar longe”, atesta Maicon.
DESTAQUE
Na atualidade, Nathalie Moellhausen é o grande destaque da esgrima brasileira e esperança de medalha em Paris 2024. Ela ocupa a terceira colocação no ranking mundial. Já nas paralimpíadas, a expectativa é de sete atletas classificados e uma medalha.
Paratletas de esgrima têm seu espaço em Campinas (Divulgação)
