RAQUETE E PETECA

Com o badminton no sangue

Promessa da Fonte São Paulo, a campineira Elisa Fraga, de 10 anos, já acumula 36 medalhas em apenas dois anos de prática

Esportes Já
07/08/2023 às 10:05.
Atualizado em 07/08/2023 às 10:05
O pai Beto, entre os filhos Elisa e Davi: badminton movimenta gerações na família Fraga (Divulgação)

O pai Beto, entre os filhos Elisa e Davi: badminton movimenta gerações na família Fraga (Divulgação)

“Peteca da vitória, campeã nacional sub-11, Caxias do Sul, fevereiro de 2022”. A conquista, o local e a data estão marcados numa peteca muito bem guardada. Trata-se de um simbolismo importante na vida da estudante Elisa Fraga, de Campinas. O registro à caneta foi feito por ela depois do objeto ser incansavelmente golpeado por uma raquete durante uma partida que transformou a menina, então com 9 anos de idade, em alvo das atenções.

Era fevereiro de 2022, Elisa dava os primeiros passos no badminton e, logo em sua estreia em um campeonato brasileiro, conquistava a medalha de ouro na disputa individual do sub-11. A peteca ela ganhou do juiz da partida e se transformou em um troféu. “Foi uma emoção enorme que eu nunca tinha sentido na vida. A partir daquele momento percebi que tinha potencial para seguir nesse esporte”, conta.

Elisa completa 11 anos de idade nesta quarta-feira e é grande promessa do badminton do Clube Fonte São Paulo, de Campinas, que tem uma das principais equipes da modalidade no Brasil. Elogiada pelo técnico Rodrigo Ferreira, ela pode dizer que o esporte da peteca está no sangue. Afinal, seu pai, Beto Fraga, também foi jogador de badminton nos anos de 1980 e 1990 e o irmão, Davi Fraga, um ano mais velho que ela, é outra fera da Fonte. Davi e Elisa, aliás, estiveram com a seleção brasileira que ganhou a prata no Sul-Americano disputado no Peru em julho. “Meu irmão voa em quadra”, resume a atleta. “Conversamos bastante e ele está sempre me orientando.” 

Elisa começou a jogar badminton em 2021 e em apenas dois anos de prática já acumula 36 medalhas conquistadas. A atração pela modalidade surgiu quando ela fazia aulas de ginástica na Fonte São Paulo. “Da quadra onde eu treinava, era possível ver o pessoal jogando e quis tentar. No começo, tinha dificuldade em pegar direito na raquete, mas assim que peguei o jeito, o badminton se transformou no esporte mais fácil do mundo para mim.” Com 1,45m de altura, ela admite que o porte físico foi um empecilho logo em sua primeira competição, já em 2021, em Mococa, no Estadual. “Joguei contra uma menina muito grande e fiquei assustada”, lembra ela, que na ocasião competiu em uma categoria acima. “Mas, hoje, percebo que tamanho não é documento e não interfere no jogo.”

Envolvida na rotina de treinos e competições, Elisa conta que o badminton se tornou uma prática essencial em sua vida. “É como se fosse um prato de comida. Tenho fome”, resume. Quando não está treinando, diz ser invadida pela pior sensação do mundo. “Treinar para mim virou vida”, reforça. E quem quiser arrumar briga com a estudante, é só falar mal do esporte que ela abraçou. “Muitas pessoas chegam para mim e perguntam: ‘badminton? O que é isso?’ Ou falam: ‘deve ser muito fácil’. Ora, antes de falar, as pessoas têm que conhecer.”

Quando cita sua principal referência, Elisa lembra de uma amiga, com quem treina junto. “Ela mora em São Paulo e toda sextafeira deixa a escola e vem para Campinas treinar. Sua performance é maravilhosa. Ela se sustenta durante o jogo com foco e concentração. E fora de quadra, é uma pessoa gentil e amável”, comenta. “Seu nome não é conhecido, mas se um dia eu chegar no mesmo nível dela, meu mundo está ganho.” Juliana Murosaki tem 15 anos e treina na categoria sub-17.

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