BADMINTON

Chilenos descobrem a fonte do badminton

Seleção adulta chilena ficará seis meses em Campinas em preparação para os Jogos Pan-Americanos de Santiago

Esportes Já
18/09/2023 às 08:32.
Atualizado em 18/09/2023 às 08:32
Rodrigo Ferreira ao lado dos integrantes da seleção chilena de badminton (Divulgação)

Rodrigo Ferreira ao lado dos integrantes da seleção chilena de badminton (Divulgação)

Os Jogos Pan-Americanos deste ano serão disputados em Santiago, no Chile. E para fazerem bonito dentro de casa, os atletas chilenos não medem esforços na preparação. Há várias modalidades em que o país espera mostrar evolução durante as disputas, que vão de 20 de outubro a 5 de novembro. Entre elas está o badminton. A seleção do país do esporte da peteca e da raquete se dedica a uma preparação especial e está no Brasil para se aperfeiçoar. Desde junho os treinos estão acontecendo na Fonte São Paulo, em Campinas, clube referência na modalidade.

Quem trouxe a seleção chilena foi o técnico Rodrigo Ferreira, responsável pelo badminton da Fonte e também treinador da equipe do país vizinho desde 2019. O grupo ficará em Campinas até o Pan e, após a competição, retorna à cidade, onde intensificará a preparação para o Sul-Americano da modalidade no início de dezembro, na Venezuela. “No Pan, a intenção é avançar o máximo possível na disputa. Já no Sul-Americano, vamos buscar medalha”, detalha o treinador.

Ferreira iniciou o trabalho no Chile após aceitar convite da federação local. O objetivo era preparar a equipe para os Jogos Pan-Americano de 2019, em Lima, no Peru. Na ocasião, o país chegou às quartas de final e mostrou evolução. “Anteriormente, o Chile não passava da primeira rodada”, compara o técnico. De quatro atletas na época, dois homens e duas mulheres, a seleção adulta chegou a oito integrantes, quatro de cada sexo, e ampliou as perspectivas para o futuro. “Em julho, conquistamos com a equipe juvenil, que é a base desse time adulto, a nossa medalha de bronze no SulAmericano, em Lima”, celebra.

Juventude é a marca do grupo chileno que treina em Campinas (Divulgação)

Juventude é a marca do grupo chileno que treina em Campinas (Divulgação)

Dentre os integrantes da seleção, Ferreira destaca Alonso Medel, de 21 anos. “O grupo é jovem”, define. “A média de idade do masculino é de 19 anos e, do feminino, de 17.” Em Campinas, os atletas se dividem em dois apartamentos e os treinamentos acontecem duas vezes por dia. Além de concentrar a preparação para as competições deste ano, a estadia também tem um objetivo mais amplo. “A intenção é criar uma seleção adulta permanente, o que não existia antes, quando os jogadores eram convocados para período de treinos apenas antes das competições.”

Nesse período na cidade, Ferreira destaca a interação dos chilenos com os atletas da Fonte. “O intercâmbio é o grande diferencial. A convivência permite uma troca que faz um grupo aprender com o outro e, ao mesmo tempo, torna todos participantes de uma mesma equipe”, percebe. “E o aprendizado extrapola o limite esportivo e chega também ao universo cultural”, completa.

Pai de duas crianças, uma de 5 e outra de 8 anos, Ferreira tem a sensação de estar cuidando de mais oito filhos durante esses dias. “Trazer atletas tão jovens do Chile para ficarem seis meses no Brasil é uma grande responsabilidade. Tem sido puxado, mas prazeroso, pois são excelentes atletas e ótimas pessoas”, comenta ele, que desde 2019 se reveza entre os dois países.

O BADMINTON DO BRASIL NO PAN-AMERICANO 

Sem atleta na seleção brasileira adulta, a Fonte não terá representantes nos Jogos Pan-Americanos do Chile, que contam pontos para o ranking olímpico. “Passamos por uma reformulação em nossa equipe nos últimos dois anos”, detalha Ferreira. “Com o encerramento do ciclo de alguns atletas, voltamos nossa atenção exclusivamente para a base.” No último Pan, Fabiana da Silva e Tamires dos Santos, então jogadoras da Fonte, foram bronze na dupla feminina. “A Fabiana, inclusive, esteve na Olimpíada do Japão”, lembra o treinador. “Ela já parou de jogar”, informa. Atualmente, a primeira colocada do ranking brasileiro adulto é Jackeline Luz, atleta do clube campineiro, mas ela não integra a seleção. A esperança de medalha para o Brasil em Santiago é Ygor Coelho, atual campeão pan-americano na individual masculina. 

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