Thiago e Valdileia começaram a namorar no Troféu Brasil de 2021 (Wagner Carmo/CBAt)
Casal que treina unido, comemora unido. É dessa maneira que os atletas Valdileia Martins e Thiago do Rosário celebraram as conquistas das medalhas de ouro no Campeonato Ibero-Americano, que reuniu representantes de 25 países e foi realizado de 10 a 12 de maio, em Cuiabá (MT). Valdileia venceu a prova do salto em altura, enquanto Thiago foi campeão dos 1.500 metros rasos. Os dois seguem em busca da qualificação para os Jogos Olímpicos de Paris.
“Fiz uma prova mais conservadora, pensando na marca e na colocação”, comentou Valdileia, de 34 anos. “Saltei 1,88m, uma boa marca, a dois centímetros do meu melhor. Somei pontos importantes para a corrida olímpica e até agora estou dentro do planejado.”
O meio fundista Thiago mantém a cautela. “Como sempre digo, é um passo de cada vez. Tive uma lesão que me afastou das competições e isso acabou reduzindo as minhas chances de ir para Paris. Voltei a competir no PanAmericano, em outubro de 2023. Desde então, estou fazendo o que está ao meu alcance para participar de competições com boas pontuações para o ranking. No Ibero, cumpri a meta de fazer uma marca abaixo de 3.40. Eu não era o favorito da prova, isso também facilitou um pouco. Saí forte, os outros competidores não me acompanharam, acho até que não acreditaram que eu suportaria o ritmo. No final deu certo, fiz uma boa marca e ganhei a prova”, analisa o atleta de 28 anos.
O casal já se conhecia, mas foi no Troféu Brasil de Atletismo de 2021 que ambos se aproximaram. “Começamos a namorar, só que no ano seguinte o Thiago mudou para Paipa, na Colômbia, e terminamos. Ficamos cinco meses separados e daí voltamos. Agora, moramos juntos”, conta Valdileia. “Nossa rotina de manhã é parecida, vamos para a pista cedo, depois almoçamos e descansamos. À tarde, eu fico em casa e o Thiago sai para treinar. Às vezes até acompanho ele”, comenta ela.
Para o meio fundista, o fato de acompanhar a rotina da namorada ajuda a controlar a tensão no momento de assistir a prova dela. “Hoje sei que ela está muito bem preparada. Mas quando sou eu competindo, ela fica mais ansiosa e nervosa do que meu treinador”, se diverte Thiago. “Não tem sensação melhor do que passar a linha de chegada e saber que tem alguém me esperando de braços abertos para apoiar, independente do resultado”, revela o atleta. Por outro lado, Valdileia prefere saltar do que assistir o namorado competindo. “Fico mais nervosa quando ele está na prova do que quando sou eu”, comenta a saltadora.
A marca alcançada pela atleta no salto em altura (1,88m) está próxima de resultados de competições internacionais. Com essa vitória, a saltadora somou importantes pontos no ranking da Federação Internacional de Atletismo. “Vai subir e tranquilizar em relação às atletas que estavam se aproximando dela na pontuação. Vamos ver, por enquanto ela está dentro dos Jogos Olímpicos, mas temos que aguardar até o prazo final das seletivas. Se ela repetir o bom desempenho no Troféu Brasil, acredito que ela consiga a qualificação olímpica”, explicou Dino Cintra, treinador da Orcampi.
MAIS OURO
Vitor Hugo de Miranda foi outro atleta da Orcampi a conquistar medalha de ouro no Campeonato Ibero-Americano. Ele integrou o revezamento 4x400m misto, que venceu a disputa com o tempo de 3.17.85. O Brasil foi campeão da competição com 544 pontos, além de vencer nas categorias masculina e feminina também.
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