Na Maratona de Florianópolis, Silvinha terminou na segunda colocação dentro de sua faixa etário e alcançou índice para correr em Boston (Arquivo Pessoa)
Silvia Aparecida Pereira Devolio Drummond é uma das inscritas para correr a Maratona de Boston, marcada para o próximo dia 17 de abril. E a própria corredora ainda custa a acreditar que seu nome está mesmo registrado entre aqueles que estarão presentes em uma das maiores maratonas do mundo. “Não sou atleta”, brinca a campineira, que treina no Tênis Clube de Campinas e alcançou índice para correr em Boston de forma surpreendente. “Na segunda maratona que corri na vida, já cheguei à marca necessária. Foi o ano passado em Florianópolis.”
Aos 55 anos, Silvinha, como é conhecida, não esconde a gargalhada quando fala do seu desempenho em corridas. A primeira maratona da qual participou foi em 2019, no Rio de Janeiro, e, para sua surpresa, a marca conquistada já garantiu índice para outra maratona de peso, a de Chicago, que também será neste ano, dia 8 de outubro. “Vou para Boston, com certeza. Agora, Chicago, vamos ver.” No percurso de 42,195km, a marca no Rio foi de 3h59, e em Florianópolis, 3h47.
PREPARAÇÃO
Apesar da “ficha ainda não ter caído”, Silvinha está empenhada nos treinos para participar da Maratona de Boston. Desde meados de janeiro, ela tem seguido um planejamento rigoroso de exercícios físicos e alimentação. “Treino cerca de 9h por semana”, contabiliza, sem esconder a alta expectativa. “Será minha primeira corrida fora do Brasil, estou ansiosa. Minha meta é começar e terminar a prova e, se possível, manter o mesmo tempo que consegui em Florianópolis. Se conseguir baixar, melhor ainda.”
Quando questionada sobre o que a motiva a correr, Silvinha tem a resposta na ponta da língua. “A motivação é manter uma vida saudável física e psicologicamente. Até porque a corrida nos proporciona um bem estar indescritível.
AS BATALHAS VENCIDAS
Apesar de começar a participar de maratonas recentemente, Silvinha já tem uma longa trajetória no esporte que começou no início dos anos 2000, quando o mergulho passou a fazer parte de sua vida. “É uma experiência maravilhosa, que todos deveriam ter”, afirma Silvinha, que chegou a mergulhar até 54m de profundidade. “Foram 11 anos de prática junto com meu marido”, lembra.
Quando as circunstâncias da vida limitaram o tempo para a prática de mergulho, a corrida entrou no seu dia a dia. “De 2011 a 2014, treinava sozinha e depois passei a ser orientada pelo treinador Thiago Fonseca, do Tênis Clube”, diz. “Meia-maratonas corri muitas e a maioria com o tempo abaixo de 2h”, lembra.
A decisão em participar em 2019, no Rio de Janeiro, de sua primeira maratona foi motivada por um imprevisto do destino. “Em 2017 descobri um câncer de mama”, lembra. “Passei por cirurgia e radioterapia. Foi um grande susto, mas consegui superar. Ter cabeça, tranquilidade e fé são requisitos básicos quando se recebe um diagnóstico dessa doença. E o desafio no Rio foi para confirmar a cura.”
