MARATONA AQUÁTICA

Campineira completa travessia Capri-Napoli em 8 horas e meia

Em março, Ana Carolina Morelli conquistou quatro medalhas no Mundial Master de Natação em Doha

Esportes Já
15/07/2024 às 18:28.
Atualizado em 15/07/2024 às 18:28
Após o desafio cumprido, o alívio com o troféu na mão (Divulgação)

Após o desafio cumprido, o alívio com o troféu na mão (Divulgação)

O ano de 2024 tem sido especial para Ana Carolina Morelli. Três meses depois de faturar quatro medalhas no Campeonato Mundial Master de Natação em Doha no Catar, a nadadora de Campinas concluiu uma das travessias em águas abertas mais charmosas e prestigiadas do planeta. Ela fez o tempo de 8h32min nos 36km de Capri a Nápoles, no último 28 de junho, e superou a meta inicial, que era realizar o percurso em 10h.

“Foi minha primeira ultramaratona aquática no exterior”, contou Ana Carolina. “O dia estava lindo, com muito sol, céu azul, água cristalina e temperatura da água bem agradável, em torno de 23 graus”, descreveu ao relatar o ambiente no dia de competição. “Fiquei muito feliz de colocar em prática o que treinei. Não é fácil conciliar volumes altos de treinos com a correria do dia a dia, incluindo trabalho, família”, resumiu ao falar sobre as dificuldades do atleta amador no Brasil. “Porém, acredito muito em três pilares: planejamento, dedicação e confiança. Tudo isso certamente fez a diferença para alcançar mais essa conquista", comentou a nadadora. 

Ana Carolina já concluiu algumas das principais provas de longa distância em águas abertas do Brasil, como os 37k da Ilha Grande (RJ), 23k da Ilha do Mel (PR) e sagrou-se vice-campeã da tradicional 14 Bis (Canal de BertiogaSP). Desta vez, na Itália, ela vivenciou a experiência em uma prova histórica dentro da maratona aquática. Até 1992, o vencedor do trajeto era considerado o campeão mundial de longa distância em razão da dificuldade do percurso. Também chamada de Maratona do Golfo, a Travessia Capri-Napoli já fez parte do Grand Prix de Águas Abertas da FINA (antiga Federação Mundial de Natação - atual World Aquatics) e atualmente se tornou um desafio aberto, tanto para atletas amadores como profissionais. Os primeiros a percorrem a distância foram os italianos Aldo Fioravanti e Cesare Alfieri, em 1949. 

“Realmente, foi uma prova dura”, analisou Ana Carolina. Ela detalhou as dificuldades e superações desde a sua chegada à Itália. “Estava prevista a entrada de um vento leste forte, então sabia que teria um mar mexido pela frente. Mas, como cheguei uns dias antes, consegui nadar no Mar Tirreno e ver como era. As três primeiras horas foram tranquilas, mas depois o vento passou a puxar muito para a lateral. Nadei um pouco em diagonal para não sair tanto do trajeto. Depois de cinco horas na água, a dor começou a pesar, deixando o nado mais lento e cansativo. Procurei me adaptar e encaixei um bom ritmo, aumentando a frequência de braçadas para compensar. Com cerca de 7h30 de prova, a força do vento diminuiu. Como faltavam só 3k, deu para recuperar." 

Ana Carolina Morelli, que é técnica e preparadora física da Samir Barel Natação e conta com apoio da Speedo, Rosa dos Ventos Cosméticos Esportivos, Mombora e Açaí Conexão Amazônia, pratica natação desde os 6 anos de idade. Hoje, ela tem 33. “Quando criança, eu que insisti para minha mãe me levar na escola de natação. Comecei no Círculo Militar. E logo no primeiro dia, antes de começar a aula, eu mesma decidi mergulhar na piscina e já sai nadando. Claro que não tinha técnica nenhuma, mas já mostrava desenvoltura. Por isso, as competições entraram cedo na minha vida”, conta.

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