Competição em Campinas neste domingo reuniu cerca de 120 competidores
Treino e disciplina são exigências para uma boa performance (Divulgação)
“Pequenos” acidentes fizeram parte do percurso. Braço, tornozelo, nariz, dedo e costela não foram poupados. No entanto, valeu a pena. Hoje, aos 42 anos, a gaúcha Cris Grasselli olha para trás e vê uma trajetória de desafios vencidos com um par de patins nos pés. A experiência ela quer passar adiante e o aprendizado exercer nas competições, um ambiente que se tornou familiar em sua vida.
Muito mais do que uma instrutora de patinação, com aulas no kartódromo do Taquaral e na Praça Arautos da Paz, Cris é fera nas manobras. Na modalidade roller freestyle, ou patins street, a gaúcha de Caxias do Sul é daquelas que atraem a atenção quando a exigência é buscar o equilíbrio em rampas, corrimões e escadarias em cima das rodinhas. Nas competições, ela é a principal representante de Campinas, cidade onde mora desde 2016. No último domingo, ela esteve em casa durante a terceira etapa do Campeonato Paulista da modalidade, disputada na pista do Taquaral, que teve a participação de aproximadamente 120 inscritos – sete de Campinas.
“Chegar no ponto ideal das manobras não é uma tarefa fácil”, diz a patinadora. “Exige muito treino e disciplina”, completa Cris. “As mais técnicas são as que têm juntos os giros e os grinds (deslizes nos obstáculos)”, explica ela, que ocupa a segunda colocação no ranking estadual da modalidade e a quarta no Brasil e na América do Sul.
Cris lembra que passou por muitas fases dentro da patinação. O sonho da menina em se tornar gigante no esporte começou em 1994, quando, aos 14 anos, ganhou o primeiro par de patins da mãe. Quando teve a oportunidade, se mandou para Europa e Estados Unidos. Na Califórnia, em 2007, se tornou profissional. “Sonhei muito com isso e fui atrás. Morei fora do Brasil por 15 anos. Foi uma batalha, mas hoje me considero grata.”
Neste ano, Cris representou Campinas nas três etapas do Paulista. Antes da competição no Taquaral, houve disputas em Sorocaba e Ituverava, nas quais ela ficou em terceiro e segundo lugar, respectivamente. A próxima etapa será em São Bernardo do Campo. Na disputa, o competidor tem 50 segundos para montar uma volta em busca das melhores manobras. Cada um tem direito a fazer dois percursos e o pior deles é descartado. A pontuação, que vai de 0 a 100, é atribuída após avaliação feita por quatro juízes. Depois da fase eliminatória, os melhores disputam a etapa final.
Cris tem 42 anos e uma trajetória vencedora na modalidade (Diego Rachadel)
Os torneios de roller freestyle no estado passaram a ser organizados pela Federação Paulista de Esportes sobre Patins no ano passado, depois de uma reformulação na entidade. “Estamos com uma nova administração bem mais engajada”, diz o presidente Lyon Aragão, que mora em Campinas e está à frente também da Andorinhas, equipe de patinação de velocidade da cidade. “Eu assumi as atividades da Federação com uma equipe de oito pessoas que são bem envolvidas com o esporte e com muitos planos para colocar em prática.”
Outra competição que passou por Campinas neste 2023 foi a etapa do Estadual de Patins de Velocidade no Kartódromo do Taquaral, durante a Virada Esportiva, em agosto. Ainda neste ano, acontece a etapa de Guarulhos, em novembro, e a de Indaiatuba, em dezembro.
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