RÚGBI EM CADEIRA DE RODAS

Campinas mostra sua força no Campeonato Brasileiro

Cidade foi a única com dois representantes na elite da competição disputada em São Paulo

Esportes Já
28/08/2023 às 10:06.
Atualizado em 28/08/2023 às 10:06
O Gigantes celebrou o vice-campeonato, após superar dificuldades (Alessandra Cabral/CPB)

O Gigantes celebrou o vice-campeonato, após superar dificuldades (Alessandra Cabral/CPB)

O Campeonato Brasileiro de Rúgbi em Cadeira de Rodas disputado de 19 a 23 de agosto, em São Paulo, consolidou a força de Campinas na modalidade. A cidade foi a única que teve dois representantes na elite da competição. O Gigantes chegou à final e ficou com o vice-campeonato, enquanto a Adeacamp, em seu retorno à principal divisão, terminou na quinta colocação.

Bicampeão brasileiro, o Gigantes chegou à decisão depois de vencer três jogos. A batalha mais difícil até à disputa do título foi da semifinal, contra o Gladiadores, de Curitiba, derrotado por 54 a 36. Na final, a equipe campineira perdeu pelo placar de 60 a 39 do Santer, do Rio de Janeiro, que sagrouse campeão. O resultado, no entanto, foi celebrado pelo Gigantes depois das dificuldades enfrentadas no ano passado.

“Em 2022, quase caímos e, após uma reunião, por pouco não decidimos fechar as portas”, lembra o presidente e jogador do time, Rodolfo Polidoro, de 32 anos. “Mas resolvemos continuar com muita luta”, afirma. “Foi um segundo lugar com muito orgulho”, completa, referindo-se à disputa da última semana, no Centro de Treinamento Paralímpico, em São Paulo.

O trabalho conduzido pela treinadora Ana Ramkrapes, que também é auxiliar técnica da seleção brasileira, foi ainda mais valorizado depois dos reforços adquiridos para o campeonato. “Investimos em três novos jogadores que chegaram sem conhecer o rúgbi”, comenta Polidoro. “E um deles, o Thalys Juca, ganhou o troféu de melhor jogador da competição”, revela.

TRADIÇÃO

Já para a tetracampeã brasileira Adeacamp, a competição foi simbólica, já que marcou o seu retorno à elite justamente no momento em que a equipe completou 15 anos de fundação, no último dia 10 de agosto. Trata-se do time mais antigo do Brasil, com o mesmo tempo de existência da Associação Brasileira de Rugby em Cadeira de Rodas (ABRC). O quinto lugar no Brasileiro foi considerado positivo.

“Fizemos jogos de altíssimo nível”, justifica Luiz Marcelo Ribeiro da Luz, gerente de projetos da equipe, lembrando que, na estreia, a Adeacamp venceu o pentacampeão brasileiro Minas, maior vencedor da competição, e ficou fora da semifinal por um gol, no duelo contra o Gladiadores. Na disputa pelo quinto lugar, os campineiros voltaram a enfrentar os mineiros, que foram derrotados por 36 a 29 e caíram para a segunda divisão.

A Adeacamp obteve importantes reforços para o Brasileiro, entre eles o técnico Rafael Botelho Gouveia, que tem 11 títulos nacionais, e o atleta Carlos Neme, da seleção colombiana, além de Cláudio Portilho e Marcílio Nunes, também jogadores de destaque. Para Da Luz, o time só não obteve melhor posição na disputa em São Paulo porque a preparação teve início a poucos meses da competição. A expectativa para os futuros torneios, no entanto, é alta.

No dia 23 de setembro, a Adeacamp participa do Festival Paralímpico na Faculdade de Educação Física da PUC-Campinas. Em outubro, existe a possibilidade da realização de um intercâmbio na Colômbia. E o time também aguarda um convite para participar da Copa dos Campeões, em novembro, que reúne vencedores de torneios regionais e do nacional.

A Adeacamp celebrou 15 anos de fundação no último dia 10 de agosto (Divulgação)

A Adeacamp celebrou 15 anos de fundação no último dia 10 de agosto (Divulgação)

RESUMO DO BRASILEIRO

O campeonato deste ano contou com seis equipes, que foram divididas em dois grupos (A e B), com três integrantes cada, e também celebrou os 15 anos de fundação da Associação Brasileira de Rugby em Cadeira de Rodas (ABRC). Além disso, mais seis times disputaram a 2ª Divisão. O BSB ergueu a taça da competição de acesso e subiu à elite nacional. O Minas, campeão cinco vezes da 1ª Divisão, foi rebaixado neste ano e jogará na 2ª em 2024.

“Este foi o torneio de clubes mais importante do nosso calendário. Foram mais de 230 pessoas envolvidas. A ABRC está completando 15 anos, então, foi simbolicamente muito importante”, afirmou José Higino Oliveira Souza, presidente da ABRC.

Além do recorde de equipes participantes, a edição de 2023 trouxe uma novidade. Pela primeira vez, a competição teve um time formado exclusivamente por mulheres: CETEFE Lobos Feminino (DF), que disputou a 2ª Divisão e ficou na sexta colocação.

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