Modalidade tem seis atletas da cidade na seleção brasileira; equipe campineira é uma das potências no país
Esporte jogado em duplas com uma bolinha e um set (equipamento circular) ao centro é semelhante ao vôlei de praia (Divulgação)
Basta uma bola com 30cm de circunferência e uma estrutura que lembra uma pequena “cama elástica” circular para a diversão começar. Em Campinas, no entanto, esses elementos garantem muito mais do que um lazer. O spikeball, um esporte semelhante ao vôlei de duplas e com prática recente no Brasil, ganhou força na cidade, que virou potência nacional na modalidade.
“Dos nove campeonatos que tivemos até agora pela Liga no Brasil, Campinas foi campeã em quatro e pódio em todos”, diz o jogador e vicepresidente do time Roundnet Campinas, Henrique Menez, de 27 anos. “A equipe tem 40 atletas, dos quais 18 compõem o ranking nacional e, desses, seis fazem parte da seleção brasileira.”
Henrique explica o porquê de Campinas se destacar no esporte, que surgiu nos EUA. “O spikeball chegou ao Brasil em 2016 por meio de um paulista, que foi terminar a faculdade nos Estados Unidos e se interessou pela prática. Ele trouxe um equipamento para jogar com os amigos, entre os quais estava o campineiro Rafael Rosales, que se tornou o embaixador do spikeball no Brasil.”
Henrique conta que Rafael passou a reunir um grupo para jogar de forma recreativa aos finais de semana na Lagoa do Taquaral e a atividade foi atraindo curiosos até que se consolidou por aqui. “Em março, a seleção brasileira disputou a primeira etapa do torneio Latino Americano e eu fui indicado como o 4º melhor atleta da América e o 2º melhor do Brasil”, explica Henrique. “Em dezembro, teremos a segunda etapa no Chile e seis dos 12 convocados são de Campinas. Agora, o objetivo dos atletas é somar pontos nos torneios para conseguir convocação ao mundial, que ocorrerá em setembro de 2024, em Londres.”
Hoje, além do Taquaral, com entrada pelo Portão 7, as atividades também acontecem em um estúdio fechado, no Mansões Santo Antônio, em solado emborrachado. As práticas, informa Henrique, são abertas ao público. “Basta entrar em contato conosco pelo Instagram (roundnet.campinas) para saber os horários.”
Os adeptos trabalham na disseminação da modalidade pela região de Campinas e investem em divulgação nas escolas. Segundo os praticantes, Pio XII e Objetivo são algumas unidades de ensino que já aderiram ao esporte. “No Brasil, são cerca de 4 mil praticantes e, desses, aproximadamente 100 estão em Campinas”, contabiliza o jogador e vice-presidente da equipe campineira.
COMO SE JOGA?
O jogo envolve duas duplas que se posicionam em volta de um arco com uma rede ao centro. O objetivo é fazer a bola bater na rede e cair no chão de maneira que a dupla adversária não consiga defender. Cada dupla pode dar três toques na bola antes de lança-la na rede. “É possível jogar em qualquer lugar, seja na areia, grama, concreto e até mesmo na piscina”, explica Henrique. “A bola é inflável e de borracha. Já o “set” é um aro patronizado de 90cm de diâmetro e 15cm de altura, com uma rede ao centro tensionada pelas extremidades.