O time ergueu o troféu na casa do Santo André: 2 a 1 na série melhor de 3 jogos (Jorge Bevilcaqua)
Tensão, ansiedade e aquela sensação de que poderia ter sido melhor. Assim foi a trajetória do Campinas Basquete nos últimos anos, com seguidas eliminações em fases decisivas. Mas na semana passada, enfim, o time pôde soltar o grito preso na garganta. A vitória por 74 a 69 sobre o Santo André, na noite de quarta-feira, no ABC paulista, garantiu o tricampeonato paulista para a equipe campineira e a quebra de um jejum de títulos que durava quatro anos.
"A gente sabe da luta diária que é fazer basquete feminino. E poder se consagrar campeã do estado de São Paulo, onde estão as maiores potências, é algo extraordinário", celebrou a presidente do time, Karla Costa, que tem três olimpíadas no currículo pela Seleção Feminina de Basquete (2004, 2008 e 2012).
O último título de Campinas tinha sido em 2020, quando ganhou o Paulista, repetindo a performance de 2019. Antes, em 2018, o projeto celebrou a conquista da LBF (Liga de Basquete Feminino), que simboliza o Campeonato Brasileiro. "Esse tricampeonato estadual representa um projeto vitorioso que chegou em Campinas no final de 2017 e que consolida a cidade como um dos principais polos de basquete feminino do país", manifestou o prefeito Dário Saadi durante encontro com o time campeão, na quinta-feira, um dia depois do jogo decisivo. "Vocês são um orgulho para a cidade de Campinas", completou o chefe do executivo.
O título veio em uma melhor de três jogos contra o Santo André, que havia eliminado Campinas nas semifinais da competição de 2023. Desta vez, na decisão, as comandadas do técnico Bernardo dos Santos fecharam a série em 2 a 1, depois de ganhar o primeiro duelo no Ginásio do Tênis Clube, perder o segundo no ginásio do Parque Celso Daniel, a casa do adversário, e voltar a ganhar o terceiro, novamente na condição de visitante.
Com 343 pontos e uma média de 20,2 pontos por partida, Casanova foi a cestinha do campeonato. MVP das Finais, Sangalli foi a líder em rebotes (186), bolas de dois pontos convertidas (98) e roubos de bola (54) absolutos. Luana foi quem mais converteu bolas de três, com 56 no total.
"Um time campeão precisa aliar muito trabalho com uma mentalidade vencedora e ter uma estrutura boa para que as atletas possam focar somente dentro de quadra", comentou Karla em entrevista ao Esportes Já. "Nosso time jamais deixou de acreditar. Mesmo quando vieram as derrotas, o pensamento e o foco sempre estiveram em chegar ao objetivo final. Foi essa mentalidade e muito trabalho que fizeram a diferença."
A presidente lembra da montagem do time logo após a eliminação na LBF. "Fizemos uma boa LBF, em que nos despedimos nas semifinais, mas sabíamos que tínhamos um bom elenco. A ideia foi trazer reforços pontuais que conseguissem incorporar mais qualidade e equilíbrio ao time para ir em busca do título do Campeonato Paulista, que é uma competição extremamente complicada", explicou Karla. "Tratamos o Campeonato Paulista com muito respeito e seriedade, enfrentamos grandes adversários e, no fim, ficamos extremamente contentes."
Agora, o time vai trabalhar para manter a força na temporada de 2025. "Quando acaba a competição, a gente entra nessa fase de renovações de contratos e contratações. Nossa ideia é manter uma base, mas tudo será definido nestes próximos meses", frisou a presidente.
PROJETO SOCIAL CAMPEÃO
O Campinas Basquete também celebrou durante o Campeonato Paulista a conquista do Prêmio LBF Social 2024. O projeto Updown Basquete, gerido pela ASSEO – Associação de Esportes Olímpicos -, entidade também responsável pelo Unimed Campinas ganhou destaque. Trata-se de uma estrutura que atende cerca de 40 alunos, de ambos os sexos, com Síndrome de Down.
"O esporte é uma ferramenta poderosíssima de inclusão e desenvolvimento. Ver a felicidade deles dentro do projeto, para nós não tem preço", comentou Karla.
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