Fábio Lombardozo (esquerda) torcedor da Ponte; Otávio De Vitto Laza (á esquerda na foto do lado direito) (Arquivo pessoal)
O designer gráfico Fábio Lombardozo (à esquerda) não pensa em abandonar a Ponte Preta. Pelo contrário. Sua obsessão é acompanhá-la em todos os cantos e vibrar com suas vitórias e conquistas. Ele recorda parte desses feitos nesta conversa com o Esportes Já. Confira:
Por que você escolheu a Ponte Preta como time do coração?
A Ponte Preta você não escolhe, você nasce pontepretano... é inexplicável.
Que recordações você tem da primeira vez que esteve no estádio Moisés Lucarelli?
Não me recordo da primeira vez que estive, mas a sensação é de estar chegando sempre em casa.
Que jogo é inesquecível para você? Por quê?
Foram vários, mas posso destacar o Dérbi de 2003 com três gols do argentino Darío Gigena. A cena dele com a máscara de macaco imitando galinha foi demais. Tempos depois, em seu retorno, ele distribuiu máscaras e consegui pegar uma delas. Um troféu para mim guardado a sete chaves. ( O dérbi foi realizado no dia 11 de outubro de 2003 e terminou com vitória pontepretana pelo placar de 3 a 1. O público foi de 8795 pagantes e teve presença das duas torcidas).
Que partida você prefere esquecer? Por quê?
Certamente a final contra o Lanús. Tínhamos condições de ganhar aquele título. Estive no Pacaembu e o clima era muito favorável para gente fazer o placar naquele jogo e administrar jogando na Argentina, mas quis o destino que isso não acontecesse. (A primeira partida da final da Copa Sul-Americana ocorreu no dia 04 de dezembro de 2013 e terminou empatado por 1 a 1. Na decisão, no dia 11 de dezembro de 2013, a Ponte Preta perdeu do Lanus por 2 a 0).
Qual o principal jogador da história da Ponte Preta? Por quê?
São vários jogadores que posso destacar, muitos nem vi jogar, mas Polozzi, Oscar, Carlos, Vanderlei Paiva, Odirlei, Washington todos foram craques, mas não tem como esquecer do mestre Dicá... o cara tratava bem de mais da bola, era um verdadeiro maestro e um exímio cobrador de faltas, honrou demais o manto pontepretano. (Dicá atuou por 581 jogos e anotou 154 gols).
O que não pode faltar em jogo da Ponte Preta?
Poderia falar de raça, superação etc... mas como não pensar hoje em dia no "Gorilão" Jaílson. A gente chega no estádio e já espera por sua apresentação.
Qual o técnico inesquecível da história da Ponte Preta? Por quê?
Teve vários nomes importantes como Zé Duarte, Sérgio Guedes, Marco Aurélio, Kleina, Cilinho, Hélio dos Anjos, Nelsinho Baptista todos tiveram sua importância, mas o Vadão por sua capacidade de lapidar e revelar jogadores acho que ganha meu voto. (Vadão foi técnico da Ponte Preta nos anos de 2001-2002, 2005, 2006 e em 2014, quando saiu para dirigir a Seleção Feminina de Futebol. Vadão trabalhou na Macaca por 129 partidas).
Que jogador que atuou pelo Guarani que você gostaria que tivesse jogado pela Ponte Preta?
Acho que o Careca poderia ter vestido a camisa da macaca.
Qual o gol mais bonito ou marcante anotado pela Ponte Preta e que você presenciou ao vivo no estádio?
O gol do Jacozinho (Marco Aurélio) contra o Atlético Mineiro foi demais. Não era só de trás do meiocampo, mas com um grau a mais de dificuldade por ser da lateral, foi lindo demais aquele gol. (O gol de Marco Aurélio Jacozinho, por sua vez, foi marcado no dia 27 de agosto de 2000. Marco Aurélio Jacozinho anotou o terceiro gol da vitória da Ponte Preta sobre o Atlético Mineiro por 3 a 2. O jogo foi válido pela 5ª rodada da Série A do Campeonato Brasileiro de 2000, denominado de Copa João Havelange pelo Clube dos 13).
Como torcedor, o que significa o dérbi para você?
Ganhar, ganhar e ganhar a qualquer custo. Não tem espaço para corpo mole, ajudar adversário nada disso, concentração total e "comer a grama", a sensação de ganhar do timeco lá de baixo é bom demais
Como você definiria o seu rival, o Guarani?
Seria um "mal necessário" que a gente não gosta mesmo. Um freguês que nunca tem a razão (risos).
Complete a frase. Ser pontepretano é…
Inexplicável, só quem gosta da macaca sabe o que é isso. Mesmo cercado de problemas administrativos, a gente está pelo clube, nosso clube. Jogadores, funcionários, técnicos tudo passa, mas nossa gloriosa sempre ficará e nós com ela.
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Otávio De Vitto Laza (à direita) é analista financeiro. Reside e trabalha em São Paulo. Neste período, tem a missão de cultivar à distância o seu amor pelo Guarani. Ele não é um torcedor qualquer. É alguém ligado ao clube. Desde a formação. São esses detalhes que ele revela nesta conversa com a reportagem do Esportes Já. Confira:
Por que você escolheu o Guarani como time do coração?
Eu sinto que, na verdade, eu que fui escolhido por este time, pelo fato do Romeo Antonio de Vito ser meu bisavô. Ter dois familiares como fundadores do Guarani me faz ter sangue verde e branco. Nunca foi escolha, e sim predestinação.
Que recordações você tem da primeira vez que esteve no Brinco de Ouro?
A única vez que estive no Brinco de Ouro foi na comemoração do Centenário do clube, onde fui convidado a participar e tive a oportunidade de ser homenageado pela TFI (Torcida Fúria Independente). Subi ao palco para ser aplaudido e sai de lá com uma camisa autografada pelos ídolos Amoroso e Carlos Alberto Silva.
Que jogo é inesquecível para você? Por quê?
Não tem com não ser aquele 6x0 em cima do ABC, garantindo a final da série C. Após um 4x0, onde ninguém acreditava mais, o Guarani mostrou o que é ser Guarani. (Na semifinal da Série C do Campeonato Brasileiro de 2016, o Guarani perdeu o primeiro jogo do ABC por 4 a 0, no estádio Frasqueirão, em Natal-RN. No jogo decisivo, o Guarani venceu por 6 a 0 e conseguiu a vaga para disputar a decisão contra o Boa Esporte-MG).
Que partida você prefere esquecer? Por quê?
Sinceramente, todas as partidas de 2024. Brincadeiras à parte, a derrota para o Grêmio, culminando no rebaixamento para a série B. (Na penúltima rodada do Campeonato Brasileiro de 2010, o Guarani perdeu em casa para o Grêmio por 3 a 0 e foi rebaixado para a Segundona).
O que não pode faltar em jogo do Guarani?
Ultimamente o que está muito em falta nos jogos do Guarani é qualidade, mas o que para mim nunca pode falta é garra e vontade. Perder por falta de qualidade é ruim, mas perder por displicência e sem vontade, para mim, é inadmissível.
Qual o principal jogador da história do Guarani? Por quê?
É difícil pontuar o principal jogador de um clube tão rico em história. Amoroso, Careca, Evair, Renato, Djalminha...Todos foram extremamente importantes, porém acredito que o principal seja o Zenon, pela conquista do maior título da história do clube.
Qual o técnico inesquecível da história do Guarani? Por quê?
Em primeiro lugar, Carlos Alberto Silva. Incontestável. Entra na mesma premissa do Zenon, ter sido o responsável pelo maior título da história do Guarani. Porém, preciso fazer uma menção honrosa ao saudoso Vadão. ( Após treinar o Guarani de 1978 a 1979, Carlos Alberto Silva retornou ao clube em 1984, 1994, 1996, 1999 e 2001. Além do título de Campeão Brasileiro de 1978, o técnico foi terceiro colocado do Campeonato Brasileiro em 1994 e dois anos depois deixou a equipe na sexta colocação. Em contrapartida, o treinador não evitou o rebaixamento no Campeonato Paulista de 2001).
Que jogador que atuou pela Ponte Preta que você gostaria que tivesse jogado pelo Guarani?
Sinceramente, nenhum. Nunca dei muita importância para os jogadores da rival, e não me vem à mente nenhum jogador que eu de fato tenha tido vontade que vestisse verde e branco.
Qual o gol mais bonito ou marcante anotado pelo Guarani e que você presenciou ao vivo no estádio?
Como sou de São Paulo Capital eu infelizmente fui ao Brinco de Ouro apenas uma vez na vida convidado para o centenário, portanto nunca tive a oportunidade de ver nenhum gol ao vivo.
Como torcedor, o que significa o dérbi para você?
Significa um campeonato à parte. O Dérbi para mim começa no dia anterior, quando eu deito a cabeça no travesseiro e já começo a pensar no jogo. A hora do dia de dérbi demora mais a passar, enquanto espero o horário do jogo.
Como você definiria a sua rival Ponte Preta?
Nunca serão.
Ser torcedor do Guarani é… Ver o legado da minha família perdurando ao longo dos anos. É saber que meu bisavô, junto de seu irmão Pompeo de Vito e seus outros 10 companheiros fundaram uma instituição que durou 113 anos com altos e baixos, e que espero que dure mais 500 anos, porém em uma situação melhor.
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