(Arquivo Pessoal)
Quem está envolvido no setor cultural e de eventos em Campinas conhece Caetano Durigon. Ativo nos bastidores, ele é daquelas pessoas aptas para colocar de pé qualquer cerimônia ou acontecimento relevante em Campinas. Conversa com todas as tribos e tendências. Alguém pronto para o diálogo. No futebol, não há como pensar duas vezes, o seu lado é o da Ponte Preta, paixão iniciada desde a década de 1990, um dos períodos mais duros da agremiação dentro do gramado, época em que disputava campeonatos que não eram adequados à estatura histórica do time. Durigon estava no Majestoso em qualquer cenário ou conjuntura. Presenciou momentos emblemáticos nestes 31 anos em que acompanha a Nega Véia. Viu o acesso na Série B do Campeonato Brasileiro de 1997 e em 1999 comemorou o acesso para a Campeonato Paulista.
Esteve ao lado da Ponte Preta nas finais do Paulistão de 2008 e 2017 e nos acessos obtidos na Série B com pontos corridos dos anos de 2011 e 2014. Viveu o sonho da conquista da Copa Sul-Americana e o empate por 1 a 1 no Estádio do Pacaembu, no dia 4 de dezembro de 2013 não sai de sua memória. Prefere pontepretano no comando do banco de reservas, como João Brigatti, que trabalha e torce como alguém que está na arquibancada.
Na atualidade, os dias são duros, as conquistas são escassas, as disputas políticas chegam a desanimar. Menos para Caetano Durigon. Ele torce e acredita que o dia seguinte da Macaca sempre será melhor. Confira:
Por que você escolheu a Ponte Preta como time do coração?
Foi herança de família. Fui apresentado ao Majestoso por um cunhado, quando tinha 12 anos, e nunca mais saí de lá.
Que recordações você tem da primeira vez que esteve no Estádio Moisés Lucarelli?
Foi um jogo contra a Portuguesa uma quarta-feira à noite. Foi 2 x 1 para a Macaca. Marcelo Prates fez o primeiro, a Portuguesa empatou e não lembro o segundo de quem foi (o duelo foi realizado no dia 3 de março de 1993. Os gols pontepretanos foram feitos por Marcelo Prates e Claudinho, enquanto Dinei fez o gol da Portuguesa. A partida foi válida pela primeira fase e presenciada por 3.202 pessoas).
Que jogo é inesquecível para você? Por quê?
Sem dúvida alguma, a final da Copa Sul-Americana no Pacaembu. Ver a nossa torcida se deslocando para São Paulo de todos os jeitos e ter lotado lá foi lindo (o jogo ocorreu no dia 4 de dezembro de 2013 e a Ponte Preta empatou por 1 a 1 contra o Lan).
Que partida você prefere esquecer? Por quê?
Ponte Preta e Botafogo de Ribeirão, semifinal do Paulista de 2001, tínhamos o melhor time do campeonato (o confronto foi realizado no dia 13 de maio de 2001. No primeiro jogo, em Ribeirão Preto, a Macaca perdeu por 2 a 1. No jogo da volta, no Majestoso, a equipe chegou a liderar o placar por 3 a 1, mas sofreu o empate e perdeu a vaga na final do Campeonato Brasileiro).
Qual o principal jogador da história da Ponte Preta? Por quê?
Mestre Dicá, sem dúvida alguma, nosso maior artilheiro e um cara que honrou a camisa da Macaca (Oscar Sales Bueno Filho, o Dicá, tem 581 jogos com a camisa da Ponte Preta e fez 154 gols).
O que não pode faltar em jogo da Ponte Preta?
Emoção, jogos decisivos da Macaca e teste para cardíaco.
Qual o técnico inesquecível da história da Ponte Preta? Por quê?
Brigatti, ele não é só um técnico, é um pontepretano raiz. Ele sofre igual sofremos em derrotas. Ele cobra o time como queremos cobrar.
Que jogador que atuou pelo Guarani que você gostaria que tivesse jogado pela Ponte Preta?
Careca teria feito história na Macaca.
Qual o gol mais bonito ou marcante anotado pela Ponte Preta e que você presenciou ao vivo no estádio?
Marcante o do Fellipe Bastos de falta na final da Sul-Americana.
Como torcedor, o que significa o dérbi para você?
Dérbi é um campeonato à parte, quem ganha fica com a confiança da torcida até o próximo.
Como você definiria o seu rival, o Guarani?
Um time que sempre dá um gostinho especial quando ganhamos, diferente de qualquer outro confronto.
Complete a frase. Ser pontepretano é...
Ser Majestoso e ter coração em preto e branco.
Que recordações você guarda de sua família? Como o elo de amor é construído? Em redes sociais, o mais comum é verificar que adolescentes e jovens utilizam imagens de aniversários ou viagens paradisíacas como o cenário para celebrar a convivência com pais, irmãos e primos. E quando o futebol vira o centro de tudo? Não poderia existir cenário melhor. Pelo menos para Rebecca Mura, que não adota o Guarani somente como uma de suas prioridades esportivas, mas como um elo familiar.
Comparecer ao Brinco de Ouro sem a companhia do pai é impensável. Vibrar por um gol ou lamentar uma derrota sem a companhia dos pais e dos parentes é inimaginável. Para ela, são vários os instantes inesquecíveis. Começa em 2009, quando o Guarani, sob o comando de Oswaldo Alvarez, o Vadão, consegue terminar na segunda colocação da Série B com 69 pontos, e o melhor: vence os dois dérbis da competição. Sete anos depois, a trajetória épica na Série C do Campeonato Brasileiro terminou em Varginha-MG, mas ela prefere esquecer dos acontecimentos e da confusão com a Polícia Militar mineira. Um fato, porém, não é ignorado: o seu amor pelo Guarani. Confira:
Por que você escolheu o Guarani como time do coração?
O Guarani está em mim desde a barriga da minha mãe. Antes mesmo de nascer eu já tinha roupas, mascotes e até uma bandeira do Guarani que meu pai fez em minha homenagem. Com nove meses fui no campo pela primeira vez e o resto é história.
Que recordações você tem da primeira vez que esteve no Brinco de Ouro?
Não lembro da primeira vez, eu era bebê, mas tenho muitas lembranças de pequena no estádio sentada do lado do meu pai e ele me ensinando as músicas da torcida.
Que jogo é inesquecível para você? Por quê?
O de 2009. A torcida alvoroçada na hora do gol, no tobogã, foi algo que ficou marcado em mim, eu tinha 7 anos (o jogo foi realizado no dia 26 de setembro de 2009, válido pelo segundo turno da Série B. O Guarani venceu por 2 a 1, gols de Ricardo Xavier e Bruno Aguiar).
Que partida você prefere esquecer? Por quê?
Guarani x Boa Esporte, 2016. Fomos para Varginha. A viagem e as histórias são ótimas, mas preferia esquecer pelo resultado da partida (O jogo foi realizado no dia 5 de novembro de 2016. O Guarani perdeu do Boa Esporte por 3 a 0 e ficou com o vice-campeonato da Série C do Brasileirão).
O que não pode faltar em jogo do Guarani?
Meu pai.
Qual o principal jogador da história do Guarani? Por quê?
Na minha opinião, Careca. Pelo gol do título de 78.
Qual o técnico inesquecível da história do Guarani? Por quê?
Carlos Alberto Silva, levou o Guarani ao título de 1978 (após treinar o Guarani de 1978 a 1979, Carlos Alberto Silva retornou ao clube em 1984, 1994, 1996, 1999 e 2001. Além do título de Campeão Brasileiro de 1978, o técnico foi terceiro colocado do Campeonato Brasileiro em 1994 e dois anos depois deixou a equipe na sexta colocação. Em contrapartida, o treinador não evitou o rebaixamento no Campeonato Paulista de 2001).
Que jogador que atuou pela Ponte Preta que você gostaria que tivesse jogado pelo Guarani?
Nenhum. Para mim, jogador é tão rival quanto o time que eles jogam.
Qual o gol mais bonito ou marcante anotado pelo Guarani e que você presenciou ao vivo no estádio?
Semifinal do Paulistão 2012. Guarani 3 x 1 AAPP, gol de cabeça do Medina (A partida foi realizada no dia 29 de abril de 2012 e terminou com vitória bugrina, que assegurou vaga à final do Campeonato Paulista. Os gols foram marcados por Fábio Bahia e dois de Medina, o terceiro de cabeça).
Como torcedora, o que significa o dérbi para você?
Dérbi é sentimento. São 24 horas por dia com o pensamento na partida. Só quem vive sabe a loucura, a adrenalina. De longe, um dos momentos mais gostosos do campeonato.
Como você definiria a sua rival Ponte Preta?
Nossa eterna piada. Nunca serão.
Ser torcedora do Guarani é…
Carregar no coração um amor inexplicável que, independente do momento ou da fase, jamais diminui. É abrir mão de eventos, festas familiares pra acompanhar o time. É a melhor coisa da vida toda.
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