O consultor tributário Guilherme Marchiore (à esquerda) é apaixonado pelo Guarani, seja qual for a conjuntura, estádio ou campeonato. Nos últimos três anos, viveu uma verdadeira montanha-russa de emoções; a advogada renomada na seara desportiva, Talita Garcez (à direita), teve o coração capturado pela Ponte Preta (Arquivo pessoal)
O consultor tributário Guilherme Marchiore é apaixonado pelo Guarani. Em qualquer conjuntura, estádio e campeonato. Os últimos três anos foram uma gangorra de emoções.
Em 2021, a primeira divisão nacional foi uma possibilidade concreta. A equipe do técnico Daniel Paulista tinha tudo para carimbar a vaga e viveu instantes distintos: a vitória no último lance contra o Vasco e a derrota diante do Goiás. Nos anos de 2022 e 2023, o rendimento irregular fez a ambição virar miragem.
Marchiore não esquece dos ídolos. Do passado, como Careca, campeão da Taça de Ouro de 1978 e Taça de Prata de 1981, assim como Fumagalli, que mostrou seu amor pelo clube por intermédio de gestos concretos, como a condução do time vicecampeão paulista de 2012 e a permanência nos tempos de vacas magras, antes do acesso na Série C de 2016 e da conquista da Série A2 de 2018. Há ainda os feitos de Carlos Alberto Silva e de Oswaldo Alvarez, o Vadão, no banco de reservas.
Nada escapou ao coração e ao olhar de Marchiore, que destrincha tais recordações para a reportagem do Esportes Já. Confira:
Por que você escolheu o Guarani como time do coração?
Meu tio começou a me levar aos jogos do Guarani quando era criança e me apaixonei pelo time. Desde então, o Guarani faz parte do meu dia a dia.
Que recordações você tem da primeira vez que esteve no Brinco de Ouro?
A energia da torcida.
Que jogo é inesquecível para você? Por quê?
Tenho muitas lembranças, mas a mais atual foi aquele Guarani 1x0 Vasco, gol do Pablo… Já estava indo embora quando o juiz deu pênalti, fiquei e vi o Rafael defender o pênalti e logo depois o gol… Inesquecível (a partida foi realizada no dia 4 de novembro de 2021 e o Guarani venceu por 1 a 0. O gol de autoria de Pablo ocorreu aos 43 minutos do segundo tempo).
Que partida você prefere esquecer? Por quê?
Guarani x Goiás em 2021. Acesso que perdemos em casa (a partida foi realizada no dia 22 de novembro de 2021 e terminou com vitória do Goias por 2 a 0. Elvis e Nicolas marcaram os gols do Goiás).
O que não pode faltar em jogo do Guarani?
Chegar alguns minutos mais cedo no Brinco e encontrar com os amigos para conversar e dar risadas.
Qual o principal jogador da história do Guarani? Por quê?
Acho que pela importância histórica o Careca. No contexto mais atual, considero o Fumagalli como uma das principais referências do Guarani (nas duas passagens pelo Guarani, de 2000 a 2001 e entre 2012 a 2018, Fumagalli vestiu a camisa bugrina em 307 partidas e anotou 90 gols. O jogador foi vice-campeão do Paulista em 2012 e estava no elenco que faturou a Série A2 em 2018).
Qual o técnico inesquecível da história do Guarani? Por quê?
Não tem como esquecer o Carlos Alberto por 1978 (Carlos Alberto Silva, por sua vez, após treinar o Guarani de 1978 a 1979, retornou ao clube em 1984, 1994, 1996, 1999 e 2001. Além do título de Campeão Brasileiro de 1978, o técnico foi terceiro colocado do Campeonato Brasileiro em 1994. Dois anos depois, deixou a equipe na sexta colocação. Em contrapartida, o treinador não evitou o rebaixamento no Campeonato Paulista de 2001). Porém, na atualidade, sem dúvida nenhuma é Oswaldo Alvarez, o Vadão, responsável pelos melhores trabalhos das últimas décadas (Oswaldo Alvarez, o Vadão, teve cinco passagens pelo Guarani nos anos de 1995, 1997-1998, 2009-2010, 2012 e 2017. Em 2024 jogos, o seu aproveitamento foi de 50,5%).
Que jogador que atuou pela Ponte Preta que você gostaria que tivesse jogado pelo Guarani?
Washingto Coração Valente, centroavante com faro de gol.
Qual o gol mais bonito ou marcante anotado pelo Guarani e que você presenciou ao vivo no estádio?
Cléverson no dérbi do paulista de 2009 (a partida foi realizada no estádio Brinco de Ouro no dia 8 de fevereiro de 2009 e terminou empatada por 2 a 2. O gol de Cléverson foi aos 19 minutos do segundo tempo).
Como torcedor, o que significa o dérbi para você?
Campeonato à parte.
Como você definiria a sua rival Ponte Preta?
Insignificante.
Ser torcedor do Guarani é…
Ser Guarani é amor e não abandonar jamais, independentemente de qualquer situação.
XXX
Advogada renomada na seara desportiva, Talita Garcez teve o coração capturado pela Ponte Preta. A entrada no estádio enquanto garotinha e a possibilidade de ajudar na reconstrução da equipe que tanto ama são fatores que fazem deste sentimento algo singular. Nesta conversa com a reportagem do Esportes Já, ela recorda momentos saborosos e dificuldades que ajudaram a solidificar o amor pela Macaca. Confira:
Por que você escolheu a Ponte Preta como time do coração?
Meus pais e irmão são nascidos em São Paulo, então cada um torce para um time. Meu pai é santista, minha mãe palmeirense, meu irmão são-paulino. Eu, como sempre, gostei de ser “do contra”. Queria ter um time da cidade que nasci como time do coração. Quando comecei a acompanhar os jogos e a história da Ponte Preta, não tive dúvidas ao fazer a escolha.
Que recordações você tem da primeira vez que esteve no Estádio Moisés Lucarelli?
Eu tinha quatro ou cinco anos, o Helinho era amigo dos meus pais. Na época ele jogava na Ponte e me convidou para entrar em campo com ele. Aquele encanto e a emoção do momento mexeu comigo.
Que jogo é inesquecível para você? Por quê?
Foi a final da Série A2 do Campeonato Paulista de 2023, Ponte Preta e Novorizontino. Eu já prestava serviços para a Ponte e compreendia, além da emoção, a importância do título e do acesso novamente à Série A1 do Campeonato Paulista. E, como sempre, o jogo foi um sufoco com a vitória nos pênaltis por 3x2 (a partida foi realizado no dia 8 de abril de 2023. O confronto terminou sem gols no tempo normal e foi para a decisão por pênaltis, quando a Macaca venceu. O gol decisivo foi anotado por Elvis).
Que partida você prefere esquecer? Por quê?
Ponte x Vitória em 2017, que gerou o rebaixamento da Série A para a Série B do Campeonato Brasileiro. Não digo isso apenas pela situação do rebaixamento, mas pelo lamentável episódio que ocorreu envolvendo na época um atleta da Ponte e que depois virou uma quebradeira no estádio, com paralisação por mais de 30 minutos da partida. Devemos repudiar essas ações. Estádios e partidas de futebol devem ser sinônimos de disputa saudável e lazer com segurança para toda a família (a partida foi realizada no dia 26 de novembro de 2017. A Macaca perdeu por 3 a 2. Após o terceiro gol do Vitória–BA, torcedores da Ponte quebraram uma das grades e invadiram o gramado, o que obrigou os jogadores a correrem para o vestiário. O goleiro Aranha foi cercado por pontepretanos, mas não foi agredido. Após quase 50 minutos de paralisação, foi decidido que a partida não teria continuação por falta de segurança).
Qual o principal jogador da história da Ponte Preta? Por quê? Dicá, por sua história e identidade com o clube. Salvo engano, é o jogador com mais jogos e gols na história da Macaca. (Dicá atuou em 581 partidas e anotou 154 gols).
O que não pode faltar em jogo da Ponte Preta? Companhia da minha filha, pois, além de tudo, ela é “pé quente”.
Qual o técnico inesquecível da história da Ponte Preta? Por quê?
Vadão. Por sua capacidade em ter trabalhado de forma isenta nos dois clubes de Campinas bem como pelo posterior desempenho como técnico da Seleção Brasileira de futebol feminino pela CBF (Vadão foi técnico da Ponte Preta nos anos de 2001-2002, 2005, 2006 e em 2014, quando saiu para dirigir a seleção feminina de futebol. Vadão trabalhou na Macaca por 129 partidas).
Que jogador que atuou pelo Guarani que você gostaria que tivesse jogado pela Ponte Preta?
Mauro Silva
Qual o gol mais bonito ou marcante anotado pela Ponte Preta e que você presenciou ao vivo no estádio?
Recentemente tivemos um belo gol de bicicleta do André contra o Vitória pela Série B em 2023 (a partida entre Ponte Preta x Vitória foi realizada no dia 30 de julho de 2023 e terminou empatada em 1 a 1).
Como torcedor, o que significa o dérbi para você?
Tradição e frio na barriga.
Como você definiria o seu rival, o Guarani?
Um mal necessário (rs). Sem a rivalidade (saudável) entre os times campineiros não seria tão prazeroso ser pontepretana.
Complete a frase. Ser pontepretano é…
Sufoco em cada segundo de jogo até o apito do fim.
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