DÉRBI DA TORCIDA

Bate-bola com torcedores de Guarani e Ponte Preta

Esportes Já
17/06/2024 às 14:28.
Atualizado em 17/06/2024 às 14:28

(Arquivo Pessoal)

O empresário do ramo de embalagens, Marcos Lustosa, não para de pensar no Guarani em nenhum momento do dia. Respira e vive o Alviverde 24 horas. Não pensa duas vezes em fazer todo o esforço para acompanhar o clube. Em determinada oportunidade, para acompanhar uma partida contra o Santos na Vila Belmiro, ele não hesitou e adotou a velha e tradicional carona para chegar ao estádio localizado em Santos, litoral paulista. “Após o jogo entrei no ônibus da Torcida Organizada para retornar”, contou. 

Outro momento inesquecível é quando esteve no jogo de encerramento da fase classificatória da Série B de 2005, no dia 10 de setembro. Ele estava entre as 30.575 pessoas que pagaram ingresso para ver a vitória bugrina por 2 a 0 e classificação para o quadrangular decisivo. “Foi o jogo da classificação do Guarani e estava minha família inteira”, disse. 

Entre tantas recordações positivas, ele só lamenta que novas joias não são reveladas dentro do Estádio Brinco de Ouro. “Jogadores da base não têm oportunidade de mostrar o seu valor dentro de campo”, disse o empresário, que não esquece das peripécias feitas por Amoroso com a camisa bugrina. 

Nesta conversa com a reportagem do Esportes Já, Lustosa relembra fatos inesquecíveis da década de 1990, quando o Guarani montava times competitivos e era respeitado dentro e fora do campo, um quadro bem diferente daquilo que é vivido na atual edição da Série B. Confira:

Por que você escolheu o Guarani como time do coração? 

Amor você não escolhe. 

Que recordações você tem da primeira vez que esteve no Brinco de Ouro? 

Lembro de subir as escadas da arquibancada do portão principal, ver aquele gramado lindo, a torcida chegando e cantando no tobogã. 

Que jogo é inesquecível para você? Por quê?

Guarani 5x2 Palmeiras. O Guarani era um time espetacular e teve gols de todos os jeitos. Eu estava no tobogã e torcida vibrando. Até hoje me arrepio (o jogo foi realizado no dia 18 de novembro de 1992. Os gols do Guarani foram anotados por Gustavo, Edilson e Edu Lima, os dois últimos marcando dois gols cada). 

Que partida você prefere esquecer? Por quê? 

Guarani e Mogi Mirim, na casa do adversário. Era só o Guarani ganhar para ir para a final do Paulistão. Eu estava atrás do gol com a torcida do Bugrão (a partida foi realizada no dia 29 de novembro de 1992 e o resultado eliminou o Guarani, pois a equipe perdeu o jogo por 1 a 0). 

O que não pode faltar em jogo do Guarani?

Jogadores com raça e com vontade de ganhar. Resultado é consequência. 

Qual o principal jogador da história do Guarani? Por quê? 

Amoroso. Jogador da base e honrou nosso manto. E não tem como esquecer do jogo contra são Paulo, vendo Telê Santana na lateral pedido para eles irem para cima e Amoroso acabando com jogo (Amoroso jogou 44 vezes com a camisa do Guarani na equipe profissional e anotou 28 gols). 

Qual o técnico inesquecível da história do Guarani? Por quê? 

Carlos Alberto Silva. Por tudo que fez em 1978 e 1994. Não tem como esquecer (após treinar o Guarani de 1978 a 1979, Carlos Alberto Silva retornou ao clube em 1984, 1994, 1996, 1999 e 2001. Além do título de 1978, o técnico foi terceiro colocado em 1994 e dois anos depois deixou a equipe na sexta colocação. Em contrapartida, o treinador não evitou o rebaixamento no Campeonato Paulista de 2001).

Que jogador que atuou pela Ponte Preta que você gostaria que tivesse jogado pelo Guarani? 

Washington Coração Valente. 

Qual o gol mais bonito ou marcante anotado pelo Guarani e que você presenciou ao vivo no estádio? 

Edmílson cara de louco, uma super bicicleta no estádio deles (O jogo foi realizado no dia 5 de fevereiro de 2006 e terminou empatado por 2 a 2. O gol de Edmílson foi anotado no primeiro minuto de jogo). 

Como torcedor, o que significa o dérbi para você? 

Jogo gostoso de assistir. É aquele jogo que não pode perder, não importa se joga bem ou não. É uma pena que não temos mais as duas torcidas no estádio. Era uma loucura. Que saudade! 

Como você definiria a sua rival Ponte Preta? 

Quem é Ponte Preta? Não tem significado algum para mim. Nem lembro delas. 

Complete a frase. Ser torcedor do Guarani é… 

Ser guerreiro.

 Professor de Educação Física, Rodolfo Santos é um privilegiado. Filho de Santinho, ex-jogador e ex-técnico das categorias de base da Ponte Preta, ele sempre teve a oportunidade de sentir e viver o mundo do futebol. Desde pequeno. Ele observou as lutas, vitórias e derrotas do seu pai no gramado. As lições, o aprendizado no vestiário, tudo era integrado ao cotidiano de Rodolfo. A fase adulta chegou, o diploma acadêmico veio na mão e Rodolfo Santos teve a chance de juntar dois desejos: trabalhar no time do coração e ao lado do pai. Rodolfo Santos era preparador físico e observava como Santinho, com voz calma, ponderada e sábia, conseguia corrigir fundamentos dos garotos que queriam um lugar ao sol. Ou melhor: testemunhava como o seu pai formava cidadãos e homens talhados para a vida em sociedade. 

Nesse contexto, é inevitável que as recordações pessoais e profissionais sejam conectadas e virem algo único. Nesta conversa com a reportagem do Esportes Já, Rodolfo Santos relembra lances primordiais e amargos da história pontepretana, como o empate por 3 a 3 com o Botafogo de Ribeirão Preto, válido pelo Campeonato Paulista de 2001. Também não esquece de homenagear quem fez a alegria das arquibancadas do Estádio Moisés Lucarelli, como o eterno camisa 10, Oscar Salles Bueno Filho, o mestre Dicá. Confira:

Por que você escolheu a Ponte Preta como time do coração? 

Sou pontepretano porque desde bebê frequento as instalações do Moisés Lucarelli com meu finado pai, que é ex jogador e na época era treinador das categorias de base. 

Que recordações você tem da primeira vez que esteve no Estádio Moisés Lucarelli? 

Minha principal lembrança era quando brincava dentro do campo e almoçava no refeitório, ainda quando criança. 

Que jogo é inesquecível para você? Por quê? 

O jogo inesquecível foi Ponte Preta 4x5 Corinthians. Esse jogo foi marcante pela reação do time, que perdia de 5x1 e reagiu fazendo 3 gols em 30 minutos. O time saiu aplaudido e o Corinthians, apesar da vitória, saiu vaiado (a partida foi no dia 19 de setembro de 1998. Os gols corinthianos na partida foram marcados por Edílson, duas vezes, Gilmar, Vampeta e Ricardinho. Sandro Gaúcho fez três gols pela Macaca, que também teve um gol de Vânder. O time titular da Ponte Preta foi: Edinho; Mineiro, Paulão (Jorge Luís), Ronaldão, Renato Carioca, André Silva, Fabinho, Dionísio, Válber (Régis), Vânder e Sandro Gaúcho. O técnico era Pedro Rocha).

Que partida você prefere esquecer? Por quê? 

Partida a ser esquecida é Ponte Preta 3x3 Botafogo de Ribeirão Preto. Ali era certeza que passaríamos para a final do Campeonato Paulista pela primeira vez desde 1981, mas tomamos 2 gols em 10 minutos. E jogando bem. (o jogo foi realizado no dia 13 de maio de 2001. No primeiro jogo, em Ribeirão Preto, a Macaca perdeu por 2 a 1. Com o empate, a Alvinegra foi eliminada da competição). 

Qual o principal jogador da história da Ponte Preta? Por quê? 

Dicá, sem dúvida. Por tudo que fez e representa para a instituição (com a camisa da Ponte Preta, Dicá fez 581 partidas e marcou 154 gols). 

O que não pode faltar em jogo da Ponte Preta? 

O que não pode faltar é raça e emoção... (risos). 

Qual o técnico inesquecível da história da Ponte Preta? Por quê? 

José Duarte, pelo legado do time de 1969 e o competentíssimo time de 1977 (no comando da Ponte Preta, Zé Duarte foi campeão da divisão especial, atual Série A2, em 1969. enquanto em 1977 e 1979 a equipe ficou com o vice-campeonato do Campeonato Paulista sob o seu comando).

Que jogador que atuou pelo Guarani que você gostaria que tivesse jogado pela Ponte Preta? 

Careca, sem dúvida. 

Qual o gol mais bonito ou marcante anotado pela Ponte Preta e que você presenciou ao vivo no estádio? 

Gol do meio campo do Marco Aurélio Jacozinho (o gol foi marcado no dia 27 de agosto de 2000. Marco Aurélio Jacozinho anotou o terceiro gol da vitória da Ponte Preta sobre o Atlético Mineiro por 3 a 2. O jogo foi válido pela 5ª rodada da Série A do Campeonato Brasileiro de 2000, denominado de Copa João Havelange pelo Clube dos 13) 

Como torcedor, o que significa o dérbi para você? 

Maior emoção do futebol. 

Como você definiria o seu rival, o Guarani? 

Imprescindível. 

Complete a frase. Ser pontepretano é… 

Ser um abnegado.

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