RIVALIDADE

Bate-bola com os torcedores do Guarani e Ponte Preta

Otávio de Almeida Sambo e Felipe Augusti: uma conversa franca sobre suas percepções e memórias como apaixonados torcedores da Ponte Preta e do Guarani.as em uma conversa franca sobre suas percepções e memórias.

Da Redação
10/06/2024 às 13:54.
Atualizado em 10/06/2024 às 13:54

(Arquivo pessoal)

Otávio de Almeida Sambo é um apaixonado pela Ponte Preta. E ele traz as suas recordações nesta conversa com o Esportes Já. Confira:

Por que você escolheu a Ponte Preta como time do coração?

Acredito que assim como outros pontepretanos, veio de família. Meu pai me leva ao estádio desde que me conheço por gente.

Que recordações você tem da primeira vez que esteve no estádio Moisés Lucarelli?

Meu pai me leva desde que nasci, literalmente, com 6 meses estava no Moisés, mas não, não me recordo desse dia. Acho que a primeira memória que de fato que me recordo no Moisés, foi em um jogo Ponte 5 X 0 Mirassol, em 1999, no acesso do Paulista. Teve invasão, me perdi da minha família. Tinha 6 anos e me encontraram na estátua do estádio, coisa linda.

Que jogo é inesquecível para você? Por quê?

Bom, apesar de ouvir muitas histórias do time de 70/80, eu nasci em 1993, então só posso falar do que vivenciei. Final da sul-americana 2013, Pacaembu. Colocamos 30 mil pessoas, um time do interior, no Pacaembu. Simplesmente incrível.

Que partida você prefere esquecer? Por quê?

Acredito que para mim, a final do Paulista em 2008, onde perdemos de 1x0 aqui, e fomos para lá com esperança, mas levamos um 5x0. Lembro de chorar vendo o jogo pela televisão.

O que não pode faltar em jogo da Ponte Preta?

Creio que a torcida. É tudo que temos. Jogadores passam, histórias serão contadas, mas o que sempre é marcado, é a nossa torcida e a paixão dela pelo time.

Qual o principal jogador da história da Ponte Preta? Por quê?

Bom, se formos falar na história de 123, quase 124 anos da ponte, não dá para não ser o Mestre Dicá. Porém, infelizmente não o vi jogar. Se for contar de 1993 para cá, tiveram diversos jogadores que me marcaram. Posso falar do Mineiro, Washington Coração Valente, Renato Cajá, Lucca, Ivan, Elvis.

Qual o técnico inesquecível da história da Ponte Preta? Por quê?

Creio que Abel Braga. Em 2003, com salários atrasados, ele poderia abandonar a equipe. Abraçou a mesma e garantiu a permanência no Campeonato Brasileiro. Tivemos alguns técnicos marcantes depois, mas acho que nada como Abel Braga.

Que jogador que atuou pelo Guarani que você gostaria que tivesse jogado pela Ponte Preta?

Se for considerar o passado, creio que Careca. Atualmente, sendo bem sincero, não me recordo de nenhum atleta do Guarani que acredito que seria uma unanimidade vir jogar aqui.

Qual o gol mais bonito ou marcante anotado pela Ponte Preta e que você presenciou ao vivo no estádio?

Curiosamente, o gol, mas marcante que presenciei, não foi no Moisés Lucarelli. Foi no Pacaembu e não vi o gol. Segue a história: na final da Sul-Americana, a Ponte Preta perdia e saiu a falta que culmina no gol da Ponte, cobrada por Felipe Bastos. Eu viro de costas para o gramado, me ajoelho na arquibancada, fecho meus olhos com minhas mãos e a partir daí, toda a minha memória, é sonora. Eu me recordo da torcida cantando muito quando Felipe se preparava para a batida. Logo depois o apito do árbitro e nesse tempo do apito, até Felipe começar sua corrida para a cobrança, um silêncio, alguns torcedores arriscaram dizendo que seria gol, mas apenas silêncio, até vir uma onda sonora de grito de GOL, e me viro e abraço meus irmãos e meu pai, uma memória inesquecível.

Como torcedor, o que significa o dérbi para você?

História, rivalidade. Dérbi é histórico de rivalidade, com estádios próximos, mas com a recomendação do MP e a federação Paulista acatando a recomendação de torcida única, para mim, diminui a graça do dérbi, de não ter a torcida rival para zoar, brincar. Mas não deixa de ser uma das rivalidades históricas.

Como você definiria o seu rival, o Guarani?

O grande campeão de mais vezes rebaixados (Risos)

Complete a frase. Ser pontepretano é…

Amar a ponte preta independente da condição em que ela estiver. A Ponte Preta vem há anos passando por muitos problemas financeiros, administrativos, onde não sabemos para onde vão o dinheiro das vendas de jogadores, e presidentes passaram. Mas o que resta sempre é a torcida e ela precisa entender isso. Que a ponte preta é deles e não de presidentes ou jogadores. Amar a ponte, independente de onde ela estiver ou qual condição estiver!

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Felipe Augusti nunca abandonou o Guarani. Nem nos piores momentos. A semente foi plantada no início do Século 21. Tempo de Série A do Campeonato Brasileiro e de admirar jogadores que poderiam atuar até nos gigantes do futebol nacional. Preferiam atuar no Brinco de Ouro. Vieram as fases negativas. Os dirigentes cometeram erros administrativos e uma gangorra de emoções foi vivida. Os rebaixamentos no Paulistão de 2001 e no Torneio Rio São Paulo de 2002 eram compensados pelo acesso no Paulistão de 2007, o vice-campeonato da Série C de 2008 e o desempenho notável de Oswaldo Alvarez em 2009, que levou o time a somar 69 pontos e alcançar a divisão de elite.

Parecia que as idas e vindas não terminavam. Queda no Brasileirão de 2010, acesso na Série A-2 nos anos de 2011 e 2018 e em 2016 um segundo lugar na terceirona nacional que fez o Guarani retomar o seu lugar na segundona, agora seriamente ameaçado.

Felipe Augusti não desiste. Persiste. Luta. Um dos trunfos de resistência é a memória. São as recordações geradas por tantos momentos positivos que não fazem ele desistir de uma paixão que é de família. Nesta conversa com a reportagem do Esportes Já, Felipe Augusti relembra a vitória no dérbi pelas semifinais do Paulistão de 2012, a postura de Amoroso perante a opinião em defesa do clube e os craques que não saem do seu coração. Confira.

Por que você escolheu o Guarani como time do coração?

É o time da minha família. Vou no estádio desde os primeiros meses (de vida). É o momento que tenho de ir com meu pai, minha esposa. É algo quase religioso.

Que recordações você tem da primeira vez que esteve no Brinco de Ouro?

Lembrança mais antiga foi um jogo Guarani x Grêmio que choveu demais. Se não me engano, Ronaldinho Gaúcho jogou. Que jogo é inesquecível para você? Por quê? O eterno 3x1. Por todo clima feito na semana. A virada foi magnífica. (O jogo foi realizado no dia 29 de abril de 2012 e foi válido pelas semifinais do Campeonato Paulista. Após vencer por 3 a 2 nas quartas de final, a equipe conseguiu a classificação para enfrentar a Ponte Preta e venceu naquele que é considerado até o momento o “Dérbi do Século”.

Que partida você prefere esquecer? Por quê?

Não diria uma partida, mas um campeonato todo, que foi aquele (Campeonato) Paulista de 2013. (O Guarani terminou com 10 pontos em 19 partidas e foi rebaixado na última posição, ao lado do São Caetano, que somou 13 pontos. A equipe bugrina foi comandada na ocasião por Zé Teodoro e na sequência por Branco).

O que não pode faltar em jogo do Guarani?

A presença dos amigos, a resenha pré e pós-jogo.

Qual o principal jogador da história do Guarani? Por quê?

Diria amoroso, é o meu maior ídolo. Ele mostra esse sentimento. O segundo eu acho o Neto.

Qual o técnico inesquecível da história do Guarani? Por quê?

Vadão, acho que tinha uma conexão incrível com o Guarani, com a cidade e principalmente com os torcedores. (Oswaldo Alvarez, o Vadão, teve suas duas primeiras passagens nos anos de 1995 e 1997. Nesta passagem, ele tirou a equipe da zona de rebaixamento. Na terceira passagem, em 2009, o técnico levou ao vicecampeonato da Série B com 69 pontos. Na quarta estadia, o treinador foi eleito o melhor do Paulistão de 2012 e levou o time ao vice-campeonato. A última passagem foi em 2017. Ao todo foram 204 partidas e aproveitamento de 50,5% nas cinco passagens).

Que jogador que atuou pela Ponte Preta que você gostaria que tivesse jogado pelo Guarani?

Acho que o volante Mineiro. (Mineiro passou pelo Guarani em 1997, mas teve uma passagem discreta, com 24 jogos. Na Ponte Preta, ele atuou de 1998 a 2002, com 155 jogos).

Qual o gol mais bonito ou marcante anotado pelo Guarani e que você presenciou ao vivo no estádio? Caique no dérbi de 2009. No campo da Ponte Preta. (O confronto foi realizado no dia 20 de junho de 2009 e foi válido pela sétima rodada da Série B).

Como torcedor, o que significa o dérbi para você?

O dérbi é histórico. É algo diferente de tudo. A ansiedade começa na semana, acho que jogo único.

Como você definiria a sua rival Ponte Preta?

Um clube importante do interior, mas muito menor que o único campeão do interior.

Complete a frase. Ser torcedor do Guarani é…

Ser maluco (risos). Mas eu te amo Bugrão.

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