DEDICAÇÃO AO ESPORTE

Atleta multicampeão completa 92 anos

‘Seu’ Nestor conquistou na última semana o título no tênis de mesa na categoria 80+ da 1ª Campíadas, a Olimpíada dos Idosos de Campinas

Esportes Já
16/10/2023 às 13:35.
Atualizado em 16/10/2023 às 13:35

‘Seu’ Nestor (de vermelho) com a medalha no peito (Divulgação)

Campeão em sua categoria da competição de tênis de mesa na 1ª Campíadas, a Olimpíada dos Idosos de Campinas, ‘seu’ Nestor cumpriu na última semana um ritual que, há tempos, é rotina para ele. Subiu no lugar mais alto do pódio e recebeu a medalha, mais uma para reforçar sua galeria de premiação. “Devo ter umas 400, contando com os troféus”, diz o esportista. A dedicação à prática das mais variadas modalidades se confunde com a longa jornada de vida deste apaixonado pelo esporte. Nesta segunda-feira, ‘seu’ Nestor participa de outro ritual, que também está incorporado na sua caminhada há tempos. Ele faz aniversário pela 92ª vez.

“Sim, estou fazendo 92 anos”, celebra o senhor de cabelos brancos, de 1,83m de altura e 57kg. “E no último sábado, fiz 62 anos de casado”, diz enfático, sem perder as contas. No grupo de esportistas da terceira idade de Campinas, ‘seu’ Nestor é definido como um exemplo. Histórias para justificar essa condição não faltam, embora a memória não seja uma aliada fiel nessa altura da vida, situação completamente justificável.

“Já pratiquei futebol, bocha, basquete, vôlei, damas. Disputei mundiais, já fui campeão brasileiro e conquistei muitos títulos regionais”. Considerado uma referência quando o assunto é cuidado com a saúde, o esportista, no entanto, diz que nem sempre foi assim. “Quando eu era solteiro, não dava para praticar muito esporte, pois eu era dançarino, e chegava em casa sempre tarde”, lembra, com ar de ironia.

A paixão pelo esporte, conta, aumentou em função de uma situação curiosa. “Eu levava meus filhos aos clubes, pois queria que eles praticassem alguma modalidade. Mas quem acabou se envolvendo fui eu. Já meus filhos nem peteca jogam.” Os momentos marcantes foram vários, mas de alguns ele parece se recordar com mais veemência. “Por quatro vezes fui considerado o atleta símbolo de Campinas”, garante. “E quando o Sesi completou 50 anos, fui homenageado como o maior medalhista dos Jogos Operários do Sesi.” 

Nestor Schenkel, descendente de italianos e alemães, nasceu em Jundiaí e mora em Campinas desde 1963. Aos 60 anos, se aposentou na Bosch. Hoje, no clube da empresa, participa de um grupo da terceira idade que pratica exercícios físicos todas as manhãs de quarta e sexta. “Faço alongamento da ponta do pé até o fio de cabelo. E também levanto alguns pesos. Fiz academia por mais de 20 anos.”

]Por causa idade, as competições hoje se limitam ao tênis de mesa, modalidade na qual é especialista. Já a saúde é boa, assegura. “Às vezes tenho arritmia, mas o médico fala que eu vou passar dos cem anos.” Uma das práticas que contribuem para a manutenção da disposição é o contato com a terra. “Ao lado da minha casa, tem um terreno onde cuido de mais de 16 tipos de plantas frutíferas. Tem jabuticaba, amora, tomate, acerola. Costumo distribuir para os vizinhos”, diz ele, que mora no Jardim Dom Nery. Sobre o futuro, ele quer seguir competindo até quando der e, de preferência, ganhando medalha.

CAMPÍADAS

O título que ‘seu’ Nestor conquistou na última semana foi na categoria 80+ da Campíadas. O tênis de mesa é uma das seis modalidades da competição, que vem sendo disputada neste mês de outubro e está em sua estreia neste ano. Atletismo, damas, xadrez, natação e tranca também fazem parte do evento que reúne 120 participantes 60+.

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