Flagrantes do jogo que garantiu a permanência da Macaca na Série B do Campeonato Brasileiro (Marcos Ribolli-Pontepress)
O encerramento da participação da Ponte Preta na Série B do Campeonato Brasileiro foi o suficiente para detonar um clima de análise por parte de jogadores e integrantes da Comissão Técnica. Todos admitiram que o planejamento para o Campeonato Paulista do próximo ano precisa ser realizado de outra maneira e com objetivo de construir uma campanha que evite qualquer perigo de rebaixamento.
Um dos que não tiveram papas na língua foi o lateral-esquerdo Artur, que anunciou a saída do clube logo após o confronto e a vitória por 3 a 0 sobre o CRB. O seu provável destino deverá ser o Água Santa, que está no mesmo grupo da Macaca no Paulistão. Segundo ele, a sua missão foi cumprida no estádio Moisés Lucarelli. “Eu vou seguir a minha vida e eu deixo a Ponte Preta na mesma divisão em que peguei”, disse o lateral-esquerdo.
Segundo ele, muitos erros foram cometidos na segundona nacional. “Se continuar assim todo ano será uma luta e uma hora não terá jeito. O futebol é muito dinâmico se tivéssemos um padrão de jogo melhor nós tínhamos brigado lá em cima”, disse o lateral esquerdo.
Segundo ele, mais do que conquistar os pontos para a permanência, o grande desafio foi encontrar forças para superar a pressão psicológica gerada a partir das redes sociais. “Sempre falei que iríamos sair juntos dessa. Vocês não imaginam o que tinha na minha rede social. Gente me chamando de vagabundo e eu nunca me escondi. Eu saí de alma limpa e com dever cumprido”, disse.
Na visão de Artur, um erro de planejamento ficou estampado nas constantes trocas de treinadores. A Ponte Preta começou a Série B com Hélio dos Anjos, substituído por Felipe Moreira. Pintado foi o terceiro comandante e a equipe encerrou com João Brigatti no banco de reservas. “Como eu posso explicar o clube que passa o campeonato com quatro treinadores no ano? Então, é porque tem alguma coisa errada. São filosofias diferentes”, disse o agora ex-atleta pontepretano.
Zagueiro e capitão da equipe por toda a Série B do Campeonato Brasileiro, Fábio Sanches admitiu a existência de diversos obstáculos para transformar em realidade a permanência na segunda divisão nacional. “Tem muita coisa que acontece que só a gente aqui dentro sabe. A gente nunca deixou de trabalhar e de se dedicar. É um peso muito grande que tiramos das costas. Pelo menos deixamos a Ponte onde onde a gente pegou, mas é um clube que eu tenho muito carinho e que sem dúvida merece estar brigando por coisas melhores”, disse o zagueiro da Macaca.
Camisa 10 da campanha na Série B e personagem principal na conquista da Série A-2 do Campeonato Paulista no primeiro semestre, Elvis reconheceu que o time ficou em débito com as arquibancadas. “A gente sabe que poderia ter feito mais na série B depois de um título na Série A-2. A gente nunca escondeu a cara . No ano que vem, Ponte Preta vai voltar muito melhor. E o nosso final foi bom porque nos últimos três jogos fizemos sete pontos”, analisou Elvis, que não confirmou sobre o seu futuro. “Nunca quis conversar com ninguém. Meu objetivo primeiro era terminar bem o campeonato”, disse.
Elvis confirmou que nos últimos confrontos vivia uma fase de intensa cobrança em si próprio. “Eu sei do meu potencial e sei o que que eu vim fazer aqui na Ponte Preta. Eu nunca vim aqui passear. Mas consegui dar resposta nestes últimos três jogos”, completou.
O técnico João Brigatti não escondeu a euforia pela permanência. Ele não negou as dificuldades enfrentadas na competição. “Não teria outro treinador que salvaria a Ponte do rebaixamento. Na situação que pegamos o grupo moralmente, animicamente, praticamente você não conseguia dar treino. Os atletas não reagiam. Foi uma situação muito complicada”, disse o técnico em entrevista coletiva.
Sem papas na língua, João Brigatti considerou que teve uma participação relevante na conquista. “Dou os parabéns para todos: comissão, diretoria, presidente, jogadores, staff, mas dou os parabéns para mim também. Hoje bato palmas para mim, vou deixar minha humildade de lado. O que eu peguei e consegui reverter uma situação assim. Contra o Avaí, falei que perdemos a partida, que não merecia, mas que a gente não iria cair. Fomos buscar resultados contra Tombense e Juventude para depender da gente na última rodada”, analisou Brigatti.