VÔLEI DE PRAIA

Após conduzir dupla ao ouro olímpico, campineiro assume a seleção holandesa

Três duplas integram a seleção holandesa de vôlei de praia que treina em complexo na cidade de Haia

Esportes Já
24/02/2025 às 16:19.
Atualizado em 24/02/2025 às 16:19
Lucas Palermo fez história com o vôlei de praia brasileiro nos Jogos de Paris (Divulgação)

Lucas Palermo fez história com o vôlei de praia brasileiro nos Jogos de Paris (Divulgação)

Depois de conduzir Duda e Ana Patrícia ao ouro olímpico em Paris, o técnico campineiro Lucas Palermo encara um novo desafio na carreira. Desde 19 de janeiro, ele é o responsável pelo vôlei de praia feminino da Holanda. Uma estrutura que compõe a federação do país na modalidade passa a ser coordenada pelo brasileiro, que traça metas a curto e longo prazo em busca de resultados.

“É um grande desafio. Passei muito tempo trabalhando no Brasil e agora tenho essa oportunidade em um país diferente, estruturado e com um modelo muito eficiente que vai da formação até o alto rendimento”, diz.

A estrutura do vôlei de praia da Holanda é diferente da predominante no Brasil. No país europeu, as equipes que compõem a seleção tanto no masculino quanto no feminino se concentram em um mesmo complexo esportivo, chamado de Zuiderpark, localizado na cidade de Haia. No feminino, três duplas integram o alto rendimento e um grupo maior chamado de “talent” é formado por atletas aspirantes, que chegam até o complexo depois de uma criteriosa seleção montada pelos clubes com base no desempenho em campeonatos. Lucas trabalha com as principais duplas femininas e também coordena o processo de desenvolvimento das novatas que chegam ao complexo.

Um outro diferencial em relação ao Brasil é que boa parte dos treinos acontecem em quadras indoor (fechadas) em razão das baixas temperaturas na Holanda. A questão climática também determina a realização de treinos em outros países. “Nessa semana (a passada) estamos fazendo um acampamento em Tenerife, uma ilha espanhola, para fugir do frio”, explica Lucas. “Vamos ficar duas semanas por aqui, depois voltamos para a Holanda, onde treinaremos por uma semana, antes de seguirmos para a Califórnia já numa data próxima à primeira etapa do circuito mundial que acontece no México.”

Lucas elogia o tratamento que vem recebendo dos holandeses, mas aponta a língua ainda como uma barreira. “Como o inglês não é a minha língua nativa e nem a delas, ainda temos alguns assuntos mais sensíveis que acabam demorando um pouco para serem esclarecidos”, justifica.

A curto prazo, a principal meta de Lucas é classificar ao menos duas duplas para a Copa do Mundo na Austrália, que acontece em novembro. Já a longo prazo, o objetivo também é que duas duplas estejam nos Jogos Olímpicos de Los Angeles em 2028.

O vôlei de praia feminino da Holanda nunca conquistou uma medalha de expressão, seja em Olimpíada ou em Mundial, mas a principal dupla do país na atualidade, formada por Stam e Schoon, ocupa a terceira colocação no ranking da Federação Internacional de Vôlei. O time esteve nos Jogos de Paris.

INÍCIO EM CAMPINAS 

Lucas Palermo deu seus primeiros passos no vôlei de praia depois de receber um convite do treinador Márcio Oliveira para participar das atividades no Parque Taquaral, em Campinas. Oliveira é coordenador da Associação Campineira de Vôlei de Praia (ACVP). “O Lucas se tornou meu estagiário, atleta e, a partir daí, alçou voos na modalidade”, conta o treinador, que descobriu o garoto quando o viu jogar como goleiro na equipe do Colégio Sagrado Coração de Jesus.

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