Stephani joga handebol de areia em categorias acima de sua idade (Divulgação)
Não era apenas material de jogo e treino, além da motivação, que Juliana levava para as atividades do "Campinas 360˚ nas Areias", no Taquaral. A prima Stephani era companheira frequente nessas incursões. Desde os 2 anos de idade a menina não abria mão de acompanhar a técnica da equipe que representa Campinas nas competições de handebol de areia. E enquanto o jogo ou o treino do time adulto acontecia, a garotinha pulava, rolava e fazia estrelinhas em um canto. No meio das atletas, ela virou uma espécie de mascote.
Com o tempo, o interesse de Stephani por aquele esporte foi crescendo a ponto de a convivência com a modalidade gerar frutos. No último final de semana, ela participou pela primeira vez da etapa final de um Campeonato Brasileiro na categoria cadete, que aconteceu em Bertioga. E na quarta e quintafeira, sua missão será representar Campinas, em Guaratuba-PR, na busca do título nacional juvenil. Hoje, aos 14 anos, Stephani atua em categorias acima de sua idade.
“Ela somente começou a participar de treinos em 2023, junto com a nossa categoria de base”, conta Juliana Saraiva. “Depois, fez muitos amistosos e jogou duas etapas do circuito brasileiro. Em uma dessas etapas, ela foi eleita a melhor da sua posição”, relata a treinadora, orgulhosa em acompanhar a evolução da prima.
Stephani era uma espécie de mascote do time de Campinas, já que a convivência com as jogadoras acontece desde os dois anos de idade; jogar handebol de praia se tornou uma rotina para a jovem que aprimora as suas qualidades constantemente (Divulgação)
Thais, jogadora do Campinas 360˚ e da seleção brasileira, é outra referência para Stephani, a quem chama de tia. “Desde pequena eu sempre ia aos treinos do time adulto feminino com a Juliana e a Thaís. No início, era uma diversão, mas ficava com a maior vontade do mundo de treinar. Com isso, o interesse pela modalidade foi surgindo aos poucos e cada vez mais”, conta a adolescente que começará a cursar o nono ano do ensino fundamental em 2024.
O interesse de Stephani, conta Juliana, foi fundamental para a criação de times femininos de base. “Eu implorava para a minha prima montar um time de meninas para que eu pudesse jogar”, lembra a jovem atleta que não consegue mais enxergar o seu futuro longe da modalidade. “Esse contato e o amor pelo handebol de areia me fazem querer continuar. Tenho vários sonhos que pretendo realizar ainda.”
Um desses sonhos é chegar um dia à seleção brasileira, desejo que leva Juliana a orientar a jovem atleta. “Sempre digo que para chegar lá é necessário se dedicar e abrir mão de muitas coisas da idade, mas, se ela continuar focada, tenho certeza que vai chegar.” De qualquer forma, a adolescente já aponta conquistas importantes alcançadas com a prática esportiva.
“A convivência com o esporte me tornou uma outra pessoa”, afirma. “Eu aprendi a trabalhar em grupo, a ter postura de atleta e a controlar meus sentimentos. A minha rotina também se tornou melhor, e hoje posso dizer que amo os processos, os resultados, as pessoas que pude conhecer e a minha família. Tudo isso é muito significativo para mim.”
ATRÁS DO BI
Além das competições nas categorias cadete e juvenil, o Campinas 360˚ vai buscar no próximo final de semana o bicampeonato brasileiro da categoria principal do handebol de areia feminino, em Guaratuba. A intenção é repetir o feito do ano passado, quando o time conquistou o título da competição pela primeira vez. Campinas jogará motivada depois de levantar a Copa do Brasil, em dezembro, em Maricá-RJ. Em três edições realizadas do torneio, as campineiras foram campeãs em todas.
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