Heloísa Martins, de 9 anos, é destaque da modalidade no Regatas e presença constante nos pódios das competições que participa (Edmar Cruz/Photofitness)
Quem vê Heloísa Martins em ação, logo chega à conclusão de que a menina nasceu para a ginástica e a dança. Saltar, se alongar e contorcer as articulações fazem parte da rotina da estudante de 9 anos, até mesmo no dia a dia, dentro de casa, circulando pelos cômodos. A prática, para Helô, é apenas diversão, mas já começa a ganhar contornos para além de uma brincadeira. Afinal, a família, não tem dúvidas em afirmar: trata-se de um prodígio.
Helô é tratada no Clube Campineiro de Regatas, onde treina, como promessa da ginástica rítmica. Desde quando começou a competir, em junho de 2022, até hoje sua presença nos pódios é uma constante. Em pouco mais de um ano, são 13 medalhas conquistadas. Em setembro, só em um torneio regional disputado em Pindamonhangaba, foram cinco na categoria pré-infantil: quatro de bronze e uma de prata.
A mãe, Daniela, é a grande incentivadora. Quando a filha completou 4 anos, ela já notava o talento da menina e convenceu o pai de Helô a coloca-la na ginástica. “Meu marido temia fraturas e o risco de ela não crescer. Mas, voto de mãe tem um peso maior”, brinca. A prática começou a ser desenvolvida na escola e se estendeu em projetos da Prefeitura. “Eu procurava lugares”, conta Daniela. “Ela andava dançando”, justifica. Os professores notavam o talento e reconheciam na garota uma promessa. Atendendo ao conselho de um deles, a família a encaminhou ao Regatas, que têm equipes de competição.
O início no clube foi na ginástica artística, mas ao participar de uma seletiva, ela conquistou vaga dentro do esporte que mais gosta, a ginástica rítmica, modalidade que utiliza aparelhos manejáveis como corda, bola, arco, maças e fita e valoriza mais a dança. “Na seletiva, o normal é as garotas passarem por um período de testes de três meses. Mas em um mês, ela já começou a integrar a equipe”, conta a mãe.
Heloísa Martins, de 9 anos, é destaque da modalidade (Edmar Cruz/Photofitness)
Entre os aparelhos utilizados na modalidade, Helô usa hoje somente a corda, em função da sua categoria. No próximo ano, a expectativa é de que ela passe a disputar o campeonato brasileiro e amplie o número de aparelhos. “A ginástica é mais do que um sonho”, diz Helô. “Quero ir no Brasileiro no ano que vem e vou chegar a representar a Seleção Brasileira, trazendo muitas medalhas para meu país”, declara.
O desejo da família é que a menina evolua como atleta, sem perder o espírito de diversão. Mas a batalha para oferecer condições mínimas de desenvolvimento da ginasta é grande. Atualmente, Helô treina às segundas, terças, quartas e sextas, das 14h30 às 18h30 por dia. E às quintas faz balé. “Quando chega em casa, ainda quer brincar de ginástica”, conta a mãe, que faz malabarismos em busca de recursos para ver a filha crescendo. As alternativas são a promoção de rifas e venda de pipocas nos eventos do Regatas.
“Atualmente, ela está tendo a oportunidade de fazer um treinamento com o preparador físico da seleção brasileira. O custo é de R$ 800 por mês”, conta Daniela, lembrando ainda que cada collant de competição custa, em média, R$1,5 mil. “Ela precisa também participar dos cursos promovidos pelos treinadores e tudo isso vai dinheiro. Há muitas competições das quais ela não participa por falta de recursos. Para o próximo ano, esperamos conseguir patrocínio”, afirma a mãe, para quem a busca por oferecer o melhor à filha não significa pressão sobre ela. “À Helô, o único recado que dou é: ‘vai lá e divirta-se’”, garante a mãe. A página da ginasta é @heloisamartinsginasta.
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